CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Ney: “Não me vejo apenas como cantor”

Diretor na peça teatral ‘Dentro da Noite’, em cartaz em São Paulo no SESC Pinheiros, o cantor Ney Matogrosso adianta projetos profissionais e encara desafio no cinema

Redação Publicado em 20/07/2011, às 14h43 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Ney Matogrosso - Divulgação
Ney Matogrosso - Divulgação

Sessenta e nove anos de idade; quase quarenta dedicados às artes que tanto aprecia. Com esse currículo, Ney Matogrosso (69) não tem medo de se arriscar em áreas que não seja a musical, onde mantém seu prestígio como um dos mais importantes cantores brasileiros.

Saindo da zona do conforto, Ney novamente se desafia ao dirigir um monólogo de teatro, Dentro da Noite, que está em cartaz no SESC Pinheiros, em São Paulo, até o dia 27 de agosto. Com apresentações sempre às sextas-feiras e aos sábados, às 20h, o cantor está na capital paulistana para acompanhar de perto sua nova empreitada.

“São dois textos [Dentro da Noite e O Bebê de Tarlatana Rosa] do João do Rio (1881 - 1921) adaptados para o teatro em um monólogo de Marcus Alvisi (57) [que é o ator da peça]. O que me atraiu foi exatamente o texto; João do Rio é muito interessantes, todos deveriam conhecer. Ele foi o predecessor de Nelson Rodrigues (1912 - 1980)", resumiu Ney em entrevista a CARAS Online.

Na primeira história, que batiza a peça, o protagonista revela sua personalidade sádica ao sentir prazer ferindo sua noiva com um alfinete. No segundo monólogo, somos levados ao carnaval carioca no ano de 1908, mais precisamente na casa de um barão que conta histórias bizarras que ocorrem com ele durante a festa. “O meu trabalho, na verdade, foi fazer com que Marcus dissesse esses textos com a maior clareza, para que as pessoas não perdessem nenhum nuance das intenções desses personagens”, resumiu.

Direção de teatro não é tão novidade assim para Ney Matogrosso, que já tinha dirigido uma peça infantil do Grupo Umbu do Rio de Janeiro e também Somos Irmãs, sobre as cantoras Linda e Dircinha Batista; mas isso foi há 11 anos. A distância, no entanto, não atrapalhou o artista quando ele resolveu retornar aos bastidores do palco. “Não tive problemas. Dirigir teatro não passa por um exercício constante; é mais uma coisa de observação”, contou.

Sua experiência em cima do palco também contribuiu para uma melhor compreensão na hora de dirigir atores. “Facilita! Porque eu sei o que é estar no palco. Conheço os dois lados”, afirmou o cantor que não quer ficar restrito ao ato de cantar. “Sou um artista; tudo nas artes me interessam. O que eu puder contribuir para a arte, farei. Não me vejo apenas como cantor”.

Atualmente em turnê musical com Beijo Bandido, Ney já pensa em novos trabalhos como cantor, mas garante não ter mais aquela pressa e a ansiedade de quem está iniciando uma carreira artística. “Eu já tenho um repertório bem adiantado para um próximo trabalho. É um universo mais pop, em que misturo gente nova com gente muito conhecida, diferente de ‘Beijo Bandido’ que é sobre a canção brasileira", detalhou.

Até lá, o cantor ainda vai brilhar nas telas do cinema. Em Luz nas Trevas, com roteiro de Rogério Sganzerla (1946 - 2004) [diretor do clássico O Bandido da Luz Vermelha, de 1968], Ney viverá este ícone do cinema nacional – uma responsabilidade logo em sua estreia como protagonista. “Quando eu fui convidado para esse papel, aceitei imediatamente. Depois, pensei sobre e fiquei com certo receio de possíveis comparações que poderiam fazer. Mas o filme é outra coisa; não é uma refilmagem, é uma continuação, uma outra história”, adiantou.

Após 30 anos, Luz Vermelha finalmente deixa a cadeia e descobre que tem um filho que está seguindo seus passos. “Esse filme é muito diferente de tudo do cinema nacional que tá aí. Ele tem uma pitada de trash que é muito interessante", concluiu. Luz nas Trevas tem previsão de estreia para 2012.