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Nenhuma técnica permite correção completa e definitiva da presbiopia

por <b>Edvaldo Sóter de Figueirôa Jr.</b>* Publicado em 07/01/2010, às 14h01

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Nenhuma técnica permite correção completa e definitiva da presbiopia
Nenhuma técnica permite correção completa e definitiva da presbiopia
Chama-se presbiopia à diminuição progressiva da capacidade de enxergar de perto. A doença resulta do envelhecimento natural e manifesta-se em todas as pessoas. Parte delas é atingida logo aos 40 anos, outras um pouco mais tarde, mas é difícil chegar aos 47, 48 anos e continuar enxergando bem de perto. Pessoas nessa idade que não usam óculos mostram que sua exigência é pequena, ou seja, quase não usam os olhos para perto, pelo fato de não terem o hábito de ler, por exemplo. Ou têm um pouco de astigmatismo - dificuldade para enxergar longe - em um ou nos dois olhos, o que não interfere quase nada na capacidade de ver de longe e ainda ajuda a enxergar de perto. Nessa situação, o cristalino, lente transparente, biconvexa - curva dos dois lados -, elástica e de consistência firme situada atrás da íris e diante do humor vítreo se acomoda e a pessoa consegue enxergar razoavelmente de longe e de perto. Para se entender o mecanismo de formação da presbiopia é preciso relembrar o funcionamento ocular. As imagens que entram nos olhos pela pupila são focadas pela córnea e pelo cristalino. Em conjunto, essas lentes projetam as imagens no centro da retina, no fundo do olho, para que sejam captadas pelos nervos e levadas ao cérebro para serem reconhecidas. Em um jovem, a cada olhar os músculos oculares fazem o cristalino se acomodar de maneira perfeita, projetando as imagens no centro da retina. À medida que as pessoas envelhecem, porém, os músculos vão enfraquecendo e isso se altera. O cristalino vai perdendo a capacidade de projetar as imagens no centro da retina, elas são captadas deformadas pelos nervos e o cérebro as identifica embaçadas. É a isso que se chama presbiopia. Tradicionalmente, a correção da doença é feita com óculos ou lentes de contato. Com a evolução da Medicina, tentou-se corrigi-la também por meio de cirurgia, mas ainda não se conseguiu resultados perfeitos. As técnicas criadas uma, duas décadas atrás, aliás, já foram abandonadas. Os resultados que se consegue com as técnicas atuais são promissores e em evolução. Mas sou de opinião que será difícil conseguir corrigir totalmente a presbiopia. Como a doença resulta do enfraquecimento natural dos músculos que controlam os olhos, não há nada que se possa fazer para evitar o envelhecimento. As técnicas cirúrgicas usadas hoje são duas. A primeira, chamada cirurgia facorrefrativa, consiste em trocar o cristalino original do paciente por outro de material sintético. Põe-se uma espécie de cristalino "multifocal", para melhorar a visão de perto e de longe. Pacientes que se utilizem desta técnica precisam estar cientes de que poderá haver um prejuízo na qualidade de visão. A segunda cirurgia consiste em intervir na córnea - lente bem mais convergente do que o cristalino que se situa na parte anterior do olho - usando o laser. Com as duas técnicas se tenta tornar a córnea e o cristalino mais convergentes para que as imagens captadas pelos olhos sejam projetadas o mais próximo possível da região central da retina e melhorar a visão de longe e de perto. Cabe ao médico decidir com o paciente a melhor técnica para o seu caso. É preciso considerar, sempre, que as cirurgias envolvem riscos. As consequências vão de um simples olho vermelho por alguns dias, retardo na recuperação e não correção total do grau, até a necessidade do uso de óculos ou de lentes.