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Negócio conjunto pode até trazer benefícios para a relação amorosa

Solange Maria Rosset Publicado em 18/01/2007, às 11h35

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Solange Maria Rosset
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Quando duas pessoas se conhecem, se apaixonam e decidem formar uma família, estão realizando um movimento que é a evolução natural de um casal, de acordo com a expectativa social e cultural. A partir de um vínculo fundamentado nos sentimentos amorosos, aprenderão a lidar com as tarefas e as dificuldades inerentes ao casamento, à estruturação da família e à criação dos filhos. Algumas vezes, no entanto, quando o casal compartilha uma empresa, um negócio, o desafio é maior ainda, mas não impossível de ser encarado e vencido, até com ganhos para a relação amorosa. Se estiver disposto a crescer e se desenvolver, o casal não deve ter receio dessa situação. Em vez de trazer sobrecarga para a vida a dois ou prejudicar a rotina familiar, ela pode ser uma oportunidade de estreitamento dos laços. Para isso, porém, é preciso que ambos estejam conscientes e dispostos a buscar a harmonia entre seus papéis. O primeiro passo é aprender a separar os temas domésticos dos temas profissionais. Problemas do casamento ficam em casa. Os da empresa, no escritório. Nada de misturar as coisas. No âmbito do lar, é necessário aprender a não falar sobre negócios e dedicar a devida atenção aos filhos e à relação pessoal, além de reservar um tempo livre para o casal. Pequenos cuidados devem ser mantidos. Não é porque os dois passam o dia juntos que não precisam demonstrar prazer com a presença do outro na hora da intimidade. Outra estratégia importante é definir as tarefas de cada um, tanto dentro da empresa como na família. As funções e as hierarquias devem ser estabelecidas com clareza e objetividade e observadas cotidianamente. Claro que a definição do que caberá a cada um deve ser feita de acordo com habilidades e disponibilidades específicas. Avaliadas essas condições e tomadas as decisões, é preciso que fique explícito quem decide o quê e em que situações. Isso não significa que deva haver rigidez ou que uma das partes tenha sempre de se submeter, mas apenas que, quando um tiver o poder decisório, o outro irá acatar - ou negociar, levando em conta o que foi combinado. Tal contrato de trabalho deve ser reavaliado constantemente e ser adaptado ao momento da empresa e à fase do ciclo vital que a família está passando. Gravidez, filhos pequenos e doenças podem ser bons motivos para uma revisão no acordo firmado. Claro que a forma como os cônjuges lidam com dinheiro, com espaço e com as emoções aparecerá nas decisões empresariais. Mas se conseguirem conversar sobre as dificuldades que se evidenciam e sobre as diferenças no modo de pensar de cada um, terão condições de melhorar, ao mesmo tempo, a relação de casal e a de parceiros profissionais. Assim, é imprescindível não esconder mágoas ou desconfortos. Qualquer coisa que não agrade deve ser posta na mesa o quanto antes. Se pequenas rusgas se acumulam, geram problemas maiores. Trabalhar junto é uma chance de aprender a ceder e a promover a complementaridade e não a oposição, de praticar a tolerância em relação às fraquezas, os defeitos, as falhas do parceiro, tornando não só o ambiente de trabalho, mas a vida toda mais humana e compassiva. Por isso, negociar é a palavra-chave. Negociando, será possível achar um meio-termo entre desejos e ambições de cada um no projeto empresarial e nos afazeres domésticos e conciliar os sonhos individuais, os familiares e os profissionais. Além desses aspectos, é importante lembrar que a ligação afetiva precisa de cuidados para se manter e que até as situações profissionais podem servir a esse propósito. Um abraço doce depois de uma reunião difícil, um elogio inesperado, uma massagem na testa na hora da dor de cabeça, uma mensagem carinhosa, uma folha de papel com um poema, uma carícia são sinais que recordam a amplitude da relação, maior do que a empresa e o trabalho.