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Não há soluções fáceis nem rápidas para as dificuldades de memória

Paulo Henrique Ferreira Bertolucci Publicado em 17/05/2007, às 13h37

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Paulo Henrique Ferreira Bertolucci
Paulo Henrique Ferreira Bertolucci
Com a melhoria dos alimentos e a grande evolução da Medicina nos últimos 50 anos, as pessoas têm podido viver mais. É natural, pois, que convivamos cada vez mais com indivíduos maduros e idosos. Por isso, também ouvimos e ouviremos cada vez mais parentes e conhecidos se queixarem de dificuldades de memorização e para se lembrar de fatos, números de telefone, até de nomes de pessoas que acabaram de conhecer. É normal pessoas de qualquer idade terem lapsos momentâneos e eventuais de memória. Quando se entra na idade madura, então, tal fato freqüentemente se torna mais comum, em virtude do envelhecimento e da conseqüente morte de neurônios, as celulas cerebrais. Se ocorre de vez em quando, ninguém deve se preocupar. Mas é preocupante quando começa a interferir nas atividades do dia-a-dia. Um exemplo é o idoso que gosta de romances e passa a ler histórias cada vez mais curtas porque, em determinado ponto, não se lembra mais do início e tem de voltar. Isso se repete, até que resolve abandonar a leitura. Quando fazemos testes com as pessoas que se queixam, verificamos que a maioria tem memória normal. Por outro lado, constatamos que em geral têm dificuldade de atenção, que atrapalha a capacidade de memorização e também a possibilidade de se lembrar. As causas mais importantes da dificuldade de atenção são: stress, cansaço por excesso de trabalho, ingestão de bebidas alcoólicas em demasia, uso de cocaína e de outras drogas, consumo excessivo de tranqüilizantes, sobretudo sem receita médica, e excesso de informações. Também causam dificuldade de memória em indivíduos maduros e idosos doenças na tireóide e depressão. O fenômeno pode ser ainda um dos sintomas de aids em qualquer pessoa, em geral em adultos jovens. Já em idosos, finalmente, o problema muitas vezes é causado pela doença de Alzheimer. Com o aumento do número de pessoas que enfrentam dificuldades de memória, é grande a oferta de remédios e exercícios para o problema. E mais: costumam ser apresentados como capazes de proporcionar uma rápida e fácil cura. Na verdade, em ambos os casos, não têm comprovação científica. Não há um exercício capaz de solucionar rápida e facilmente todos os problemas de memória. Também não há medicamentos que possam resolvê-los. Mas existem medicamentos eficazes, sim, contra as moléstias que causam dificuldades de memória, como depressão e Alzheimer. É possível evitar a deterioração da memória cuidando bem do cérebro, ou seja, levando uma vida saudável. Também é importante tratar do diabetes, da hipertensão e controlar os níveis de colesterol no sangue, que são doenças que obstruem ou danificam os vasos, dificultando a irrigação e a oxigenação cerebral. É fundamental, ainda, praticar atividades físicas, alimentar-se de maneira saudável, não abusar de bebidas alcoólicas, não usar drogas, só fazer uso de tranqüilizantes quando indicados pelo médico e manter as amizades e as atividades intelectuais, como fazer novos cursos. Pessoas com problemas de memória devem consultar um neurologista. Só o especialista é capaz de fazer o diagnóstico e, se necessário, tratar corretamente. Boa parte das pessoas maduras ou idosas que se queixam, como dissemos, muitas vezes têm memória normal para a sua idade e não precisam de tratamento. Só o médico, do mesmo modo, é capaz de indicar os exercícios adequados para cada caso. Há exercícios específicos para cada tipo de memória. São individuais e os resultados não vêm "milagrosamente". Ao contrário: podem demorar seis meses ou mais.