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Não existe outra alternativa. Só a camisinha pode proteger da aids

Maria Clara Gianna Publicado em 18/01/2007, às 11h44

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Os primeiros casos da síndrome de imunodeficiência adquirida (aids) surgiram em São Francisco, Estados Unidos, no começo dos anos 1980. Em 1984, praticamente ao mesmo tempo, o cientista francês Luc Montagnier (75) e o americano Robert Gallo (69) revelaram que a doença era causada por um vírus novo. De início foi chamado de HTLV-3; mas depois acabou simplificado para HIV, sigla em inglês de vírus da imunodeficiência humana. Os primeiros casos de aids foram reconhecidos em pacientes homossexuais masculinos. Logo, surgiram casos também em usuários de drogas injetáveis e em pessoas que haviam feito transfusões de sangue. Por algum tempo, a aids esteve falsamente ligada a esses grupos e não se percebeu a importância da transmissão heterossexual. Assim, a partir de 1986, aumentou muito no Brasil o número de casos entre as mulheres. O balanço da epidemia - após 26 anos - é trágico. Por volta de 22 milhões de doentes morreram em todo o planeta. Mais de 40 milhões de pessoas são portadoras do HIV. Destas, cerca de 95% vivem em países em desenvolvimento, sobretudo na África. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, de 1980 a 2005 foram notificados 433 067 casos da doença, com 183 074 óbitos. A estimativa de portadores do vírus é de 600 mil; destes, dois terços desconhecem a sua condição. E mais: se no começo da epidemia havia uma mulher contaminada a cada grupo de 50 homens, essa relação já é de praticamente um por um. A aids é uma doença infecto-contagiosa que, graças aos tratamentos disponíveis, praticamente deixou de ser fatal. O HIVé contraído ao se entrar em contato com fluídos de um portador ou doente nas relações sexuais (tanto oral, como anal e vaginal), ao se compartilhar seringas ou ao se receber sangue e derivados contaminados. Existe ainda a transmissão vertical, que pode ocorrer da gestante infectada para o filho na gestação, no parto e por meio do aleitamento materno. O ideal é prevenir-se. É possível evitar a contaminação pelo HIV com algumas medidas básicas. Toda gestante deve fazer o teste para detecção do HIV. Se o exame revelar que a mãe é portadora do vírus, ela receberá tratamento com remédios no prénatal. O recém-nascido também os receberá, na hora do parto e nas 6 semanas seguintes. Se você é usuário de drogas injetáveis, não compartilhe seringas. O controle da qualidade de sangue em nosso país garante a testagem de todo hemoderivado a ser utilizado em transfusão. Caso você suspeite que tem alguma doença sexualmente trasmissível, procure tratamento - as DSTs facilitam a entrada do HIV no organismo. E, fundamentalmente, use camisinha em todas as relações sexuais, até a oral. Quem esteve exposto a alguma situação risco deve procurar um dos Centros de Orientação e Apoio Sorológico (Coas), vinculados às secretarias estaduais e municipais de saúde, e fazer o teste. Quanto mais cedo uma pessoa se descobrir portadora do HIV, melhor. O tratamento precoce preserva o sistema imunológico e evita o surgimento de doenças, garantindo qualidade de vida. Está comprovado que quem chega ao médico já com sintomas da aids pode se deparar com dificuldades no que se refere ao tratamento e, dependendo da gravidade da situação, ter prognósticos muito piores. Para saber qual é o Coas mais próximo de sua residência, ligue para 0800-162550. A política pública para aids no Brasil é coordenada pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. As Organizações Não-Governamentais têm papel fundamental na construção da resposta brasileira para a epidemia. Por volta de 170 mil portadores do HIV recebem os antiretrovirais. A Lei 9 313, de 13 de novembro de 1996, garante esse direito. Conviver com o HIV ou a aids ainda é uma situação difícil, que certamente será facilitadaà medida que o preconceito e a discriminação forem reduzidos ou até mesmo eliminados.