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Mulheres são as que mais sofrem com doenças na glândula tireóide

Dorival De Carlucci Jr. Publicado em 08/03/2007, às 15h35

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Dorival De Carlucci Jr.
Dorival De Carlucci Jr.
Muitos têm, hoje, familiares com problemas na tireóide. É me perguntam se haveria uma "epidemia" dessas doenças. Minha resposta é esta: não existe tal fenômeno. Aumenta, porém, o número de casos diagnosticados em homens e mulheres; por isso os médicos têm feito mais tratamentos. As razões são estas. As pessoas estão mais bem informadas sobre saúde e vão mais aos médicos. Também colabora para o aumento dos diagnósticos o "culto ao corpo". Entre as causas metabólicas do ganho de peso está o mau funcionamento da glândula. Quando as pessoas vão fazer exames para iniciar o regime, freqüentemente os endocrinologistas descobrem problemas na tireóide sobretudo de mulheres. Ao saber disso, outros especialistas, como os ginecologistas, passaram a se preocupar com tais doenças e a pesquisá-las. Colabora ainda para a maior descoberta de doenças na tireóide o fato de se contar hoje com equipamentos de exame modernos e sensíveis, como a ultra-sonografia. É provável que tais doenças resultem de um excesso de exposição ao iodo pelas pessoas. O iodo é essencial para o bom funcionamento da tireóide. Ele chega ao organismo humano ao se consumir sal de cozinha - no qual é colocado obrigatoriamente para prevenir o bócio ("papo") endêmico e o cretinismo em crianças - e alimentos como frutos do mar e verduras verde-escuras. Mas a substância está presente também em produtos de beleza usados em especial pela mulher e parte dela é absorvida pela pele. A carência e o excesso de iodo prejudicam a tireóide; o excesso causa câncer e inflamações como tireoidite crônica. A tireóide é uma glândula que se localiza no pescoço, abaixo do pomo-de-adão. Produz os hormônios T3 e T4, fundamentais para o bom funcionamento do corpo. As doenças tireoidianas mais importantes são as seguintes: " Tireoidite. É a inflamação crônica da glândula. Pode atingir partes da tireóide ou ela inteira. É uma doença auto-imune, ou seja, o próprio organismo produz substâncias que atacam a glândula. A longo prazo, pode danificá-la e levar ao hipotireoidismo. " Nódulos. Caracterizam-se por alterações na estrutura da tireóide. Por volta de 40% das mulheres de 40 anos os têm. Esse número aumenta à medida que a população feminina envelhece. Não se sabe por que se formam. " Hipotireoidismo. É a diminuição na produção dos hormônios pela tireóide. Ocorre em 2% da população, sobretudo mulheres. Os sintomas são: cansaço, depressão, falta de apetite, pele ressecada, cabelos ásperos,unhas quebradiças, fala, raciocínio e batimentos cardíacos lentos. " Hipertireoidismo. Caracteriza-se pelo funcionamento excessivo da tireóide, que produz hormônios em demasia. É mais comum em mulheres de 20 a 40 anos. Deve-se, em geral, a uma doença auto-imune. Os sintomas mais comuns são: insônia, emagrecimento, fraqueza, nervosismo e taquicardia. " Câncer. É raro. Surge como nódulos, na maioria das vezes duros. A suspeita vem de informações da ultra-sonografia e da biópsia, que é realizada retirando-se tecido da tireóide com agulha fina. Há quatro tipos e o mais comum é o carcinoma papilífero. Se detectado logo no início, tem cura em 95% dos casos. O ideal é consultar um médico ao primeiro sinal de doença na tireóide. O especialista solicita exame de sangue, no qual se analisam os níveis hormonais. Atualmente existem exames bem precisos para auxiliar no diagnóstico. Nos casos mais simples, em geral se faz apenas um acompanhamento periódico. Já nas situações que requerem tratamento, é feito com medicamentos, iodo radioativo ou cirurgia. A operação consiste na remoção total ou parcial da glândula. A remoção parcial geralmente é reservada às doenças benignas e a total, aos casos nos quais toda a glândula está doente ou apresenta câncer. A remoção total da tireóide e, em algumas situações, a parcial levam ao hipotireoidismo. Assim, o paciente precisa receber hormônio sintético diariamente pelo resto da vida.