ESTRELA DE PREMIADA COMÉDIA SOBRE AS MULHERES DE 30 ANOS ASSUME PRESSA PARA CASAR E SER MÃE
Redação Publicado em 06/12/2006, às 15h15
por Aline Salcedo
Fenômeno do teatro, em cartaz há um ano e meio com o monólogo Os Homens São de Marte... e É Pra Lá Que Eu Vou, no Rio, Mônica Martelli (38) não tem vergonha de admitir que a peça é inspirada em suas próprias experiências. E assume ser "uma mulher que, solteira após os 30, ficou desesperada para arrumar namorado". Tanto que, além do sucesso profissional - a peça já foi assistida por mais de 100 000 pessoas e conquistou vários prêmios -, ela festeja o fato de ter encontrado um par. "E não precisei ir tão longe. Foi terráqueo mesmo", diverte-se Mônica, noiva do produtor musical Jerry Marques (48), com quem mora na Gávea, Rio. "Mas sou romântica, careta esonho em casar vestida de noiva. Afinal, comecei a namorar em 13 de junho, dia de Santo Antônio, o casamenteiro", conta ela.
E a sorte de Mônica começou a se transformar há pouco mais de quatro anos, quando se mudou para o atual apartamento. "O lugar é mágico", conta sobre o lar de apenas 50 metros quadrados, mas muito bem aproveitados graças à amiga e decoradora Vanessa Borges. Foi lá que ela escreveu a peça que revolucionou sua vida em uma fase em que estava quase desistindo de ser atriz, após pequenas atuações em Chico Total, Zorra Total, Por Amor e Os Maias. Na mesma época, há quatro anos, o apartamento foi palco do início do romance com Jerry. "E o nome do edifício é My Prince. Não pode ser coincidência, né? Jerry é meu príncipe", resume, enquanto festeja o sucesso do monólogo, que há 15 dias ganhou três troféus no Prêmio Qualidade Brasil 2006, na categoria Teatro Comédia - Melhor Atriz, Melhor Espetáculo e Melhor Direção. A boa fase inspirou Mônica a escrever um livro, a ser lançado em abril, quando a peça estreará em São Paulo. E mais: vem aí um filme e um programa de TV para a Globo. A peça rendeu ainda à atriz o convite para o filme Trair e Coçar É Só Começar, em cartaz nos cinemas.
- Como se sente com quase 40?
- Pelo menos, já desencalhei!
- Medo de "ficar para titia"?
- Claro. Com 30 anos, após duas relações longas, fiquei solteira. No início, namorei muito. Mas, depois de um ano percebi que era só homens que não tinham a ver, só roubadas. Fui ficando desesperada. Ia na taróloga e quando ela dizia "calma, seu amor está na esquina", perguntava em qual.
- Chegou a fazer promessa?
- Não, mas rezava para Santo Antônio todo dia. Abraçava a Bíblia e repetia: Deus, por favor, faça com que eu encontre um amor.
- Finalmente encontrou?
- No momento, Jerry é o homem da minha vida e espero que seja para sempre. Ele é fofo, um cara que conversa. Não vivo um monólogo com ele. E é delicado, amigo, companheiro... Me apaixonei logo.
- O que faz a relação dar certo?
- Não tem fórmula. Mas acho que quando só se encontra homens errados, o foco está errado.
- Então você mudou o foco?
- É, antes, buscava um pai. A vida inteira namorei homens mais velhos. Achava que eles iriam resolver minha vida. Hoje, vivo uma relação madura. Não sou mãe nem terapeuta do Jerry. É por isso que nossa relação sexual é boa.
- Por que casar? Não é careta?
- Que nada. Careta é sair cada dia com um cara diferente, ser infiel. A gente não acha marido todo dia na esquina. Quero celebrar este nosso encontro. Continuo romântica, acreditando no amor.
- Como será a celebração?
- Não vai ser na igreja, mas vai ter, sim, vestido de noiva. Nunca abriria mão disso. O que importa mesmo é o ritual. Nós já tivemos festa de noivado na casa da minha mãe. O Jerry foi lá e pediu a minha mão. Aliás, nunca havia sido pedida em casamento.
- E se ficasse solteira de novo?
- Deus me livre!, diz (batendo três vezes na madeira). Ia ficar desesperada. Adoro ter uma companhia. Além do mais, tenho 38 anos e não tive filhos ainda! Óvulo tem prazo de validade! Penso nisso sempre.
- Nunca quis ter filhos?
- Sim. Engravidei três vezes, anos atrás, sem planejar - mas perdi todos espontaneamente. Espero resolver a questão de ser mãe já em 2007. Preciso engravidar ontem, não tenho mais tempo.
- Por que não tentou mais?
- Só agora encontrei o homem certo para ser pai dos meus filhos. Jerry é super a fim. E precisava fazer a peça, me resolver profissionalmente antes de ser mãe.
- A peça é um marco na vida?
- Sim. Pela primeira vez me sustento com o trabalho. Não deu para ficar rica, mas vivo bem.
Agradecimentos: Agilitá, Luko, Maria Bonita Extra; Produção: Neca Ponichi; Beleza: Maurício Nazário.FOTOS:SELMY YASSUDA/ARTEMISIA