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Arquivo / Arte

MILTON DACOSTA

MILTON DACOSTA

CARAS Digital Publicado em 27/06/2008, às 15h48 - Atualizado em 09/04/2019, às 14h37

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Construção sobre Fundo Vermelho (33 x 41 cm), óleo sobre tela, de 1957-1960: castelo iluminado numa cidade imaginária. Coleção particular. - Dacosta/Espaços da arte brasileira/Cosac Naify/1999
Construção sobre Fundo Vermelho (33 x 41 cm), óleo sobre tela, de 1957-1960: castelo iluminado numa cidade imaginária. Coleção particular. - Dacosta/Espaços da arte brasileira/Cosac Naify/1999
Aos 15 anos, Milton Dacosta (1915-1988) fazia paisagens. Mais tarde, aproximou-se da pintura metafísica do ítalogrego Giorgio de Chirico (1888-1978) e, na década de 1950, experimentou o construtivismo. Para surpresa de muitos, voltou ao figurativo, com as Vênus roliças que viriam a ilustrar o livro Amor Natural, do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Sua produção mais preciosa, no entanto, é a da fase construtivista, que remete à arquitetura. Talvez seja "a mais arquitetural das artes plásticas brasileiras", segundo escreveu Paulo Venancio Filho (54) no livro Dacosta (Cosac Naify). De acordo com Maria Alice Milliet (57), os castelos do artista, que deixou cerca de mil trabalhos, sugerem cidades iluminadas. A obra acima mostra que sugerem mesmo.

Sua época

Terminada a 2a Guerra Mundial, a década de 1950, quando Dacosta produziu a parte mais importante de sua obra, foi um período de otimismo e criatividade. Nos chamados "anos dourados", o Brasil veria a primeira transmissão de TV, a União Soviética mandaria a cadela Laika ao espaço e seria lançado o primeiro rádio portátil. Nas artes, ganhava espaço o abstrato, o concreto. E ampliavam-se os espaços de exposição. Já no comecinho da década, em 1951, seria inaugurada a 1a Bienal de São Paulo, com 1 854 obras de 23 países. Dacosta estava lá.

O autor

Filho de um escrivão, Milton Rodrigues da Costa (Auto-retrato, 1937) nasceu em Niterói (RJ). Estudou arte com o alemão August Hantz e aos 15 anos ingressou na Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio, onde ajudou a criar o Núcleo Bernardelli de arte livre ao lado de Pancetti (1902-1958) e outros. Premiado no Salão de Belas- Artes de 1944, viveu dois anos entre Nova York e Paris. Casado com a artista plástica Maria Leontina (1917-1984), teve um filho, Alexandre Dacosta (49), que é artista plástico, cineasta, ator, poeta e músico. Morreu em 1988, de trombose.