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MATHEUS NACHTERGAELE EM PARINTINS

ELE ENTRA NA TOADA DO BOI GARANTIDO, QUE VENCE O FESTIVAL AMAZONENSE

Redação Publicado em 12/07/2006, às 17h01

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Pela primeira vez no Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, o ator se encanta com a folia e cai na dança com as brincantes do boi que festeja o tricampeonato.
Pela primeira vez no Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, o ator se encanta com a folia e cai na dança com as brincantes do boi que festeja o tricampeonato.
por Janaina Pellegrini Cores e ritmos, uma mistura de ópera e carnaval, um show de torcida de futebol, um espetáculo. Tudo isso e só uma certeza: a de sair com um sentimento inexplicável para definir o Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, que chega à sua 41ª edição, patrocinada pela Coca-Cola Brasil. Foi essa a sensação que o ator paulista Matheus Nachtergaele (38), e políticos, empresários e cantores sentiram ao pisar pela primeira vez no Bumbódromo - espécie de arena inaugurada em 1988 onde ocorre a tradicional disputa entre os bois-bumbás Garantido e Caprichoso. O Garantido, representado pelas cores vermelho e branca e conhecido como o "boi do povão", conquistou neste ano seu tricampeonato frente ao Caprichoso, que veste o azul e o preto e é conhecido como "boi da elite". Um acontecimento tão gigantesco como a própria Amazônia. O espetáculo que se realiza todos os anos no final do mês de junho, numa ilha em plena floresta tropical, às margens do rio Amazonas - com 6 868 quilômetros de comprimento - chega a reunir 100 000 pessoas nos três dias de apresentação. Nesta época do ano, a ilha de Parintins, conhecida como Tupinambarana, a 420 quilômetros de Manaus, capital amazonense, se divide em entre as duas cores - vermelho e azul - para reverenciar o seu boi. A brincadeira na arena conta as lendas e mitos amazonenses, histórias das tribos e dos caboclos e a herança do bumbá-meu-boi nordestino trazido pelos migrantes para a Amazônia, em 1920, atraídos pelo ciclo áureo da borracha. Embora conhecessem pouco da acirrada disputa entre os doisbois-bumbás, alguns convidados vips do camarote Coca-Cola Brasil - recebidos por Jack Corrêa (53), vice-presidente de assuntos governamentais da empresa -, no Bumbódromo, logo se dividiram entre as torcidas. "Vim como Garantindo. Foi o Ivo Meirelles quem me falou do festival e disse para torcer para eles", contou a cantora Fernanda Abreu (45), ao lado do marido, o cenógrafo, Luiz Stein (50), referindo-se ao músico carioca. O ator Sérgio Mamberti (67), secretário da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, tentou mostrar-se imparcial. "É a primeira vez que venho. Esse espetáculo é o exemplo de como nosso país tem uma cultura cheia de diversidade. Os dois bois estão lindos, mas o Garantido é bem sedutor", analisou Mamberti, apreciando a evolução dos 3 500 brincantes - nome dado aos integrantes do boi - do Garantido. Margareth Garett (50), mulher do pianista Arthur Moreira Lima (66), um dos nove jurados do festival, e a socióloga dinamarquesa Marie Kollin (25), amiga do músico Chico César (42), também no júri, só queriam saber de curtir. "Eles devem estar com uma dificuldade enorme para escolher o melhor", dizia Margareth. Para surpresa dos conterrâneos, o piloto de testes da F-1 Antonio Pizzonia (25) estava conhecendo a festa pela primeira vez. "É até feio falar isso, mas é a primeira vez sim. Sempre estava fora do país na data do festival", contou o esportista amazonense, impressionado com a participação da torcida - lá chamada de galera -, que movimentava velas, balões e fitas coloridas em perfeita sintonia com o espetáculo que se desenvolvia na arena. "Essa participação da torcida que se une aos bois também vale ponto e a população ensaia seis meses por ano", explicava Jack Corrêa, ao lado da mulher, Tatiana dos Mares Guia (39), sobrinha do ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia (63). Também animados no camarote da Coca-Cola Brasil estavam o colunista Alex Deneriaz (42), a advogada Ariane Fiori (26) e o marido, Michel Davitovich (32), diretor de planejamento e pesquisa da Coca-Cola Brasil, Lilian Egoshi (36), gerente de planejamento tributário da empresa, e o americano Mike Edwards, conselheiro tributário da Coca-Cola Atlanta. Apesar de ter chegado tímido ao evento, Matheus Nachtergaele dava seu palpite quanto ao futuro ganhador do espetáculo. "Acho que vai dar o Garantindo. Estão falando que é o melhor. Vou torcer", dizia o ator, que, empolgado, desceu à arena para conferir o evento de perto e dançar ao som da toada - ritmo que embala os bois. Recebido também carinhosamente no camarote do governador do Amazonas, Eduardo Braga (45), e da primeira- dama, Sandra Braga (46), Matheus conquistou mais admiradores. "Ele é um excelente ator. Sou fã dele desde O Auto da Compadecida (1999), com sua interpretação de João Grilo", recordava o governador. De férias da TV desde o término da novela global América, em que viveu o peão Carreirinha, Matheus anunciava que não volta à telinha pelo menos até 2008. Completando 15 anos de carreira, ele vai dirigir o filme A Festa da Menina Morta, que tem roteiro seu e produção de Vânia Catani (40). O longa será rodado em Barcelos, primeira capital amazonense, no alto do Rio Negro. "Sou um brasileiro interessado pelo país. Quando conheci Manaus, em 2000, sabia que iria rodar o meu filme lá", recorda Matheus, que inicia as filmagens em janeiro, com Daniel de Oliveira (28) e Cássia Kiss (48) como protagonistas. Ele já ganhou três prêmios de Melhor Roteiro com o longa: no Festival Rotterdam, na Holanda, em 2003; o Ibermedia, da Espanha, no mesmo ano, e o Procine, em 2001, no Rio. "Espero que minha carreira de diretor dê tão certo como a minha de ator", diz Matheus. Da experiência na arena, o ator era só emoção. "Foi incrível. É muito difícil descrever o que é isso aqui. Tem que ver ao vivo e sentir essa batida de perto."FOTOS: SILVIA SANTANA/SS FOTOGRAFIA