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Marcello Airoldi: sucesso como Gustavo

Com o personagem mulherengo Gustavo, de 'Viver a Vida', o ator Marcello Airoldi revela que já recebeu ameaças e até cantadas na rua. Confira entrevista exclusiva!

<br><i>por Thayana Nunes</i><br><br> Publicado em 10/05/2010, às 18h22 - Atualizado em 11/05/2010, às 12h19

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Marcello Airodi, o Gustavo, em cenas de 'Viver a Vida' - TV GLOBO
Marcello Airodi, o Gustavo, em cenas de 'Viver a Vida' - TV GLOBO
Mesmo mulherengo e machista, o personagem de Marcello Airoldi na novela Viver a Vida, da Rede Globo, deixará saudade. Quem não se divertiu com as atrapalhadas aventuras de Gustavo na trama de Manoel Carlos que atire a primeira pedra. O sucesso foi tanto que nos últimos meses, este ator paulistano, formado pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e integrante do grupo de teatro Ventoforte, foi parado diversas vezes na rua com reações que variavam entre o ódio e a simpatia. "Recebi desde cantadas até ameaças. Já chegaram a me pedir para fazer o biquinho que faço quando 'canto a Malu'", brincou o ator em conversa com o Portal CARAS, sobre as caras e bocas que seu personagem fazia quando tentava conquistar a prima da mulher, Malu, vivida por Camila Morgado. Na trama, Gustavo é tão mulherengo, que mesmo casado com a bela Betina, interpretada por Letícia Spiller, dava em cima da prima Malu, da empregada Nice, vivida por Thaíssa Carvalho, e até jogou seu charme para a personagem de Giovanna Antonelli, a Dora. Na vida real, Airoldi é casado com Lílian de Lima há seis anos, e conta que foi muito namorador quando mais jovem, mas que na verdade é um homem apaixonado. "Sou um homem apaixonado, sempre". Na conversa, ele fala ainda como vê os relacionamentos amorosos atuais, sobre seu trabalho no teatro e revela se aceitaria ou não uma traição. Confira! - Como recebeu o sucesso de seu personagem em Viver a Vida? Esperava por isso? - É muito bom saber que o Gustavo teve a simpatia do público. Sempre esperamos uma boa recepção das pessoas num trabalho, mas isso é incerto e tudo pode acontecer. Desejava muito fazer um bom trabalho, mas não sabia bem como era o personagem. O que ajudou muito foi o bom relacionamento com meus parceiros de cena. O jogo neste trabalho é essencial. - E nestes meses de novela, como foi a reação das mulheres nas ruas? - Recebi desde cantadas até 'ameaças' (risos). Uma vez, um grupo de mulheres disse que me espancaria em praça pública por causa do comportamento do Gustavo. Só risadas depois, claro. Já chegaram até a me pedir para repetir o biquinho que faço quando 'canto' a Malu. Muitas querem que a Betina saia logo com o Carlos, acho que se sentirão vingadas. - Ao invés da reprovação, seu personagem fez muito sucesso entre as mulheres. Por que você acha que isso aconteceu? Acredita que vivemos um novo período no relacionamento entre homens e mulheres? - Acho que o humor é a redenção do Gustavo. Isso o salva de ser o maldito entre as mulheres, seu machismo não agride tanto. Acho que ele tem um certo charme também. Hoje os relacionamentos não são tão duradouros como antigamente, quando se engolia muitos sapos, mas dificilmente alguém se separava. Acho que as pessoas encaram as relações de forma mais aberta, sem que elas representem uma prisão. Mesmo assim, os machistas, homens ou mulheres, são intoleráveis. - Você é casado há quanto tempo? E como vê essa postura de Gustavo? - Estamos juntos há 10 anos, mas casados há 6. Ela é atriz, e sabe que atores vivem as mais diversas situações por causa das personagens. Ela não mistura as coisas. Acho que o comportamento do Gustavo reflete muitos homens brasileiros, que só enxergam o próprio umbigo e acreditam que a mulher com quem casaram estão ali para servi-los. Para fazer o personagem, essas características são ótimas, mas para a sociedade essa postura é atrasada. - Você se considera um pouco machista na vida real? Aceitaria uma traição? - Não sou machista. Não sei se aceitaria uma traição. Talvez se isso acontecesse conversaria, procuraria saber o que há de errado. Ninguém está livre disso. Muitas vezes queremos ser de um jeito e fazemos de tudo pra conseguir, mas deslizes acontecem, é humano. Temos de compreender. - Já foi mulherengo quando mais jovem ou era mais tranquilo? - Já fui bastante namorador, mas sempre romântico. Sou um homem apaixonado, sempre. E acredito que isso é uma das coisas que mais me motivam a atuar, escrever, viajar, criar. Sem paixão não somos nada. - A novela está chegando ao fim. Você está torcendo para o Gustavo terminar com a Betina ou com a Malu? - Torci para o personagem ter muitos conflitos, e o Gustavo foi o rei dos problemas. Vejo que o Maneco tem várias cartas na manga para as tramas da novela, e tudo pode acontecer com o Gustavo. Talvez não fique com nenhuma das duas. Sei lá! - O Gustavo mostra uma realidade de diversos casais, mas de uma maneira divertida. Gosta de fazer personagens mais cômicos ou mais sérios? - Gosto das duas coisas, não tenho preferência pela comédia ou pelo drama. Depende do momento, do trabalho. É mais rico para o ator quando se pode transitar por tudo. - E em toda a sua carreira no teatro e na televisão, qual foi o personagem que mais gostou de fazer? - Fiz Leonardo em Bodas de Sangue, e o Vicente Borrote, numa peça de Ariano Suassuna. Ambos no grupo Ventoforte. Já fui Jung, Adoniran Barbosa, trabalhei em peças de Moliére, Brecht. Difícil escolher, todos são riquíssimos, acho que é parecido quando alguém pergunta de que filho você gosta mais.