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'Poderia ter ganhado muito mais com o Rouge', diz Luciana Andrade

Renan Botelho Publicado em 19/04/2013, às 18h06 - Atualizado em 17/03/2020, às 15h31

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Luciana Andrade - Divulgação/ Leo Pereira
Luciana Andrade - Divulgação/ Leo Pereira

Há quase dez anos, Luciana Andrade (34) decidiu romper com o ritmo Ragatanga, esquecer a coreografia do ‘aserehe-ra-de-re’ e anunciar sua saída do grupo Rouge, que estava no auge do sucesso após ter sido lançado pelo reality showPopstar, do SBT. A notícia surpreendeu aos fãs da girl band e a imprensa.

“A pressão por eu ter saído foi grande, mas não ao ponto de me fazer me arrepender. Eu passava na rua e via minha cara estampada nas revistas. Mas nunca me arrependi, em nenhum segundo da minha vida, foi uma decisão tão pensada quanto verdadeira”, afirma a mineira, que diz ter saído do grupo para defender seus ideais artísticos. “Queria fazer uma música que dissesse algo, que eu conseguisse passar a emoção do que vivi para alguém, que tenha vindo de mim, uma música honesta e verdadeira”, diz.

Começando tudo do zero com um novo grupo, o Lu Andrade & Banda, a cantora garante que não tem mágoas sobre o que viveu no Rouge. Mas concorda que a experiência poderia ter sido mais rentável. “Tinha muita gente lucrando com o grupo. Acho que poderia ter ganhado muito mais, sim. Ganhei dinheiro, mas poderia ter sido mais”, comenta a cantora, que nega ter sido explorada pelo seu talento: “Não vejo desta forma. Foi uma troca, teve gente que lucrou muito, e a gente aprendeu muito”.

- Os anos se passaram e todo mundo ainda fala com você sobre o Rouge. Qual a sua reação quando aparece alguém na sua frente dançando Ragatanga?

[Risos] Eu dou risada, acho massa mesmo. É algo que fez parte da minha vida e não tenho porque ignorar isso. Foi uma época que ficou marcada. É natural as pessoas lembrarem de mim pelo Rouge. Eu e minha banda estamos construindo nosso caminho devagar, é uma fase nova.

- Apesar de nenhuma definição oficial, alguns fãs a consideravam a vocalista principal do Rouge...
Não considero assim. A gente tinha responsabilidades iguais. Naquele momento, eu agradeci muito por não estar sozinha naquele trabalho. Ver que tinham quatro meninas comigo me dava um alívio. Se lançasse uma garota, e essa garota tivesse o sucesso que a gente teve, ia ser muito pesado. 

- Você se sente culpada pelo fim do Rouge – após a saída de Luciana, o grupo entrou em declínio e terminou oficialmente em 2006?
Não. Não mesmo.

- Como foram os primeiros anos depois que você deixou o Rouge e se afastou da mídia? Você viveu algum tipo de crise?
Em 2004, eu fiquei o ano todo sem ouvir música. Dei um tempo para minha cabeça, estava esgotada. Comecei a trabalhar com publicidade, gravando jingles, mas nunca tive a paranoia de querer voltar para o mercado. Em 2005, eu comecei a procurar um parceiro, um empresário para compor comigo e comecei a ouvir folk, rock, e as cantoras e compositoras que eu gosto.  Em 2006, comecei a compor com o Dudu Falcão. Mas não me sentia preparada. Em 2010, fiz um musical, atuei como apresentadora na televisão a cabo – o que foi uma experiência muito bacana e era uma vontade antiga – até que me senti pronta em 2011. Em setembro de 2011, comecei a pensar em voltar e a cuidar da minha banda.

- Quais foram as consequências de ter quebrado o contrato com o Rouge?
Apesar de todo mundo ter falado que eu era proibida de cantar, de aparecer na televisão... não teve nada disso. Eu sumi por uma questão pessoal. Minha advogada conseguiu fazer o desvinculo com a gravadora de uma maneira muito tranquila. Eu podia ter gravado um disco logo em seguida, mas não quis.

- Como é sua relação com as garotas hoje em dia?
Não tenho relação. Cada uma seguiu seu trabalho e é isso.

- Já ouviu a nova música delas,Tudo É Rouge?
Não. Mas uma hora vou acabar ouvindo. Não passou pela minha cabeça, ainda não tive vontade.

- Você disse que sente orgulho por ter sido honesta e ter tido a coragem de romper com o grupo. Qual o preço você pagou por isso?
A pressão por eu ter saído foi grande, mas não ao ponto de me fazer me arrepender. Eu passava na rua e via minha cara estampada nas revistas. Mas nunca me arrependi, em nenhum segundo da minha vida, foi uma decisão tão pensada quanto verdadeira. Eu cresci muito como pessoa, eu tenho muito mais orgulho pelo que fiz do que qualquer outra coisa. Eu amadureci muito, conheci o mercado... Não me arrependo nem de ter vivido e nem de ter saído. Faria tudo de novo.

- O Rouge compensou financeiramente?
Tinha muita gente lucrando com o grupo. Acho que poderia ter ganhado muito mais, sim. Ganhei dinheiro, mas poderia ter sido mais.

- Se sentiu explorada?
Não vejo desta forma. Foi uma troca, teve gente que lucrou muito e a gente aprendeu muito.

- Existe alguma coisa que te faria voltar para o Rouge ou para um grupo semelhante?
Nada no mundo paga o que estou vivendo hoje. Esperei a minha vida toda para viver o que estou vivendo hoje, com a maturidade que tenho, com os amigos, com as relações profissionais que tenho. Eu realmente estou muito feliz hoje.

- Você também disse que saiu do grupo para defender seu ‘ideais artísticos’. Quais são esses ideais?
Basicamente eu queria fazer uma música que dissesse algo, que eu conseguisse passar a emoção do que vivi para alguém, que tenha vindo de mim, uma música honesta e verdadeira. Quando eu vim para São Paulo [antes de participar do reality] eu tinha esses objetivos. Nesse tempo que fiquei afastada, eu busquei os parceiros que eu queria, que pensavam artisticamente como eu. É um sonho cantar o que escrevi.

- Quais as novidades você tem para contar sobre a sua carreira?
Estou em pré-produção de muitas músicas novas, de algumas músicas que já apresento nos meus shows e composições novas. Estou em estúdio, quero produzir música e fazer muitos shows. Vou para o Rio no dia 9 de maio, depois vou para Varginha participar de um festival. Eu sou meio que uma olheira, tenho muita vontade de produzir um artista novo, que está despontando. E também quero continuar fazendo meu som, que levou muito tempo para amadurecer.

- Tem o desejo de emplacar hits nas rádios de novo ou isso deixou de ser prioridade?
Tenho sim, lógico. Não fico comparando com o sucesso que tive no Rouge, mas, para mim, o sucesso do que estou fazendo hoje vale mais do que o sucesso que eu fazia. Eu quero fazer músicas e quero que elas cheguem nas pessoas.

- Você está casada. Quando tiver filhos, vai mostrar o disco do Rouge para eles?
Claro! Mostraria até para os meus netos. Já pensou ‘netinho, a vovó já foi uma Rouge!’ [risos].

- Para encerrar, você ainda sabe a coreografia de Ragatanga?
Não danço há mais de dez anos, honestamente, não sei mais nada da coreografia.

Ouça o single Mind and Heart, de Lu Andrade & Banda: