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LILY RECRIA A CORTE EM CASA

JANTAR TEMÁTICO PELOS 200 ANOS DA VINDA DA FAMÍLIA REAL

Redação Publicado em 13/03/2008, às 11h55

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Com o neto Anthony, ela recebe 140 vips e faz avant-première de peça sobre o assunto histórico.
Com o neto Anthony, ela recebe 140 vips e faz avant-première de peça sobre o assunto histórico.
A suntuosidade dos banquetes da corte portuguesa no Brasil resistiu há 200 anos de história. Pelo menos na casa de dona Lily Marinho (86), no bairro do Cosme Velho, Rio. Viúva do jornalista Roberto Marinho (1904- 2003), a grande dama da sociedade recebeu 140 convidados em seus salões e jardins, inaugurando o calendário de comemorações do bicentenário da chegada da família real ao país. "É a primeira grande festa que faço desde a morte de meu marido e estou muito satisfeita com o resultado. É uma maravilha ver a minha casa cheia. Eu cheguei a ter vontade de chorar, mas consegui me segurar", afirmou a anfitriã, em um longo preto da grife Dior. No ambiente decorado nos tons verde e amarelo, enfeitado com 60 arranjos de flores - copos-deleite, lírios e rosas, misturados a carambolas e cajus -, 24 candelabros e 12 lustres, que reproduziam os da coroação do imperador D. Pedro I (1798-1834), circulavam artistas, empresários, socialites, diplomatas e a cúpula da política nacional, representada pelo vice-presidente da República, José Alencar (76), e sua mulher, d. Mariza Gomes (72). "Estou celebrando aqui para agradecer pela minha recuperação. É a primeira festa da qual participo após minha última operação", contou Alencar, que, em outubro de 2007, passou pela quinta cirurgia para retirada de um tumor abdominal. Apaixonada por Portugal, a ponto de escolher o país europeu para festejar em grande estilo seu aniversário de 79 anos, completados no sábado, 8, Hebe Camargo chegou ao lado do sobrinho e empresário Claudio Pessutti (48). "Tenho uma ligação com aquele país que não sei explicar. Comecei a amar Portugal antes mesmo de conhecer", disse ela, vestindo modelo do estilista Pierre Cardin (85). A apresentadora foi festejada pelo neto mais velho e um dos xodós de Lily, Anthony (9) - herdeiro do filho dela João Batista da Costa (42) -, que se mostrou totalmente integrado à homenagem da avó. "As pessoas aqui são muito legais", disse o menino. Ao lado de Anthony e de d. Lily, Hebe não controlou a emoção à entrada de uma das divas dos palcos. "Não, a Fernanda Montenegro, não! Aí vem a maior atriz do Brasil", exclamou ela, abraçando-a para tirar fotos. Após a tietagem, Hebe confidenciou: "Fernanda me disse que, se eu pedisse um 'selinho' de cumprimento, ela me esganaria". A atriz riu da brincadeira e aproveitou para elogiar a recepção, ressaltando que, atualmente, é muito raro ver alguém oferecer em casa festas grandiosas. "Hoje, só a personalidade especial de d. Lily Marinho para abrir suas portas de forma tão bela e reunir as pessoas das mais diversas áreas numa democracia sem igual", disse Fernanda, ansiosa com a chegada de mais um neto, ainda sem nome, o segundo filho de Fernanda Torres (42) - grávida de oito meses e mãe também de Joaquim (8), da relação com o cineasta Andrucha Waddington (37). "Nossa família é pequena e um neném será ótimo. Tenho toda a paciência do mundo para cuidar de criança", ressaltou a atriz, que estuda um texto do filósofo e escritor francês Jean-Paul Sartre (1905- 1980) para encenar com Sérgio Britto (84). De ascendência portuguesa por parte do pai, o ator Manuel Pêra (1894-1967), Marília Pêra (65) fez coro de admiração à comemoração de d. Lily. "Parece que estamos na Europa. É difícil receber bem, tem que ter muita vocação e preparo", disse ela, ao lado do companheiro de 11 anos, o produtor de cinema Bruno Faria (45), com quem pretende oficializar a união em 2010. À porta da casa, além da anfitriã, os convidados eram recebidos pelo atores João Helder (44), representando o imperador francês Napoleão Bonaparte (1769- 1821), e Andiara Macedo (44), vestida como a primeira mulher dele, Josefina (1793-1814)."Quem proporcionou esta festa, na verdade, foi Napoleão, que forçou a vinda da família real para o Brasil", afirmou a jornalista Hildegard Angel (57), mentora da recepção. "Eu convenci Lily a fazer essa festa grande em nome da história e para os amigos. Ela só promovia jantares formais. Aqui está reunido o que há de melhor no Rio. Pessoas bonitas, bons artistas", completou. Entre os artistas presentes, estavam Letícia Birkheuer (29) e o noivo, o empresário Alexandre Birman (30), dias antes de ela perder o bebê, com dois meses e meio de gestação - eles se casam em 26 de abril, no Rio -, o cantor e compositor Martinho da Vila (70) e a mulher, Cléo Ferreira (37), e os atores Christiane Torloni (50) e Miguel Falabella (51). Após cumprimentar Maria Cecília Geyer (85) e a filha caçula dela, Maria Geyer (47), herdeiras do grupo Unipar, holding do setor petro-químico, Miguel Falabella assistiu à encenação de A Vinda da Família Real ao Brasil feita pela companhia teatral da Casa de Cultura Julieta de Serpa, com direção de Alexandre Morucci. A peça teve sua avant-première três dias antes de entrar em cartaz. "Espero que seja a primeira de muitas peças que promovemos", vibrava o professor Carlos Alberto Serpa (65), com a mulher, Beth Serpa (56), dono da Casa Julieta de Serpa, também responsável pela pesquisa histórica da gastronomia da época. No jantar servido por garçons vestidos de libré, d. Lily ofereceu salada de vieiras e alcachofras ao molho curry, costeleta de cordeiro ao molho de especiarias com purê de mandioquinha e maçã grelhada, javali ao alecrim com champignon de Paris e, de sobremesa, pudim de claras. Todo o cardápio foi criado a partir dos pratos que a corte portuguesa costumava comer. A própria anfitriã os escolheu para brindar seus convidados após uma desgustação no bufê da casa de cultura. Divididos em duas mesas de 70 lugares, sentaram-se personalidades de peso da sociedade. Estavam presentes Carmen Mayrink Veiga (72); Ana Maria Thompson Flores; a juíza Alda Soares (56); o diretor do projeto Música no Museu, Sergio da Costa e Silva (62), e a mulher, Ignes da Costa e Silva (58); Glorinha Paranaguá (78); os imortais Cícero Sandroni (73), presidente da Academia Brasileira de Letras, e Arnaldo Niskier (71), com a mulher, Ruth (61); e a estilista Lenny Niemeyer (53) e o filho Paulo Niemeyer (26). Entre os casais, Ricardo (66) e Gisella Amaral (67), Giovanna (36) e Mário Priolli, Georgia Wortmann (37), ex-modelo, e Almir Ghiaroni (53), oftalmologista; Lílian e Heitor Gurgulino (79), professor; Mylene Fernandes (41), executiva de moda, e Chico Peltier (54), empresário; e o presidente da Compahia de Habitação do Paraná, Rafael Greca (51), e Margarita Sansoni (60). Repetindo a companhia do baile carnavalesco do Copacabana Palace, em 2 de fevereiro, a socialite Narcisa Tamborindeguy (41) se divertia com o empresário Christopher Getty (41). Ele é neto de Jean Paul Getty (1892-1976), fundador da Getty Oil Company e homem mais rico do mundo no século passado. Outra presença internacional na casa da família Marinho era a do empresário dos Emirados Árabes Mohammed Khammas (29), CEO da Al Ahli Group, holding que atua em 25 setores da economia. Ele foi levado pela atriz e empresária Marina Mantega (26), que negocia a instalação de companhias brasileiras em Dubai. "Quando um estrangeiro tem interesse em abrir uma empresa lá, 51% dela têm que pertencer a alguém dos Emirados Árabes. Então, eu faço a ponte", explicou a filha do ministro da Fazenda, Guido Mantega (58). Segundo ela, Mohammed quer construir no Brasil parques com espaço para cinema, shows e hotéis. "Ele é um dos sócios da Universal e influenciou na escolha do Brasil como locação para o filme Hulk", afirmou Marina. Embalada pela orquestra Quadro Antíquo - com violas de gamba, harpa e flautas -, a celebração de Lily Marinho emocionou, em particular, um dos convidados: dom Pedro de Orleans e Bragança (62), tataraneto do imperador dom Pedro I. "Confesso que, para mim, foi muito tocante e forte o momento da representação do Grito da Independência feita pelo grupo teatral. D. Lily é uma grande brasileira, uma grande divulgadora da cultura do nosso país", afirmou o descendente da família real, ao lado da mulher, Fátima (56). Sentada à mesa ao lado do vicepresidente da República José Alencar, a anfitriã ofereceu aos presentes minibolos confeitados com as cores das bandeiras de Portugal, França e Brasil, simbolizando a união entre os povos. "Se o meu sotaque é parisiense, meu coração é do Rio de Janeiro", disse Lily, nascida em Colônia, na Alemanha e criada na capital francesa -onde foi eleita Miss França em 1938 -, antes de iniciar um pequeno discurso. "Este jantar significa um gesto de amizade estreita e fraterna entre Brasil, Portugal e França. Aqui, vemos a importância da presença da família Orleans e Bragança para criar uma nação como esta, com população de 180 milhões de habitantes e território 15 vezes maior do que o da França", afirmou, sob o olhar do cônsulgeral francês Hughes Goisbault (57). "Nós temos que continuar dentro da nossa democracia republicana o trabalho da família real", completou a anfitriã d. Lily.