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Lica Oliveira: atleta, jornalista, atriz e mãe

A atriz Lica Oliveira conta um pouco de sua história de superação: foram mais de 20 anos de dedicação ao vôlei, duas Olimpíadas, três faculdades e muitas conquistas

<i>por Thayana Nunes</i><br><br> Publicado em 25/11/2009, às 13h01 - Atualizado às 18h42

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Lica Oliveira - TV Globo
Lica Oliveira - TV Globo
Quando soube que o tema principal da novela Viver a Vida, de Manoel Carlos, era superação, a atriz Lica Oliveira viu ali um pouco de sua história. Atleta da seleção brasileira de vôlei por mais de 20 anos e formada em jornalismo, Lica tem uma história marcada por muita dedicação, esforço e acima de tudo, superação. Eliani, como era chamada antes de mudar para o nome artístico Lica, participou de duas Olimpíadas, de Los Angeles em 1984, e de Seul em 1988, e sentiu na pele como é passar por derrotas, mas também muitas alegrias que só a vitória em um esporte pode proporcionar. Durante seu período dedicado ao vôlei, ela começou duas faculdades, de fonoaudiologia e de comércio exterior, mas nunca teve tempo de se formar por conta dos campeonatos e dedicação ao esporte. Depois de abandonar as quadras e trabalhar como técnica, decidiu que era hora de se graduar. Lica então se formou jornalismo em 2003. "Durante a faculdade comecei do zero. Trabalhei como estagiária e também no próprio núcleo de comunicação da faculdade. E o telejornalismo sempre me encantou. Era uma coisa que achava que levava jeito", conta em entrevista exclusiva ao Portal CARAS. E foi durante um dos trabalhos do curso de comunicação que acabou fazendo um teste para a Oficina de Atores da Rede Globo. A partir daí, sua carreira deslanchou. Lica já trabalhou em jornalismo na Rede TV!, e com teledramaturgia na Globo e na Record. E em apenas seis anos como atriz, já tem duas novelas do Maneco no currículo, a primeira foi em Mulheres Apaixonadas, de 2002. Hoje, ela vive Edite na trama das oito, e interpreta uma 'mãezona' para Taís Araújo, Aparecida Petrowky e Michel Gomes. Confira trechos da conversa com o Portal CARAS. - Em Viver a Vida você interpreta uma supermãe. Como tem sido dar vida a Edite? - A Edite se orgulha muito de seus filhos. A partir de agora minha personagem vai aparecer mais. Tem toda a situação complicada da Sandrinha (Aparecida Petrowky), agora também com a Helena (Taís Araújo), que está passando por um momento difícil. O Paulo (Michel Gomes) é um cara mais tranquilo, responsável. A Edite é uma personagem carismática, que está sendo bem aceita pelo público. Tenho sido abordada na rua e as pessoas me falam sobre a postura que tenho com meus filhos na novela. - Você tem filhos? Como é mãe Lica Oliveira na vida real? - Tenho um filho de 10 anos, o Tobias. Ele nasceu quando eu morava na Itália com meu primeiro marido. É supertranquilo, nunca me deu nenhum problema. Por enquanto, né? (risos) - Está trabalhando com grandes atores. Como se sente? - Estou tentando absorver o máximo de todos. A Taís Araújo é maravilhosa, seríssima. E está sendo muito bom participar mais uma vez de uma trama de Manoel Carlos. - Como vê a escalação de Taís Araújo para viver a primeira personagem principal negra em horário nobre? - Acho que o destaque do negro na teledramaturgia faz parte de um processo gradual que a história vem tendo. Essa diversidade é muito importante. E o destaque também. Antes a gente não tinha referência aqui no Brasil. Existiam revistas americanas, mas só. Pra mim, esse é um passo grande para a autoestima das pessoas, um salto muito bom e importante na história. Estamos acostumando o olhar das pessoas e mostrando algo que deveria ser natural pra todo mundo. - Em tão pouco tempo de carreira e duas novelas do Maneco no currículo. Como tudo começou? - Quando eu cursava jornalismo, durante uma matéria de comunicação comparada em que tinha que comparar dois telejornais visitei a Rede Globo com a minha turma da faculdade. No meio da visita, uma produtora de elenco me confundiu com uma atriz e pediu para que eu fizesse um teste para a Oficina de Atores da emissora. Me inscrevi, mas desencanei, não acreditava que fosse capaz. Embarquei para a Itália com meu marido na época. E quando saiu o resultado que eu tinha passado, voltei para o Brasil. A partir daí, aconteceram tantas coisas na minha vida. Fiz teatro amador para perder a inibição, nasceu meu filho, terminei meu curso de jornalismo, trabalhei em Mulheres Apaixonadas, em programas de humor... - Trabalhou como jornalista na Rede TV! News. Acredita que sua carreira como jornalista contribuiu de certa forma para sua carreira de atriz? - O jornalismo me abriu muitas portas. Foram dois telejornais da casa e uma experiência e tanto. O que mais me marcou foi uma das minhas primeiras matérias. Estava acontecendo uma operação policial. Muita tensão. No meio de tudo, toda a equipe me deixou com o delegado, enquanto eles foram fazer o retorno de carro. Nesse momento, o tiroteio recomeçou. E eu lá, sem saber o que fazer no meio daquela guerra. Aos poucos fui me acostumando. E com certeza foi uma experiência inesquecível. - O que a disciplina e a dedicação que o esporte proporciona te ajudou durante sua vida? - Com o vôlei, foram 21 anos da minha vida como atleta e como técnica. Comecei aos 18 anos a jogar profissionalmente. Era muita dedicação, treinava oito horas por dia. O esporte nos ajuda a trabalhar em equipe, ainda mais o vôlei que é um esporte coletivo, em que você depende muita de sua companheira para ganhar o campeonato. Você deposita sua confiança no outro. E no jornalismo e na teledramaturgia também é assim. Ali você trabalha junto com seus colegas para que saia uma reportagem legal, uma cena emocionante. - O Rio de Janeiro receberá as Olimpíadas de 2016. Você, que já participou de duas edições, o que acha desta 'conquista' para o país? - Estou muito empolgada com as Olimpíadas. O Rio de Janeiro gosta muito de esporte. Tem torcedor até para partida de bola de gude. O carioca gosta de torcer, tem um espírito pra isso. Mas a cidade está deixando muito a desejar. Além de investimentos que dependem da boa vontade dos políticos, cada pessoa precisa ajudar. Temos que jogar juntos. E cinco anos passam muito rápido.