CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

LEONA CAVALlI SE RENDE À AMAZÔNIA

ATRIZ QUE VIVE DÁLIA EM DUAS CARAS PASSA DIAS MEMORÁVEIS NA SELVA

Redação Publicado em 09/04/2008, às 12h32

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
A bela descansa no espelho d'água do Rio Negro. - Cabloco
A bela descansa no espelho d'água do Rio Negro. - Cabloco
por Marcos Salles A gaúcha Alleyona Canedo da Silva (37), a Leona Cavalli, nasceu em Rosário do Sul, quase na fronteira com o Uruguai, cresceu, estudou e se tornou atriz. No momento em que comemora 15 anos de carreira, ela atravessou o país e viveu emoções inéditas em plena selva amazônica: visitou uma tribo indígena, nadou com botos cor-de-rosa, segurou um filhote de jacaré e conduziu uma canoa, remando no Rio Negro. "Foi uma aventura linda. Fiquei impressionada com a alegria que os índios têm em nos receber. Não é uma coisa automática, apenas de receber turistas, mas de coração. Foi uma aula de hospitalidade", contou ela, ao sair da comunidade Sahu Apé, da tribo Saterê Mawé, que fica na margem direita do Rio Negro. Leona, que já havia conhecido índios gaúchos na região das missões, no Sul do país, também conferiu a magia do ensaio do Boi Caprichoso, no Sambódromo de Manaus, onde dançou, tocou surdo, chocalho e ainda foi homenageada por sua atuação como Dália, da novela Duas Caras, da Globo, e por já ter gravado na cidade, como a Justine, da minissérie Amazônia. - Você saiu da floresta encantada com os índios, não é? - Totalmente. Eles nos oferecem o que têm de melhor. Sua arte, sua alegria. São artistas, cantam, tocam, fazem artesanato, perfumes, remédios. E possuem uma escola com aulas de português e de tupi-guarani de segunda a sábado. Impossível não querer voltar. E no final ainda participei de um ritual com o índio Sahu. - Sentiu-se bem ao participar da pajelança? - Receber uma proteção bem no coração da floresta é algo inexplicável. Foi uma emoção forte. - Você nem percebeu o interesse do Cacique Pixita em você, não é? Ele assiste à novela e disse que você poderia ser sua esposa na tribo, se quisesse. E isso com total apoio de sua mulher... - Nossa, é sério? Não percebi mesmo. Então, não posso voltar lá sozinha, não é mesmo? (risos) - Quanto ao relacionamento de sua personagem com um heterossexual e um gay... você já viveu situação parecida? - Na novela esta relação faz bem para eles, independente de opção sexual. Nunca vivi situação semelhante, mas tenho uma amiga que tem uma relação parecida. É mais comum do que se imagina. Na trama, o mais importante é que ambos, Bernardinho (Thiago Mendonça) e Heraldo (Alexandre Slaviero), querem assumir a paternidade por amor, independente de quem é o pai biológico. - E você, como vai o coração? Está solteira, casada... - Pode parecer o velho chavão, mas não é. É claro que namoro, mas agora estou solteira, e o trabalho vem em primeiro lugar. - Considera a maternidade um sonho a ser realizado? - Claro que um dia quero ser mãe, mas não é um sonho. A maternidade virá naturalmente. É preciso que eu tenha uma pessoa legal ao meu lado também. - A Dália é uma ex-drogada. Você já consumiu drogas? - Tenho sorte neste trabalho, justamente por ter várias caras. A Dália se recuperou por causa do carnaval. Eu não fumo, não bebo e sou contra as drogas. Nunca me droguei. Até porque, para representar um papel assim tenho de ser uma pessoa saudável. - Qual o seu vício? - É meu trabalho. Além disso, gosto de beber muita água. - O que mais a impressionou nestes dias na floresta? - Este lugar é único, diferente e mágico. Fiquei impressionada como aqui tudo vive. Não é uma teoria, mas uma verdade. Não estamos nós no rio. Estamos nós e o rio. É a natureza pulsando, respirando, nos protegendo. Tudo isso nos dá uma grande consciência ecológica. Como é que alguém pode sujar este rio? Não pode. - O clima da viagem até derrubou sua opção alimentar... - Sou vegetariana há sete anos, e desde 2005 não como nem peixe. Mas não sou radical. Abri uma exceção para as coisas típicas da terra, provei costela de tambaqui e descobri que é uma delícia. - Como foi a experiência de nadar com os botos cor-de-rosa? - A sensação de estar na água com eles é indescritível. Enquanto alimentava a Júlia - os botos recebem nomes pelo tratador Curió -, muitos outros ficavam em volta, tocando em mim. - Não sentiu medo? - Não, eles são muito carinhosos. Também fiquei impressionada, na noite em que fui à focagem de jacaré, com a rapidez com que o canoeiro Jesus mergulhou nas águas do rio e trouxe o filhote para a canoa. - No ensaio do Boi Caprichoso você parecia uma verdadeira cabocla de Parintins. - Foi uma energia pura de muito amor, contagiante. Era o Dia da Água e, coincidentemente, resolvi colocar um vestido azul, a cor deles. Foi lindo! Não conseguia parar de dançar. E não resisti ao passar por dentro da marujada (bateria). Toquei um pouco de surdo e de chocalho. Adoro percussão e toco um pouco de bongô. Para completar, agora quero conhecer o Festival de Parintins, em junho próximo.