KRISTHEL BYANCCO RENOVADA

por Luciana Palmeira De personalidade e estilo marcantes, a atriz e designer de jóias Kristhel Byancco (45) definitivamente não passa despercebida. Ao contrário, essa mineira incendeia qualquer ambiente com sua presença. "Eu cheguei aos 45 anos sem nunca ter passado por cirurgias plásticas. Nem botox!", garante ela, que está rindo à toa. Feliz não somente pela boa forma física, ela comemora sua volta às oficinas de ourivesaria com o recente lançamento, no Canadá, de uma coleção de jóias inspirada na Amazônia, e faz um balanço positivo da vida pessoal - apesar de ter vivido, no últimos anos, uma relação desgastada com ex-deputado Ricardo Rique (54), com quem ficou casada por 15 anos. "Sinto que este será o ano de meu renascimento. Em 2007 poderei voltar a pôr em prática todos os dons que me foram dados por Deus", planeja. Para revelar os segredos que a mantêm sempre jovem e alegre, contar como encara o fim do casamento e refletir sobre a carreira e projetos sociais, Kristhel fala com CARAS na bucólica Casa da Fazenda do Morumbi - espaço de cultura, lazer e gastronomia e sede da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História -, em São Paulo. - Você está separada do deputado Ricardo Rique há três anos. Está tudo superado e resolvido entre vocês? - Fui casada com Ricardo por 15 anos e só me separei legalmente agora, no fim de abril. Ele saiu de casa há três anos, mas nunca me comportei como uma mulher solteira. Não casei pensando em me separar e amo a família. Essas são coisas sagradas para mim, mas infelizmente escolhi o homem errado. Agora, no tribunal, vi uma pessoa estranha, não era aquele Ricardo a quem tanto amei. Por causa do estresse psicológico, há dois anos fiquei com o corpo paralisado por 15 dias. Não conseguia nem me levantar da cama. Tudo isso está sendo muito difícil para mim, mas o carro não pode parar. Há duas pessoas nesse mundo que dependem de mim: meus filhos, Newton Rique Neto (10) e Rebeca Lima Rique (6). - E o que você faz para esquecer? - Me dedico a outras coisas. Amo moda, dança, interpretação e, principalmente, criar jóias. Meus filhos têm esse traço também. Newton Neto já decidiu que quer desenhar os próprios carros e Rebeca gosta do fashion. Procuro exercitar meus dons artísticos. - E quais dons exerce com freqüência? - Nos últimos meses me dediquei, quase que exclusivamente, à criação de minha sétima coleção de jóias, a Triunfo à Natureza, que acabei de lançar na abertura do 41º Brazilian Carnival Ball, em Toronto, no Canadá. Mostrei 20 biquínis e maiôs com aplicações de pedras e metais preciosos, dos quais quatro modelos foram desenhados por minha filha Rebeca. Foi um sucesso! As pessoas ficaram enlouquecidas! Essa minha relação com o design vem de muitos anos e nasceu de repente. Uma noite, em Miami, sonhei que estava cercada de pedras preciosas. Acordei e, como não tinhas lápis de cor, desenhei com batom, lápis de boca e de olho uma coleção inteira. Fora isso, eu não paro! Estou buscando coisas novas constantemente e, claro, cuidando de mim. - E como você se cuida? Tem algum segredo de beleza? - Apesar de ser formada em educação física, não sou adepta de academias e exercícios muito pesados. Durmo muito e bem. Posso enfrentar a maior adversidade do mundo, mas consigo deitar e dormir e gosto mesmo das coisas naturais. Não pratico nenhum tipo de ginástica, mas não tenho o hábito de beber ou fumar. No banho, muitas vezes uso frutas no lugar de sabonete. Tenho uma dermatologista que prepara cremes maravilhosos, mas o segredo mesmo é o azeite. Não é para tomar não e sim para usar na pele. Passar azeite de oliva com ervas no corpo é uma tradição que vem de minha bisavó italiana. Outra coisa importante é o culto ao agradecimento. Todos os dias me olho no espelho e agradeço por ser perfeita, ter saúde. Conversar com o próprio organismoé fundamental para o equilíbrio. Me reverencio todos os dias. Tenho orgulho de dizer que cheguei aos 45 anos sem nunca ter feito uma plástica, nem mesmo colocado botox. - Você voltou aos palcos no início de 2006, depois de 13 anos, protagonizando a peça Rainha Esther, em São Paulo. A experiência despertou o desejo de também retornar à TV? - Adorei fazer novela e cinema. Penso sim nessa possibilidade. Mas acalento um sonho que espero ver em breve concretizado: o de apresentar um programa de TV. Quero tratar de problemas sociais, da valorização da mulher e da beleza que une o interior e o exterior. Quero usar minhas habilidades e minha arte para modificar alguma coisa no mundo. Sou muito intensa e tudo que faço é sempre com uma dose enorme de carinho e amor. Mesmo na hora de cozinhar, atividade que adoro, coloco muito de minha energia e uma carga de vibração positiva. Acredito que esse programa será um sucesso total, pois ele está cheio de sentimentos bons e verdadeiros. - Sua intensidade se revela também na participação em atividades sociais. - É verdade. Infelizmente, a Organização Não-Governamental que fundei em João Pessoa, Paraíba, a FEC - Fé, Esperança e Caridade, está fechada há cerca de um ano e meio. Isso se deu porque, depois da crise no casamento, não pude ir muitas vezes àquele Estado amado, onde nasceu meu marido e que adotei como se fosse meu. Ajudamos milhares de jovens e crianças com programas profissionalizantes. As pessoas me chamavam de louca quando me viam junto a viciados em cheirar cola, sentada nos meios-fios das ruas de João Pessoa. Muitas vezes, eles só precisavam de uma conversa amiga, de um conselho de alguém que poderia ser mãe deles. Como estou morando no Rio, quero levar aqueles projetos de sucesso para a Baixada Fluminense, onde tem gente que também precisa de minha ajuda. Não vou descansar enquanto não fizer isso. Não dá para ser feliz, para fechar a porta enquanto houver injustiça no mundo. Dure o tempo que durar, vou brigar até o fim para que as pessoas tenham mais dignidade. A minha luta não é para ter carro importado, mansão, jóias. Isso a gente não leva para outras vidas. O que realmente importa é o amor, isso é a essência de tudo. Agradecimentos: Casa da Fazenda do Morumbi, Ricardo Olavo, Fernando Pires, Gaúcha Biquínis, Jambert Haute Coiffure e Duee. FOTOS: MARTIN GURFEIN