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JONAS BLOCH E SYLVIA

O BUCÓLICO REFÚGIO DOS ATORES EM MINAS

Redação Publicado em 01/06/2007, às 12h58

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O casal no chalé de sua pousada, em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, MG, onde ela mora. Já o ator da Record se divide entre o vilarejo e os trabalhos no Rio
O casal no chalé de sua pousada, em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, MG, onde ela mora. Já o ator da Record se divide entre o vilarejo e os trabalhos no Rio
por Bianca Portugal Tudo começou com uma pequena caixa de jardinagem com uma pá, um ancinho e os documentos de uma propriedade. Era o presente de Natal do ator Jonas Bloch (67) para sua mulher, a atriz Sylvia Vianna (43), em 1999. O terreno em Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, MG, estava vazio, mas já anunciava um futuro a dois. "A vinda para cá foi para realizar um sonho de Sylvia, que nasceu em Belo Horizonte e passou vários finais de semana da infância em Lavras. Ela sempre pensou em morar aqui e quis fazê-la feliz", disse Jonas. Primeiro o casal construiu apenas dois quartos para descansar nos momentos de lazer, mas encantados com o vilarejo, decidiram investir em outro terreno, onde fizeram a Pousada do Menestrel. Hoje, Jonas e Sylvia possuem uma casa, uma pousada, um teatro onde dão aulas para moradores locais, uma doceria com sobremesas preparadas pela própria atriz, uma loja de souvenir e o mais recente investimento, uma creperia. E o que começou como desejo de satisfazer a companheira, tornou-se para Jonas não apenas uma fonte extra de renda, mas também uma receita de longevidade. "Eu não consigo vir toda hora por causa dos trabalhos que estou sempre fazendo, mas quando venho, produzo muito. Aqui, planto, faço esculturas, desenho camisetas e outros objetos para a minha loja, ando a cavalo... Sem contar que adoro fazer obras. Eu mesmo planejei toda a pousada e a nossa casa. É ótimo para espairecer e recarregar as energias. Volto renovado", explica o ator, que se prepara para fazer sua segunda novela da Record, ainda em fase de pré-produção, e aguarda o lançamento do longa Nossa Vida Não Cabe Num Opala, de Reinaldo Pinheiro, previsto para o segundo semestre deste ano. - Você planeja um dia se aposentar e morar em Lavras?Jonas - Pensar eu penso, mas acho difícil. Adoro meu trabalho de ator e estou sempre produzindo. Sylvia - Não vejo o Jonas parado. Acho que se ele escolhesse um lugar para morrer, seria o palco. Jonas - Sem dúvida. - O que te dá prazer aqui?Jonas - Gosto muito de plantar. É minha aeróbica rural. E curto ver a planta crescendo. Gosto de semear e frutificar. Além disso, invisto nas artes plásticas. Faço esculturas em pedra sabão, plastic e ludo. Faria até mais coisas, mas aqui o tempo voa. Parece que é muito parado, mas estamos sempre fazendo tanta coisa que nem sentimos o tempo passar. Sylvia - Tem gente que vai para a cidade pequena e diz que fica entediado, mas para mim o tédio é interno, não é da cidade. Nós, por exemplo, sempre estamos inventando, onde quer que a gente esteja. Uma vez o acompanhei a Portugal durante temporada da peça Senhor das Flores e fiquei triste nos primeiros dias. Mas logo depois estava fazendo tortas para vender na portaria do teatro. Jonas - Ela sempre foi assim. Quando fica nervosa, faz um bolo. E eu que engordo. - Quantos anos juntos?Sylvia - Namoramos dois anos. De casamento, já são dez. - Como vocês se conheceram?Jonas - Ela foi minha aluna. Sylvia - Bem antes eu havia estudado o Jonas no teatro. Sou de Belo Horizonte e ele foi um dos precursores do teatro em Minas, então a gente estudava ele. Um dia, no Rio, o conheci e ficamos amigos. Estava casada na época. Hoje brinco que me separei, fiquei magoada e usei o ombro dele para chorar, só que uso até hoje. Jonas - Ela começou chorando e acabou sorrindo. A vida dela se divide em AJ (antes de Jonas) e DJ (depois de Jonas). (risos) - Quantas vezes foram casados?Sylvia - Fui casada com o Pedro Paulo, diretor de teatro, com quem tenho meu filho, Pedro. Jonas - Me deu um branco... Vivi situações que não dá para definir como casamento. A pessoa vai ficando e dá a sensação de que era casamento, mas para mim não era. Digo que Sylvia foi minha terceira mulher. As outras duas foram a mãe das minhas filhas, Débora e Deni, e tive outro casamento de três anos com uma bailarina. - Casamento é bom?Jonas - É, mas como tudo na vida, tem dois lados. Ou ninguém se separava. Mas a Sylvia foi o grande encontro. É especial. Sylvia - Na verdade não gosto de casamento. Sempre juntei. Mas depois eu descobri que é a mesma coisa. - Hoje a Sylvia mora aqui e você está sempre viajando. Com que freqüência se vêem?Jonas - É muito variada. Ou ela vai para o Rio ou eu venho para cá. Mas de um modo geral, conseguimos nos ver todo mês. - E a saudade?Jonas - Isso é o mais complicado. Mas Sylvia está feliz aqui, então não posso dizer para ela ir para o Rio, onde acaba ficando sozinha em casa. Nem ela pode me pedir para largar a profissão e vir para cá, porque não só é a minha sobrevivência, mas também é o que gosto de fazer. Tenho uma prima que diz que o nosso casamento dá muito certo porque a gente se vê pouco. Não é verdade. A gente tem uma sintonia muito grande e identificações incríveis, como, por exemplo, o fato de estarmos sempre produzindo. Mas não nego que tem horas que é muito difícil mesmo. Sylvia - A gente tem um telefonema diário, à noite, que é sempre bem longo. É difícil porque ao mesmo tempo penso que estou muito bem aqui, mas sinto saudades. Mas, desde que estamos juntos, o Jonas está sempre viajando. Então não adiantaria eu ficar no Rio. Jonas - A verdade é que longe ou perto sempre a admiro e sempre a admirarei. Sylvia é uma pessoa iluminada e agregadora. Consegue fazer com que as coisas corram leves e com alto-astral. Ela é uma verdadeira lição de vida. Agradecimentos: Restaurante Galo do Campo FOTOS: CADU PILOTTO