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JANAÍNA LINCE E EVANDRO MARTINS FONTES

À ESPERA DE MANUELA, OS PAPAIS ABREM SEU LAR MULTICULTURAL NA CAPITAL PAULISTA

Redação Publicado em 12/10/2007, às 12h31

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O casal na sala de sua bela casa, decorada com obras do artista carioca Célio Silva - Marcelo Navarro / Lumiere
O casal na sala de sua bela casa, decorada com obras do artista carioca Célio Silva - Marcelo Navarro / Lumiere
por Márcia Bechara Uma mistura de brasilianismo com tempero suíço. Assim pode ser definida a estonteante atriz Janaína Lince (31), grávida da primeira filha, Manuela, esperada para novembro. Com nome de orixá - um dos prenomes de Iemanjá - e alma de artista, Janaína traz uma história peculiar na bagagem, que vai além do sucesso nas novelas: nascida em solo brasileiro, migrou aos 2 anos com a mãe, Márcia Lince (49), então mulata do Sargentelli (1924-2002), para a Suíça, onde foi educada, aprendeu três idiomas e fez carreira em publicidade, moda e música. Brasileira "para inglês ver", quando chegou ao país, aos 18 anos, Janaína nem conhecia o carnaval carioca. Hoje, casada há um ano e dez meses com o editor de livros Evandro Martins Fontes (46), herdeiro da tradição livreira que compõe seu sobrenome e dono de selo próprio, o Martins, Janaína, também cantora e formada em Fisioterapia, leva uma vida feliz e cheia de planos para o futuro em um grande reencontro com o Brasil. Moradores de uma casa elegante projetada por Paulo Mendes da Rocha (78) na região oeste de São Paulo na década de 1950 e decorada com obras de artistas brasileiros e objetos trazidos de viagens, Janaína e Evandro receberam CARAS. - Após reencontrar suas origens no Brasil, você começa a construir seu próprio núcleo familiar. Como tem sido esse processo? - De reencontro. Sempre que vinha visitar a família, era uma choradeira na hora de ir embora. Minha mãe partiu para a Europa quando eu tinha 2 anos, acompanhando o Sargentelli, e fez carreira estável como artista. É uma das pessoas que mais admiro no mundo. Em determinado momento, ela sentiu saudades do Brasil e reinventou- se por aqui, como artista e cantora. Meu pai, Juarez Pereira Rodrigues, de 60 anos, mora no Rio, e tenho um irmão, Mathias Rickli, de 26, muito parecido comigo, que mora na Europa. Hoje canto e toco tambor de maracatu com minha mãe e meu padrasto, Valdir Afonjah, no Grupo Afonjah. Recuperamos ritmos brasileiros, como os cocos, xaxados, jongos, capoeiras e sambas e estamos lançando o segundo CD. - Você parece ter uma relação forte com sua mãe. - É verdade. Acho ela uma artista e tanto, sem contar sua história de vida, mais importante que a da Ophra Winfrey! (risos) Sério, o sonho dela desde pequena era ser artista; como a família não tinha condições, ela fugiu de casa aos 10 anos para o Rio. Foi menina de rua, trabalhou com o Sargentelli na casa de shows Oba Oba até que foi em turnê para a Europa e se deu superbem. Montou grupo próprio e se apresentava pela Europa cantando com 9 músicos e 12 bailarinos. Ela foi pai e mãe para mim. - Você e o Evandro tiveram um primeiro encontro atípico, não? Janaína - Sim, nós nos encontramos no Aeroporto de Guarulhos, entre uma viagem e outra. Foi engraçado. Estava comentando com uma amiga que queria conhecer o Haiti, o Evandro escutou e me disse que não seria exatamente a melhor opção de turismo. Evandro - Conheço bastante o país, fui correspondente de TV estrangeira lá e sabia que não se tratava de um local turístico. Mas achei interessante uma mulher desejar ir ao Haiti. Janaína - Evandro é romântico. Adorei ser pedida em namoro. Nem sabia que isso ainda existia. - Este cosmopolitismo parece influenciar a decoração da casa.Janaína - Sim. Em termos de estrutura, tentamos não mexer em nada, já que é uma bela casa da década de 1950. Até as portas corrediças são originais. Já a decoração reflete nosso gosto particular pelas viagens: tanto Evandro como eu moramos muito tempo fora. Evandro - Trouxe os dois budas da sala de viagem ao Cantão, quando era jornalista documental. A tapeçaria compramos no Egito, onde ficamos noivos. Os painéis da sala são de Célio Silva, do Morro do Cantagalo, que "descobri" expondo na orla de Copacabana. Ele trabalha muito com temas brasileiros, do panteão do candomblé ao cotidiano do morro. Janaína - E amo plantas. Plantei acerola, limão, jabuticaba. E bananeiras, que lembram a casa de minha mãe, na Gávea. Gosto também de estrelícia, flor tropical. - Qual seu canto preferido? - A varanda do meu quarto, que fechei com vidros para fazer técnica vocal. No geral, gosto da amplidão e da luz natural que incide sobre os cômodos. - Como estão se preparando para a chegada de Manuela? - Está tudo bem, tenho me cuidado e feito yoga para gestantes. Decorei o quartinho com tema de selva e bichinhos em verde, laranja e cru. A novidade é que, de cara, ela ganhou um irmão, o Felipe, filho do Evandro de união anterior. Evandro - Felipe tem 12 anos e mora conosco há alguns meses. Veio da Ucrânia, onde vive sua mãe. Está se adaptando à escola, já que só fala russo e um pouco de inglês, mas estamos felizes com a perspectiva de uma família maior. - E a carreira? - Conversei com Aguinaldo Silva quando pintou o convite para a novela Duas Caras. Concluímos que seria demais para uma atriz grávida, mas ele disse que da próxima não "escapo". (risos)