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Carlos Alberto Parreira declara que se sente "rejuvenescido" como técnico do Brasil

Em casa, Carlos Alberto Parreira diz como incentivo de sua amada Leila foi fundamental para que voltasse à Seleção

Redação Publicado em 04/12/2012, às 22h37 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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O novo coordenador técnico da Seleção clica a a mulher, com quem está há 41 anos. - -
O novo coordenador técnico da Seleção clica a a mulher, com quem está há 41 anos. - -

O desafio é imenso: ajudar a enterrar um trauma que resiste desde 1950, quando o Brasil perdeu, na final contra o Uruguai, no Maracanã, uma Copa do Mundo em casa. E é com ‘espírito de garoto’ que Carlos Alberto Parreira (69) assumiu na quinta-feira, 29, o cargo de coordenador técnico da Seleção que vai brigar pelo hexacampeonato no torneio novamente disputado no País, em 2014. Em seu apartamento, no Rio, ele assume que não teve dúvidas em fazer nova pausa na vida confortável que vinha levando, com rotina mais calma e tempo para se dedicar à família e a hobbies como a fotografia e a pintura. “Isso não é nem um desafio, é uma missão. Motiva a gente ver finalmente o Brasil campeão do mundo diante de sua torcida. Me sinto rejuvenescido”, ressalta ele, dono de um currículo invejável no futebol: participou das conquistas de 1970, no México, como preparador físico, e a de 1994, nos EUA, como treinador, além de ter dirigido outras seleções em cinco copas. Ele não esconde que muito da motivação vem também do apoio de Leila, com quem está casado há 41 anos e teve duas filhas, a arquiteta Dani (35) e a publicitária Vanessa (38), que lhe deram os netos Letícia (8), Lucas (6), Rafael (5), Isabela (2) e Laura (7 meses). “Leila é meu alicerce”, declara-se.

– Como a família recebeu a notícia de seu retorno à Seleção?

– Eles sabiam que não seria mais treinador, mas, para coordenador, se surgisse um convite, a tendência era que aceitasse. A família participa de maneira entusiasmada.

– São 41 anos de união. O que mais admira em Leila?

– A gente se entende. Apesar do casamento longo, somos cada vez mais cúmplices. Ela é minha parceira, amiga. Sempre se dedicou inteiramente. Sem Leila, nada disso teria acontecido. A gente sai pelo mundo e são as mulheres que ficam tomando conta de tudo.

– Você sempre fala de forma apaixonada também dos netos...

– Eles têm esta capacidade de gerar energia, de renovação. A presença deles é essencial.

– Os meninos curtem futebol?

– Gostam bastante. Um adora o Fred, o outro, o Neymar. Na copa da África, sabiam os nomes dos países. Hoje, as crianças são espertas, prematuras para a idade.

– Ao aceitar o novo cargo deixará de lado hobbies como a fotografia e a pintura?

– Para pintar você precisa de tempo e dedicação. Do contrário, não consegue. Já a fotografia é diferente. Quando as crianças estão aqui em casa, pego a câmera e saio clicando. Tenho um arquivo de quase dez mil fotos. Confesso que sessenta por cento são das crianças. (risos)

– O que mais pesou para aceitar o chamado da CBF?

– Dirigi a África do Sul em 2010 e tive a oportunidade de sentir o quanto é importante comandar o país promotor de um evento assim. O time da casa é outra coisa. Vira um acontecimento, todos os setores da sociedade se mobilizam, do presidente ao mais simples cidadão. E o Brasil, o País do futebol, vai fazer grande festa. Como houve a oportunidade, não pensei duas vezes. Ficar fora desta, nem pensar.

– Preparado para cobranças?

– Na Seleção sempre há pressão. Mas torcedor tem que apoiar a equipe. Nunca esqueço da partida decisiva contra o Uruguai pelas eliminatórias, em 93, no Maracanã. O Brasil tinha a vantagem de empatar. Era um jogo complexo, havia a lembrança do Maracanaço, em 50, quando perdemos o título. Mas o povo foi sensacional. Ainda no ônibus, no caminho para o estádio, os carros paravam, as pessoas tomaram as ruas. Isso me emociona até hoje.

– Como analisa a parceria com o Felipão, novo treinador?

– Primeiro, destaco a competência dele, a capacidade de aglutinar. E existe respeito e carinho grandes. Fiquei muito feliz com a receptividade. Se um treinador não quer uma pessoa, acabou, tem que ter afinidade. Ele me recebeu de braços abertos, disse que participarei junto. Então, vou me sentir útil, é o mais importante. Não passa pela nossa cabeça perder a segunda copa em casa. Mas sabemos que não virá só com palavras, sim com trabalho, planejamento. Teremos que ser efetivos e pragmáticos nas decisões, aí vale a estrada porque o tempo é curto.