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A infidelidade financeira costuma ser tão traumática quanto a sexual

Redação Publicado em 02/05/2012, às 11h57 - Atualizado em 23/01/2013, às 23h20

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O termo fidelidade guarda uma ligação com fidúcia, que significa confiança — o fundamento de todas as alianças, contratos, parcerias e uniões. Sem confiança, a civilização não teria forças para se constituir. Mas a desconfiança sempre está à espreita. Nos relacionamentos amorosos, assombra principalmente quem teme a traição afetiva ou sexual, causando agudo e traumático sofrimento, mágoas e mesmo separações irreversíveis. Não é esta, porém, a única fonte de desconfiança entre casais.

Embora o inegável poder do amor e do sexo na vida humana emita luz fortíssima, capaz de cegar os incautos para outros riscos, eles existem. Um desses riscos se chama dinheiro.

Nem mesmo o criador da Psicanálise, o austríaco Sigmund Freud (1856-1939), se deteve muito sobre essa outra vigorosa dimensão de nossa existência. Se o sexo hoje é praticamente banalizado, o “vil metal” continua sendo tratado com certo pudor pelos casais, e isso apesar da onipresença do capitalismo selvagem, que rege de forma materialista a vida na atualidade. O fato é que a questão do dinheiro nem sempre é conversada às claras pelos parceiros. Por isso, muitos acabam enfrentando um outro tipo de infidelidade, que provoca dor tão intensa quanto a sexual: a infidelidade financeira!

Na vida a dois, a expectativa é a de que predomine a transparência e a ética mútua, inclusive no que diz respeito ao dinheiro de ambos. Precisamos saber com quem nosrelacionamos e que, no mínimo, estamos em segurança. Afinal de contas, dormir com o inimigo, ninguém merece! 

Quem acompanha casos de infidelidade financeira reconhece que seus efeitos são muito danosos — às vezes fatais — para o destino da união. E não é apenas o marido — geralmente o maior provedor da família — quem faz o papel de vilão, manipulando o poder econômico. Acontece, sim, de ele ocultar negócios para sonegar dinheiro à mulher e aos filhos, ou se arriscar, contraindo dívidas secretas, colocando em perigo a segurança da família. Muitas vezes desvia recursos do bem-estar conjugal e familiar para gastar em jogo ou noitadas. Mas a mulher também pode trair nesse setor — da mesma forma que o marido, quando tem renda equivalente ou maior, ou de outras formas, quando é financeiramente dependente. Nesses casos, é comum que faça chantagem sexual em troca de regalias ou desvie dinheiro sorrateiramente, seja para a eventualidade de uma separação, seja para finalidades escusas, ou mesmo frívolas.

Os exemplos se multiplicam. De causas variadas, esse tipo de desarmonia termina por fazer do dinheiro um instrumento de agressão, disputa ou manipulação, além de motivo de angústias e problemas emocionais de um ou de ambos os parceiros.

O ideal, quando o assunto explode, é botar as cartas (ou as notas) na mesa e esclarecer as coisas. O casal precisa solidarizar-se na gestão da economia doméstica, com transparência. Nem sempre é fácil, pois frequentemente o dinheiro integra um jogo perverso de interesses nada racional, que não combina com sensatez. Melhor seria não chegar a esse ponto, mas isso é privilégio daqueles casais que constroem sua relação levando em conta, desde o princípio, o fundamento básico da confiança. A confiança de que serão justos, éticos e decentes um com o outro. E generosos. Pois o amor floresce melhor num ambiente onde predomina a gratidão recíproca.