HUMBERTO MARTINS NO BERCO DO GOLFE MUNDIAL

Os britânicos, que inventaram a maioria dos esportes, também criaram o golfe, ainda que digam que os gregos, na Antiguidade, e os holandeses, mais tarde, praticavam esporte semelhante, o kolf. Está claro, no entanto, que o golfe, tal como o conhecemos, nasceu na Escócia, no século XIV. É aquele país o seu berço e tamanho é o seu reconhecimento que vencer o Aberto Britânico é quase como ganhar uma Copa do Mundo no futebol. Reconhecido como o mais antigo da especialidade, o que ratifica a invenção britânica, o clube escocês Black Heath foi fundado em 1608 por súditos de um fã do golfe: Jaime VI (1566- 1625), rei da Escócia em 1567 e depois entronizado como Jaime I, na Inglaterra, onde reinou entre 1603 e 1625 e iniciou a dinastia de 111 anos dos Stuart. Já Jaime II (1633- 1701) - que era neto de Jaime I, reinou na Escócia como Jaime VII e foi rei da Inglaterra entre 1685 e 1689 - jogou em 1657 a primeira partida internacional de golfe em dupla com um sapateiro da capital escocesa, Edimburgo, derrotando dois nobres ingleses. Loucos por esporte, loucos por golfe, os britânicos viveram na última semana jornadas apaixonantes, vibrando simultaneamente na Escócia e na Inglaterra em duas competições Pro-Am, entre profissionais e amadores, como raramente se vê: com famosos do mundo todo. É o que muitos chamam de a semana inglesa de golfe para celebridades. Uma delas é o Alfred Dunhill Links Championships, que começou como Copa Alfred Dunhill em 1985, ganhou este formato em 2001 e distribui mais de 9 milhões de reais em prêmios. Mantendo a tradição de seis anos de triunfo inglês em território escocês, o primeiro lugar do torneio individual foi do inglês Nick Dougherty (25), que levou 1,4 milhão de reais após brilhar nos campos de Carnoustie, Kingsbarns e The Old Course, estes dois em Saint Andrews, local da faculdade homônima, de 1411, onde o golfe começou a se tornar popular. Entre os amadores da competição - que beneficia a St. Andrews Pilgrim Foundation e a South African Golf Development Board - estavam atores como o bonitão inglês Hugh Grant (47), os americanos Dennis Hopper (71), Michael Douglas (61), Samuel L. Jackson (58) e o carismático Bill Murray (57), além de ídolos dos esportes, como o extenista alemão Boris Becker (39) e o singular ex-futebolista holandês Johan Cruijf (60). No outro, o Duke of Edinburgh Golf Tournament, a principal estrela foi o brasileiro Humberto Martins (46), quase tão bom golfista quanto ator. São torneios diferentes que só se conectam pela imprensa pela qualidade de suas celebridades. Com nome em homenagem ao marido da rainha Elizabeth II (81), o príncipe Philip (86), o torneio reverte parte da renda para projetos em prol de jovens dependentes de drogas. No berço do elitizado esporte, jogando oficialmente e representando CARAS, cuja equipe foi patrocinada pelo HSBC, a MasterCard e a Chevrolet, Martins brilhou no Wentworth Golf Club, em Surrey, Inglaterra. Vencedor há 15 dias do último CARAS One Day Golf, na etapa do Rio de Janeiro, Martins foi a celebridade que ganhou o direito de jogar lá. Ele participou em equipe junto ao presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Álvaro Almeida (60), e aos empresários da área financeira Roberto Dhelomme (46) e Carlos Levorin (47). Pela atuação, eles foram recebidos no Castelo de Windsor com o príncipe Edward (43), conde de Wessex e caçula da rainha Elizabeth, e sua esposa, a bela princesa Sophie Rhys-Jones (42). O jantar de gala será publicado na próxima edição, visto que acontecia no momento em que se fechava esta matéria. No encontro, Martins obsequiou o casal com um retrato do príncipe feito especialmente para a ocasião. "Foi uma honra, uma experiência única jogar no berço do golfe mundial, neste local tão tradicional e qualificado, que é o mais importante clube desse esporte na Inglaterra", disse o ator, cuja equipe ficou em 4o no torneio vencido pela África do Sul, atrás de Austrália e Dubai/Emirados Árabes. FOTOS: AFP E ELLIE KURTTZ