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Hábito de ouvir música alto demais causa uma “pandemia” de surdez

Redação Publicado em 24/04/2012, às 11h02 - Atualizado às 11h10

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Os humanos sadios já nascem ouvindo bem. A vida útil auditiva humana, de outro lado, é longa: só em torno dos 65 anos, devido ao envelhecimento, a capacidade auditiva começa a decair. Mas ela pode ser afetada a qualquer momento da vida por infecções, acidentes, exposição a ruídos como explosões e ingestão de alguns medicamentos, entre outros fatores.

Hoje, uma causa importante de baixa e até de perda da audição sobretudo por jovens é o hábito de ouvir música alto demais seja em casa e no carro, seja nas casas noturnas e em aparelhos como iPods. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há atualmente verdadeira “pandemia” de surdez devido a este fenômeno.

“E por que pode haver diminuição da capacidade auditiva quando se ouve música alto demais?”, você poderia perguntar. Eu explico. Mede-se a intensidade sonora em decibels. Só para você ter uma ideia, o som de folhas agitadas pelo vento tem 20 decibels; o rádio e a TV baixos, 40; uma conversa, 60; o tráfego intenso, 70; a máquina usada para quebrar o asfalto, 100; e a buzina do carro e a guitarra elétrica, 120 decibels.

A OMS considera confortáveis para os ouvidos sons com intensidade de 50 a 60 decibels. Sons a partir de 80 decibels já podem lesar os ouvidos. Por isso, quanto maior a intensidade, menor o tempo que se pode se expor a eles sem risco. É possível ouvir sons de 85 decibels por 8 horas diariamente com alguma segurança; de 90 por 4 horas; de 95 por 2 horas; de 100 por 1 hora; de 105 por 30 minutos; de 110 por 15 minutos; e de 115 decibels, por 7 minutos.

Mas hoje muitos superam isso facilmente.  As crianças e os adolescentes ganham dos pais aparelhos de som potentíssimos e habituam-se a ouvir música na maior das alturas o dia todo. Quando se tornam adultos, escutam música da mesma forma também nas casas noturnas durante horas. Com isso, aumentam seu nível de estresse, apresentando mais taquicardia, dor de cabeça, cansaço e alterações de humor do que as pessoas menos expostas. Podem também ter diminuição da libido, gastrite, úlcera, alterações do sono e intestinais e tendência ou agravamento do diabetes e da hipertensão. E mais: as microlesões no sistema auditivo que acumularam resultam em perda de audição de intensidade variável mais cedo, já aos 40 ou 50 anos, que se somará àquela que resultará do envelhecimento natural. 

Felizmente, é possível prevenir-se com algumas medidas. A indústria, por exemplo, deveria ser obrigada a pôr um alerta nos aparelhos de som. Os aparelhos precisariam ter um limitador de potência ou um dispositivo que permitisse aos pais regular a altura dos sons que os filhos ouvem. Pais e escolas, claro, devem conscientizar os jovens quanto ao risco de perda da capacidade auditiva, que os atrapalhará bastante ainda durante a fase produtiva da vida.

Pessoas com sintomas de perda auditiva devem consultar logo um médico otorrinolaringologista. É fundamental que ele descarte doenças orgânicas que causam perda de audição lenta e progressiva, como diabetes. Comprova-se a perda de audição com exame chamado audiometria. O problema ainda não pode ser revertido, sendo apenas compensado com o uso de aparelhos de audição. Também já é possível fazer implante coclear até no setor público. Mas, como as filas são enormes, os critérios muito rígidos e o custo elevado, o número de cirurgias ainda é pequeno.