<i>por Thayana Nunes</i><br><br> Publicado em 30/04/2009, às 18h57 - Atualizado em 02/05/2009, às 23h46
Revisitar Paulo Gracindo. Esta foi a grande proposta do filho do grande ator, morto em 1995, no documentário Paulo Gracindo - O Bem Amado, filme em que homenageia o pai. Foram três anos entre pesquisas e filmagens até a finalização, onde toda a família esteve envolvida - os filhos de Gracindo, Pedro e Daniela, foram os responsáveis pela montagem e produção-executiva; as irmãs do ator, Lenora, Lucilla e Teresa, participaram ativamente das filmagens. "O que começou de uma forma muito carinhosa e ingênua, se tornou em um grande filme e todos nós participamos com muito carinho. Foi algo muito afetivo, uma entrega", conta o ator que atualmente interpreta o personagem Don Calo Castellamare na novela Poder Paralelo, da
Record.
O documentário conta a história de Paulo Gracindo através de depoimentos de colegas e imagens de arquivos e mostra como o ator, que começou como apresentador de radionovelas, se tornou um dos artistas mais populares do Brasil. Ele se destacou com o personagem Odorico Paraguaçu, da novela O Bem-amado da Rede Globo, daí a origem do nome do filme.
Na pré-estreia da última semana no Cine Odeon, Rio de Janeiro, a família recebeu amigos como o cantor Oswaldo Montenegro, os atores Sérgio Britto e Angela Vieira e seu marido Miguel Paiva.
Em entrevista exclusiva ao Portal CARAS, Gracindo Júnior conta a emoção de narrar a trajetória do pai. Veja trechos:
- Como foi a produção do filme?
- Foi uma produção emocionante. Foram três anos de convívio com meus filhos, família e amigos onde nós revisitamos a vida de meu pai. O filme é um olhar não só do homem Paulo Gracindo, mas também do artista, do ator, que alcançou uma história de 65 anos de sucesso.
- O filme foi feito em família. Como foi esse processo?
- A produção foi muito gostosa porque além dos meus filhos, minhas três irmãs participaram, e é obvio que cada um vê o pai de uma maneira diferente. Às vezes, não existia um acordo entre a gente, mas o mais interessante foi tentar contar uma história que fosse o olhar de todos. Foi uma troca muito boa e, no final, não há outra maneira de falar do O Bem-amado: o filme é uma revisitação ao Paulo Gracindo.
- Nesses três anos de filmagens, a saudade deve ter aumentado ainda mais. Do que sente mais falta?
- É difícil dizer o que eu sinto saudades no meu pai porque ele ainda está muito presente em mim. Lembro de pequenas coisas como a sua risada ou quando comíamos queijo juntos. Mas ainda sinto que ele está comigo. Ele me guiou na realização desse filme.
- No elenco aparecem grandes artistas do cenário cultural nacional. Como você se sente?
- O bonito da história de um homem é ele ter dividido espaço e tempo com grandes pessoas. Ter sido colega de Fernanda Montenegro, ter lançado o Roberto Carlos, estar ao lado de Gilberto Gil quando subiu ao palco pela primeira vez ou conviver no início da rádio com o grande Paulo José. Muitas dessas pessoas ainda não eram conhecidas quando conviveram com meu pai e ver o afeto que elas têm por ele é muito bonito. É carinho, é reconhecimento. Gostoso de ouvir.