CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Foyer, do francês foyer, sala de espera, tem origem no...

latim focarium, lugar onde se acende o fogo, aposento confortável e quente para esperar o início de um espetáculo. Os foyers ficam lotados às sextas-feiras, do latim sexta e feria, dia de festa, quanto muitos vão ao teatro.

Deonísio da Silva Publicado em 05/07/2007, às 15h11

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Carruagem: do catalão carruatge, com a variante carriatge, carro de quatro rodas, com suspensão de molas e de tração animal. Um de seus sinônimos, diligência, tornou-se muito conhecido, sobretudo depois do filme No Tempo das Diligências, de John Ford (1895- 1973), um clássico do faroeste, com John Wayne (1907-1979) e John Carradine (1906-1988). O veículo ganhou tal denominação porque as autoridades o usavam em suas diligências e averiguações. O título original do filme é Stagecoach. Coach, presente na denominação, deu coche em português, a mesma grafia do francês, e designa a carruagem fechada. Em alemão virou Kotsche, atualmente Kutsche. Mas esse tipo de veículo foi inventado na Hungria, na cidade de Kocs. Tornou-se conhecido em muitos países europeus depois do casamento do filho de Matthias Corvinus (1443-1490), rei da Hungria e da Boêmia, com uma duquesa de Milão. Era importado como szeker Kocsi, carruagem de Kocs, nome que foi sofrendo adaptações nas diversas línguas. A palavra coach também passou a denominar o treinador esportivo porque tais profissionais usavam este transporte. Esporte: do inglês sport, esporte, jogo, passatempo, brincadeira, tendo também os significados de escárnio e zombaria. Antes do século 15, era escrito disport em inglês. O processo de exclusão das letras iniciais é chamado aférese, do grego aphaíresis, retirada. O inglês trouxera a palavra do francês disport, variante de deport, do verbo deporter, variante de disporter, renunciar, saber lidar bem com as coisas ruins ou difíceis. Este sentido permanece na expressão "levar na esportiva" e no seu contrário "perder a esportiva". A raiz remota, porém, é o latim deportare, deportar, degredar, exilar. Por isso, mantém o significado de zombaria e de escárnio. Por tais origens, durante muito tempo, desporto foi variante de esporte, neste caso por influência do francês desport. Apesar de o projeto da França Antártica não ter dado certo no Brasil, o francês, os franceses e a cultura francesa nos influenciaram muito até a Segunda Guerra Mundial, quando passamos a aceitar melhor os ingleses, os americanos, e sua cultura, sua língua. Pode-se até dizer que inglês se tornou o latim do novo império, os Estados Unidos. Foyer: do francês foyer, sala de espera, saguão. Pronuncia-se fuaiê, mas, ao contrário de abajur, do francês abat-jour, quebra-luz, esta palavra ainda não foi aportuguesada. Antes de chegar ao francês, de onde partiu para o alemão, o inglês e o português, entre inúmeras outras línguas, estava no latim vulgar focarium, lugar onde se acende o fogo, do latim focus. É que antes da invenção do ar condicionado, não apenas as casas tinham lareira, como também os teatros, os hotéis, os restaurantes e outros recintos públicos ofereciam o conforto de salas de espera bem aquecidas. A lareira pública ficou no passado, no entanto a denominação foyer ainda é usada até hoje. Seqüestro-relâmpago: do latim sequestrum e do grego lampás, tocha. Seqüestrar foi originalmente confiscar legalmente bens para garantia de pagamento, sentido que se conservou juridicamente. Relâmpago, por influência do latim vulgar lampare, fulgir, veio a designar a luz intensa e rápida que precede o trovão. O bandido retém a vítima apenas minutos ou horas, até conseguir o que pretende: em geral, saques nos terminais eletrônicos dos bancos, mediante revelação forçada da senha do cartão magnético. Sexta-feira: do latim sexta, sexta, e feria, feira, dia de festa. Na língua portuguesa, os dias da semana receberam designação ligada ao comércio nascente ao redor de templos, em dia de culto. Por influência judaica e cristã, as duas exceções são sábado, do hebraico shabbat, dia de descanso, e dominicus, dia do Senhor. A este, seguiam-se as feiras: a segunda, a terça, a quarta, a quinta e a sexta. Os sete dias da semana chegaram a Roma procedentes do calendário egípcio e foram implementados durante o reinado do imperador Constantino (280?-337). Os astrônomos egípcios achavam que a sexta-feira era influenciada pelo planeta Vênus. Os germânicos, quando adotaram a semana de sete dias, desconhecendo as razões planetárias, supuseram que os romanos homenageavam a mulher de Odin (escrito também Woden), Frigg (escrito também Frigga), deusa do amor, como Vênus. Outras tribos tinham deusa de nome semelhante, Freya (escrito também Freyja), irmã de Frey, ambos filhos de Njord. Com tais parecenças, o inglês denominou Friday esse dia. Etimologias semelhantes explicam, no inglês, os nomes equivalentes a terça-feira, quarta-feira e quinta-feira. Mas sábado e domingo conservaram o conceito egípcio, trazido pelos romanos, para homenagear Saturno e o Sol.