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Fotofobia pode ser uma indicação de astigmatismo e de doenças no olho

Rubens Belfort Jr. Publicado em 25/05/2007, às 10h02 - Atualizado em 22/10/2012, às 03h14

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Rubens Belfort Jr.
Rubens Belfort Jr.
É comum vermos pessoas que só se expõem à luz com óculos escuros, sobretudo nos momentos em que a claridade é mais intensa. Muitas delas agem assim, naturalmente, só por charme, ou seja, porque gostam de óculos escuros. Afinal, hoje eles são muito cobiçados como acessórios de moda. Outros o fazem, no entanto, pelo fato de terem horror ou aversão à luz, o que é chamado de fotofobia. A fotofobia é conhecida há mais de mil anos. Ela pode ser aguda ou crônica. Manifesta-se em indivíduos de todas as idades, sobretudo os de olhos claros, os loiros e os albinos. Pessoas de pele clara, do mesmo modo, normalmente têm maior sensibilidade à luz. Parte desses indivíduos não tem nenhuma doença. Apresentam tão-somente, não se sabe por quê, sensibilidade aumentada à luz na córnea (porção anterior do olho) ou nos receptores da luz na retina (órgão no fundo dos olhos). Mas fotofobia pode também ser sintoma de doenças. A causa mais freqüente de fotofobia por alteração ocular é um distúrbio conhecido como astigmatismo. Ele se caracteriza quando a córnea, que normalmente é redonda, se torna ovalada. Desse modo, as imagens captadas pelos olhos são projetadas não na retina, mas ora um pouco à frente dela, ora atrás, ora até em dois planos anteriores ou posteriores a ela. A conseqüência é que quem sofre de astigmatismo, além de ver tudo distorcido, ainda apresenta maior sensibilidade à luz. A fotofobia pode resultar igualmente de cicatrizes na córnea e de doenças inflamatórias oculares às vezes relacionadas com reumatismo; toxoplasmose, herpes e outras doenças infecciosas; doenças neurológicas, psicológicas e psiquiátricas; alergia crônica nos olhos; e até cânceres oculares. Bebês que nascem com fotofobia, de outro lado, podem ter glaucoma congênito (acúmulo do líquido "humor aquoso" por defeito no sistema de escoamento, com o aumento da pressão e do volume no globo ocular) ou conjuntivite. Mulheres com mais de 50 anos, enfim, freqüentemente apresentam diminuição no volume de lágrima à noite em conseqüência da menopausa; suas pálpebras grudam nos olhos, elas se mexem e provocam "ferimento" ocular. Tais mulheres costumam acordar, à noite mesmo ou no dia seguinte, com doresnos olhos e também fotofobia. O fenômeno incomoda muito. Atrapalha o dia-adia das pessoas. Portadores muitas vezes não saem de casa durante o dia, o que os faz perderem compromissos sociais e até se afastarem de amigos. Quem contrai demais os músculos em volta dos olhos por fotofobia pode ter maior número de rugas e outras marcas na região, o que os deixa envergonhados e pode torná-los ainda mais dependentes dos óculos. Algumas pessoas têm fotofobia uma vez e nunca mais voltam a apresentála. Mas, caso o problema persista, consulte um oftalmologista. Esse profissional está disponível mesmo no Sistema Único de Saúde. Outra alternativa no setor público são os serviços específicos das Faculdades de Medicina existentes nas capitais e em muitas cidades grandes, como o Instituto da Visão, da Unifesp, na capital paulista. Quem tem apenas sensibilidade excessiva à luz infelizmente terá de conviver com o problema, pois não é possível fazer nada. Somente se proteger mesmo com os óculos escuros. Pessoas que têm cicatrizes na córnea precisam avaliar a possibilidade de transplante. Quando a fotofobia é sintoma de doenças, os oftalmologistas brasileiros de modo geral estão preparados para diagnosticálas e indicar o tratamento. Quanto ao astigmatismo, enfim, é corrigido com óculos, embora possa persistir certo grau de fotofobia.