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Foco excessivo nos problemas da relação entrava busca de soluções

Redação Publicado em 11/12/2012, às 11h25 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Talvez você esteja achando que bato muito na tecla das discussões dos casais sobre sobre a relação, as DRs, mas não é à toa. Esses são momentos cruciais para a sobrevivência das uniões. Por isso me volto mais uma vez para eles. Eu disse aqui que uma DR pode ser gratificante e enriquecedora, desde que as pessoas eliminem da conversa dramas, queixas, cobranças e ordens e que se esforcem para falar sobre soluções de problemas e alternativas de entendimento. Claro que ninguém faz isso porque quer ou para infernizar o parceiro. A razão é mais sutil e sua origem está no modo de funcionar do nosso cérebro.

A função principal desse órgão é resolver problemas e garantir nossa sobrevivência, por isso ele está constantemente rastreando o mundo ao nosso redor e dentro de nós em busca de tribulações, adversidades, crises, enfim situações que exijam solução. Se o deixarmos por conta própria, estará 100% do tempo percebendo e reconhecendo problemas. O desânimo, a depressão, irritação e ansiedade que muitos sentem frequentemente são fruto de uma mente que passa a maior parte do tempo ocupada com problemas.

Há quem consiga ter atitude mental diferente. Embora dotadas de cérebros que rastreiam problemas, essas pessoas se detêm sobre eles apenas o tempo necessário para percebê-los com clareza e defini-los. Uma vez feito isso, partem para a fase de gerar soluções.

Como a maioria de nós carece dessa habilidade, durante as DRs, insistimos em falar exaustivamente sobre os problemas, em detalhar queixas, dramas, cobranças e acusações ao extremo e não paramos nem mesmo depois que o problema que deu origem à DR tenha sido definido e consensado.

Nessas horas, os casais usam e abusam de perguntas que encerram julgamentos, acusações, cobranças e conflitos. Exemplos: “Por que você bebe tanto?”; “Como você foi capaz de me trair?”; “Por que você sempre briga comigo?”; “Como pôde agir de forma tão estúpida?”; “Você está mentindo pra mim!?” E por aí vai. Isso dificulta ainda mais a conversa.

A boa notícia é que quem não é dotado da habilidade de parar de cavoucar problemas para ir buscar as suas soluções pode desenvolvê-la. Basta querer. No que diz respeito às DRs, o primeiro passo é aprender a fazer perguntas que encorajem o outro a pensar conosco sobre o que nos mantém numa situação crítica e como construir saídas para ela. Para que você entenda melhor do que estou falando, relaciono a seguir algumas dessas possíveis perguntas: “De acordo com seu ponto de vista, o que poderíamos fazer juntos para diminuir o seu impulso de procurar por bebida?”; “Que importância você daria a uma traição minha? Que importância você pensa que eu deveria dar à sua traição?”; “Para você, que pensamentos e sentimentos deveríamos deixar de lado de modo que pudéssemos conversar sem brigar?”; “O que você pensa sobre o modo como você age? Como imagina que estaremos daqui a alguns anos, caso você continue agindo assim?”; “Em algum momento você se propõe a me falar a verdade e não o faz? Que ideias ou pensamentos passam pela sua cabeça quando isso acontece?”

No início, pode ser difícil elaborar essas perguntas reflexivas, mas com treino fica fácil. E é estimulante constatar como elas podem transformar uma discussão improdutiva em algo capaz de restaurar o equilíbrio da relação.