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FESTIVAL DO RIO CONSAGRA O CINEMA E SUAS ESTRELAS

SELTON MELLO DIVIDE PRÊMIO DE ATOR EM NOITE QUE CELEBRA DIRETORES CULTUADOS E NOVOS TALENTOS

Redação Publicado em 10/10/2006, às 23h05

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Selton Mello e Sidney Santiago dividem o Redentor de Melhor Ator
Selton Mello e Sidney Santiago dividem o Redentor de Melhor Ator
por Bianca Portugal e Karine Tavares O Festival do Rio 2006, que durante 15 dias movimentou a cidade com a exibição de 448 filmes de todo o mundo para um público de 250 000 espectadores, além da mostra competitiva Première Brasil, terminou em clima festivo e de louvação ao vigor da indústria cinematográfica nacional. A noite de premiação consagrou também os atores Selton Mello (33), que já trabalhou em mais de dez longas, e os estreantes Sidney Santiago (23) e Hermila Guedes (25). Selton, que concorreucom O Cheiro do Ralo, de Heitor Dhalia (36), e Sidney, protagonista de Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias, dividiram o prêmio de Melhor Ator, enquanto Hermila foi eleita Melhor Atriz por O Céu de Suely, de Karim Aïnouz (40), que também garantiu o prêmio de Melhor Longa de Ficção e Melhor Direção. "Com meus 33 anos, estou me sentindo um tiozão dessa galera nova. É muito gostoso ver essa geração de atores se dedicando ao cinema e um enorme prazer dividir este prêmio com Sidney", resumiu Selton, erguendo o troféu batizado de Redentor no palco do tradicional cinema Odeon BR, na Cinelândia. Já o diretor Evaldo Mocarzel (46) - pai da atriz mirim Joana (6), a Clara de Páginas da Vida -, que venceu a categoria de Melhor Longa Documentário por À Margem do Concreto, aproveitou o palco para dar novas idéias. Diante do crescimento do festival - que registrou aumento de 10% no número de espectadores, em relação à edição anterior, e recebeu 150 convidados internacionais, como os cineastas espanhóis Carlos Saura (74) e David Trueba (37) e a atriz francesa Irène Jacob (40) -, ele argumenta que o evento deveria criar novas categorias. "Temos que premiar também os montadores, iluminadores e todos os que se dedicam ao cinema nacional e não são reconhecidos", disse Mocarzel, o mais aplaudido da noite, que teve como mestres-de-cerimônia os atores Dira Paes (38) e Caco Ciocler (35). "Cinema no Brasil é feito por pessoas sérias, que trabalham duro e muitas vezes nem são remuneradas. Por isso foi uma grande honra apresentar essa festa, que é como se fosse uma noite organizada por uma grande família", completou Dira, referindo-se às 2 000 pessoas envolvidas na organização do festival. A atriz Christiane Torloni (49), pela primeira vez participando do júri, chamou a atenção para o valor político do cinema. "Em 18, dos 34 filmes que competiram, três temas se repetiram: ditadura, drogas e exclusão social. Isso não é por acaso. O cinema é o espelho da nossa sociedade, o reflexo da nossa história. E eu nunca vi um retrato tão cruel do nosso país", disse a atriz, que logo emseguida arrancou risos da platéia ao confessar que é mais fácil competir do que julgar. "Fiquei muito nervosa mesmo. É muito difícil escolher. É mais fácil estar na platéia", contou Torloni, também convidada ao palco para entregar prêmios aos vencedores, assim como os atores José Wilker (61), Elisa Lucinda (48) e Denise Dumont (51). Mas o momento mais divertido da noite ficou por conta do folclórico cabeleireiro Mauro Shampoo (45). Estrela do documentário Mauro Shampoo - Jogador, Cabeleireiro e Homem, de Paulo Fontenelle (30), o ex-jogador do Íbis Sport Club, do Recife, subiu ao palco três vezes, pelos troféus de Melhor Curta Júri Popular, Melhor Curta Prêmio ABDC (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas) e Melhor Curta Prêmio Petrobrás, e em todas as vezes garantiu gargalhadas da platéia. "Joguei no pior time do mundo e o único título que ganhei em toda a minha vida foi o título de eleitor. Agora, estou aqui, com todo esse sucesso e devo isso à Pente Fino, minha mulher", disse Mauro, referindo-se à cabeleireira Marcia Cordeiro da Silva (45). Pelo tapete vermelho passaram ainda as atrizes Cassia Linhares (32), Lu Grimaldi (52) e Francisca Queiroz (26), que não competiam mas fizeram questão de prestigiar o evento. "Faço faculdade de cinema que, ironicamente, marcou as provas na mesma semana do festival. Então, não pude ver os filmes, mas não poderia nunca deixar de vir ao encerramento", disse Cassia, que estará na novela da Record, Alta Estação, que estréia terça-feira, 17. Alguns casais também aproveitaram o charme do evento e a imponência do Odeon, construído em 1926 e restaurado em 2000, para namorar no escurinho do cinema. Foi o caso do ator Nicola Siri (38) e sua mulher, a jornalista Júlia Schnoor (26), e os atores Maria Ribeiro (30) e Caio Blat (26), que concorreu ao Redentor de Melhor Ator pelos longas-metragens O Ano Em Que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger (44), e Proibido Proibir, do chileno Jorge Durán (64). Juntos desde abril deste ano, Caio e Maria exibiam alianças na mão esquerda, mas evitaram falar sobre o anel de casamento. Após os resultados, vencedores e convidados seguiram para a Tenda, na Praia de Copacabana, onde foi realizada a festa de encerramento do festival. Mesmo sem tempo para acompanhar a quinzena cinematográfica por conta da peça Sua Excelência, O Candidato, em cartaz em São Paulo, o ator Reynaldo Gianecchini (33) fez questão de prestigiar a celebração e chamou a atenção pelo novo visual. "Estou com esse bigode porque vou gravar o longa O Primo Basílio, de Daniel Filho. Estava com barba também, e só tirei hoje. Como a Marília (Gabriela) ficou em São Paulo, ela ainda não me viu assim. Espero que aprove. Gosto de mudar por conta do trabalho", disse Giane. Ao contrário do ator, Débora Lamm (28) conseguiu acompanhar boa parte dos filmes que competiram este ano. "Quando recebo a lista, sinto vontade de ver tudo. Não deu, mas foi possível assistir a bastante coisa. O que me conforta é que os que eu não vi vão entrar em circuito depois. Ou seja, vou conseguir recuperar", disse a atriz, estrela do longa 1972, de José Emilio Rondeau (58), um dos competidores do festival, ao lado de outra concorrente, a atriz Simone Spoladore (26), que estrela o longa O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias. "Estou competindo pela quarta vez, mas o melhor do festival não é apenas a premiação, é poder encontrar as pessoas que a gente adora e conversar muito sobre cinema. Esse clima é o melhor de tudo", disse Simone, exibindo uma nova franja por conta do filme O Primo Basílio, que ela começa a gravar com Gianecchini ainda nesta semana. No fim da festa, a diretora executiva do evento, Ilda Santiago (40), resumiu a oitava edição do festival. "Foi maravilhoso ver a lealdade do público brasileiro e internacional e a confiança que a cidade do Rio sempre deposita neste evento. Mas confesso que tenho uma grande alegria ao ver que o festival acabou. É que assim já posso começar a pensar no próximo, e em como agitar a cidade no outro ano", disse. Produção: Neca Ponichi; Beleza: Duh.FOTOS: CASSIANO DE SOUZA / CBS IMAGENS