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Falsário, do latim falsarius, falsário, enganador, é aquele que falsifica...

... documentos ou dinheiro, em especial notas, pois cunhar, do latim cuneare, colocar marca, em moedas metálicas acaba sendo menos lucrativo, uma vez que estas costumam ter baixo valor.

Deonísio da Silva Publicado em 21/05/2008, às 17h35

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Cunhar: do latim cuneare, cunhar, colocar cunho, marca, como na produção de moedas. Hoje o dinheiro é impresso sobretudo em papel e o guardião da moeda é o Banco Central de cada país. O banqueiro alemão Mayer Smschel Rothschild (1744-1812) escreveu: "Dêem-me o controle do Banco Central de qualquer país e não me interessa quem venha a produzir o restante das leis". Em 2005, a revista Forbes pôs seu nome em 7o lugar numa lista dos vinte mais importantes homens de negócios, alcunhando-o Pai Fundador das Finanças Internacionais. Seu sobrenome de nascimento, Bauer, que significa agricultor, em alemão, foi substituído por Rothschild, adaptação de rot, vermelho, e Schild, brasão, escudo, figura que identificava o logotipo do banco da família. O presidente norte-americano Abraham Lincoln (1809-1865), assassinado em um teatro, escreveu séria advertência sobre o poder do dinheiro: "Uma era de corrupção se instalará nos altos escalões e o poder do dinheiro imporá à força o seu reinado, contra o interesse do povo, até que a riqueza esteja concentrada em poucas mãos e a República destruída". Deslize: de deslizar, verbo de prodedência controversa, talvez do latim vulgar lisius, liso, ou de origem onomatopaica, semelhando som que pessoa ou coisa fazem ao escorregar. É sinônimo de erro involuntário: a pessoa tem qualificações para não cometê-lo, mas, por influências diversas, acaba perpetrando o engano. Foi o caso deste colunista, que, no verbete "nuvem", da edição 757, atribuiu os seguintes versos, do poeta carioca Francisco Otaviano (1825-1884), ao pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968), organizador da antologia em que eles foram publicados: "Quem passou pela vida em branca nuvem/ E em plácido repouso adormeceu;/ Quem não sentiu o frio da desgraça,/ Quem passou pela vida e não sofreu;/ Foi espectro de homem, não foi homem,/ Só passou pela vida, não viveu". Há deslizes célebres. Estadistas já disseram ser Buenos Aires a capital do Brasil e ergueram brindes à Bolívia quando em Brasília - e não em La Paz. O presidente norte-americano George Bush (61), em visita à Austrália, chamou os australianos de austríacos. E em maio de 2007, ao saudar a rainha Elisabeth II (82), que visitava os Estados Unidos, disse que a soberana inglesa tinha estado no país no século XVIII. O deslize toma freqüentemente o significado de gafe. Falsário: do latim falsarius, falsário, enganador. Um dos mais famosos falsários de dinheiro de todos os tempos foi o português Artur Virgílio Alves dos Reis (1896?-1955?). O caso está relatado no livro O Homem que Roubou Portugal, de Murray T. Bloom. Parece romance, mas é verídico. Primeiro, Alves dos Reis falsifica um diploma de engenheiro da Escola Politécnica de Engenharia, da Universidade de Oxford - escola que não existia! Um notário de Lisboa reconhece a validade do documento. De posse dele, o dono segue para Angola, em 1916, onde trabalha como Superintendente de Engenharia no Departamento de Obras Públicas. Ali, dedica-se a recuperar locomotivas emperradas. Em 1919, sai do emprego e recebe das autoridades este elogio: "Alves Reis desempenhou-se das tarefas a seu cargo com grande zelo e competência, bem servindo à Colônia e do mesmo modo à República". De volta a Portugal, em 1922, compra ações de uma companhia que operava em Angola, emitindo cheques a serem descontados em Nova York. Passa 40000 dólares em cheques sem fundo e, em 1925, falsifica 2 milhões de cruzados em moedas de 500. Leva dez meses de vida nababesca. Preso, é condenado a 20 anos de prisão. Informa Fernanda Câncio (44), na edição de 26 de janeiro de 2008 do Diário de Notícias de Lisboa: "O crime de falsificação era punido com prisão até três anos, mas recuperaram uma lei que já não estava em vigor à data dos actos para o poderem condenar a 20." O economista Armindo Abreu (67) tratou do caso na edição de março da revista Inteligência, do Rio. Neto: de neta, do latim vulgar nepta, palavra ligada a nepos, sobrinho. O gênero feminino precedeu o masculino e aos poucos deixou de designar o filho dos irmãos, fixando-se na relação deles com os pais de seus pais. Em italiano, língua que também veio do latim, neto é nipote, por influência do caso acusativo do latim, nepotem. O português flexiona para formar o gênero, o italiano não: nipote é comum dos dois gêneros. Diz-se mio nipote, mia nipote. O Barão de Itararé, pseudônimo do humorista e jornalista brasileiro Aparício Torelly (1895-1971), recomendou: "Um cabelo branco pode-se pintar de preto. Uma ruga pode-se dar um jeito de espichá-la, de modo que desapareça. Mas a um neto é preciso ensinar, desde que começa a falar, a nos chamar de titio".