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Extravagante, do francês extravagant, é aquele cujos usos e costumes...

...destoam do que é aceito pela sociedade. Algumas situações podem ser ditas extravagantes, como os freqüentes casos de corrupção envolvendo governo e fornecedores, do francês antigo fornir, abastecer.

Deonísio da Silva Publicado em 17/05/2007, às 13h44

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Apagão: do espanhol platense apagón, adaptação do neologismo blackout, blecaute, cujo significado está no verbo to black out, escurecer. Dá-se blecaute quando a interrupção de energia elétrica deixa às escuras um bairro, cidade ou região. Porém o termo é o mesmo para designar a interrupção durante o dia, pois não é só a falta de luz que prejudica, também a falta de eletricidade, que faz funcionar tudo, dos eletrodomésticos à indústria. No espanhol como no português, a raiz de apagão é o latim pacare, pacificar, que tem ainda o sentido de submeter, extinguir, indicando domínio por imobilização do inimigo ou da coisa adversa, no caso o fogo. Apagón e apagão formaram-se com o prefixo "a" e o sufixo "ao" (em espanhol, ón), acrescidos à raiz, com o significado original de impedir a propagação - palavra que tem a mesma raiz, mas com o prefixo "pro" e significa o contrário de extinguir ou apagar. Apagão entrou para o português em 1988, quando houve os primeiros colapsos no fornecimento de energia elétrica. Voltou com força em 2006, designando, por comparação, a interrupção de vôos pela greve dos controladores do tráfego aéreo, somada a outros problemas, como a falta de pessoal e aparelhos obsoletos. O apagão teve efeitos também sobre as autoridades, que se apagaram, deixando de administrar e cochilando durante audiências. Mas ninguém foi mais prejudicado que os passageiros, que apagaram nos aeroportos, dormindo como podiam, vencidos pelo cansaço das longas esperas. Contracultura: de contra e de cultura, respectivamente do latim contra e cultura, o primeiro com significado de oposição, de fazer frente, e o outro indicando a ação de cuidar. Utilizada para designar o movimento de rebeldia cultural das décadas de 1960 e 1970, surgido nos Estados Unidos, mas que se alastrou pelo mundo, a palavra contracultura, quando pesquisada, leva a personalidades, como o escritor norte-americano Kurt Vonnegut Jr. (1923-2007), autor de Matadouro 5, Destinos Piores que a Morte e Um Homem sem Pátria, livros marcados pela sátira e pelo humor negro. Autor também de ficção científica, Vonnegut tinha horror a conflitos. Para escrever Matadouro 5, baseou-se em sua experiência como prisioneiro na Segunda Guerra Mundial. Extravagante: do francês extravagant, extravagante, aquele ou aquela cujos usos e costumes destoam do que é aceito pela sociedade em que vivem. A raiz remota é o latim extravagante, declinação de extravagans, extravagante, aquele que vaga, que tem o costume de extravagari, perambular por variantes, evitando os caminhos ditos normais. A palavra invadiu o recinto do Congresso Nacional por força de novos hábitos ali chegados, como o do deputado baiano Edigar Mão Branca (48), cantor de forró, eleito com 23 400 votos, que usa seu chapéu de vaqueiro no plenário, alegando que está "protegendo um cérebro brasileiro". Seu colega, o deputado paulista Clodovil Hernandes (69), também tem inovado nos trajes e no dia da posse apareceu vestindo um terno branco e cobrindo a cabeça com um chapéu-panamá, que retirou ao entrar no plenário. Clodovil criticou Mão Branca: "Um homem bem-educado não usa chapéu em ambiente coberto". O gaúcho Pompeo de Mattos (48) apareceu no dia da posse de bombacha, traje típico do Brasil meridional. O pernambucano Sílvio Costa (50) apelou para o ritual do cargo: "Aqui não é lugar de vaqueiro, é de parlamentar". Para acabar com a falação, o presidente da casa, o paulista Arlindo Chinaglia (57), que tem o costume de determinar o que deve ser assunto para a imprensa, disse que "a vestimenta dos deputados não é tema de interesse nacional". Fornecedor: de fornecido, particípio passado do verbo fornecer, do francês antigo fornir, abastecer, escrito founir no francês moderno. A raiz remota é o frâncio frumjam, fazer, executar. Desde os primeiros séculos do segundo milênio, quando se consolidaram as nações soberanas, mas principalmente a partir do Renascimento, no século 16, o Estado rivalizou eàs vezes uniu-se à Igreja na compra de produtos e serviços. Assim, industriais, comerciantes, intelectuais e artistas tiveram no Estado e na Igreja seus clientes preferenciais, fornecendo pedras, vitrais, engenheiros e operários na edificação de catedrais, conventos, universidades, escolas. Pintores e escultores também forneceram mão-de-obra qualificada, nem sempre paga, aliás, como foi o caso de Michelangelo (1475-1564), que depois dos 70 anos trabalhou de graça para o Vaticano. No Brasil moderno, os fornecedores aparecem com freqüência na mídia, não apenas por construírem obras de vulto para o Estado, como também por freqüentemente estarem envolvidos em casos de corrupção.