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Etimologia

Redação Publicado em 01/03/2010, às 13h37 - Atualizado às 13h43

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Cálculo: do latim calculus, pedrinha, cálculo, designando originalmente pequena pedra de calcáreo utilizada para votar e contar, passando por pedra na bexiga ou nos rins (cálculo renal), até chegar ao complexo cálculo diferencial e integral, entre outros, parte fundamental da Matemática. Aos poucos, para contar e medir, o homem passou a utilizar o próprio corpo: o dedo, a mão, o pé, o braço. É provável que os números atuais, de um a nove, designassem originalmente dedos. Um, unus em latim, era oin no indo-europeu e designava um dedo; dois veio de dwi, dois dedos. E assim por diante. Restos de tais étimos permanecem nas denominações dos números nas línguas neolatinas e também no inglês, no alemão, no russo. Um, dois, três em russo são designados por adin, dva, tri; no francês, un, deux, trois; no inglês, one, two, tree; no alemão, ein, zwei, drei. A calculose é doença. Escrita: de scripta, plural de scriptum, escrito, particípio de scribere, traçar caracteres, fazer letras, escrever. Os mais antigos sistemas de escrita basearam-se em pictogramas e ideogramas. É por isso que o étimo comum a escrever em diversas línguas guarda o sentido de desenhar, arranhar, cortar, rasgar. No espanhol, arañar significa tanto arranhar como juntar aos poucos, de que é exemplo a expressão arañar dinero, juntar dinheiro. Há indícios em nosso alfabeto do que alguns desses sinais representaram por sinédoque. Assim, a letra a em maiúscula guarda contornos do desenho de uma cabeça de boi, representando Ápis, o touro sagrado no qual teria encarnado o deus Osíris. A cabeça do ganso designava a ave. Duas pupilas lado a lado indicavam olhos. Outro recurso das antigas escritas era a metonímia: o desenho do Sol para indicar o dia; da Lua em quarto-crescente para designar o mês. E assim por diante. Quando o Sol foi concebido como deus, o sinal passou a outro par de significante e significado. Outras vezes pictogramas e ideogramas apresentam complexidades sutis. No chinês antigo, a mulher é representada de joelhos, em atitude que indica submissão, prece ou trabalho, dependendo do contexto. Hieroglífica: do grego hierós, sagrado, e glyfo, gravar, entalhar, cinzelar, esculpir, designando escrita sagrada, feita por escribas, orientados por sacerdotes, que lhes ditavam o que escrever, constituída de pictogramas alinhados em sequências ou conjuntos, constituindo um sistema de significação. Foi decifrada pelo francês Jean-François Champollion (1790-1832). Só 1% da população sabia ler aquilo, mas eles trabalhavam para sacerdotes e faraós. Multiplicar: do latim multiplicare, multiplicar, isto é, multi, muitos, plicare, chegar, com o sentido original de aumentar, chegar muitos. Os primeiros milagres de Jesus foram de multiplicação. Convidado para um casamento, lá pelas tantas sua mãe e os discípulos foram dizer-lhe que o vinho estava no fim. É quando multiplica o vinho disponível nas ânforas. No milagre dos pães, olhando para a multidão que o ouvia, perguntou a Felipe: "Onde encontraremos pães para dar de comer a tanta gente? Ouviu em resposta que nem 200 pães seriam suficientes. Fez a mesma pergunta a André e este respondeu: "Aqui há um rapaz que tem cinco pães. Mandou comprá-los e os multiplicou. O padre Antônio Vieira (1608-1697), no Sermão da Quarta Dominga da Quaresma, pregado na Bahia quando ainda era seminarista, recebeu do general comandante das armas portuguesas a sugestão de que o assunto do sermão fosse a guerra. O futuro grande orador escolheu comparar os restos da batalha aos restos de pães recolhidos, pois ainda sobrou muito. Vieira destaca três modos clássicos de interpretar o episódio: "Santo Agostinho diz que cresciam nas mãos do Senhor; São Crisóstomo, que nas dos apóstolos; Santo Hilário, que nas dos que comiam". Pictograma: de picto, do latim pictum, pintado, particípio do pingere, pintar, bordar, e do grego grámma, letra, sinal, pelo latim gramma, letra, étimo presente também em gramática, designando desenho, pintura ou rabisco feitos em cavernas, na pré-história, às vezes mostrando tentativa de descrições e narrações, outras vezes reveladores de um sistema de escrita da Antiguidade, baseado em sinais, antes da invenção do alfabeto. O pictograma, anterior ao ideograma, limitava-se a designar isoladamente o objeto mediante sua representação.