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Etimologia

por Deonísio da Silva* Publicado em 03/01/2011, às 17h28 - Atualizado em 05/04/2011, às 19h58

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Etimologia
Etimologia
Coalescente: do latim coalescente, declinação de coalescens, que se une intensamente, aderente, do mesmo étimo de adolescente, palavras ligadas ao verbo alere, crescer, que serviu também a aluna, aluno, aluninha, do latim alumna, alumnus, alumnula, sendo menos frequente alumnor, já com o sentido de educador. O francês teve coalescence, coalescência, e coalition, coalizão, ainda no século XVI, que só chegariam ao português no século XIX. Coalescente é ainda de uso raro na língua portuguesa, mas coalizão tem sido de uso frequente, designando, por exemplo, governo de coalizão, no qual vários partidos se unem em momentos de crise, pondo o interesse da nação acima do dos partidos políticos, coisa rara de acontecer no Brasil. Aqui algumas agremiações políticas se caracterizam por ações que visam a desestabilizar o partido que está no governo com o fim de substituí-lo. Interagir: do prefixo inter, do latim inter, entre, dentro, no espaço de, e agir, do latim agere, agir, fazer. Muito utilizado em textos, o verbo designa ações conjuntas em que não apenas um é afetado, mas dois ou mais e mutuamente. Em textos educativos, interagir significa que o educador acolhe as razões do educando e neste processo muda o outro, mas também muda a si mesmo para melhor educá-lo. Vale para coisas também. Ao inserirmos um objeto no computador, como um periférico - impressora, pen divre, cedê, devedê e jogos conhecidos pelo nome que eles têm em inglês, games -, o computador exerce ações sobre eles, mas também é por eles afetado. Por exemplo, pode receber um vírus. Persuadir: do latim persuadere, verbo que traz implícito no étimo um sentido diferente de vencer, do latim vincere, se os recursos utilizados são as palavras e não as armas, vez que traz embutido o grego hedus, doce, agradável, do mesmo étimo de hedoné, prazer, que deu o português hedonista. Persuadir é uma arte, que inclui cuidados com a postura, o tom de voz, as figuras de linguagem usadas na fala, o conhecimento dos interlocutores como destinatários das alocuções e dos discursos, suas expectativas, seus valores referenciais e a correta concatenação dos argumentos que sustentem a tese defendida, com o fim de vencer as dificuldades com os outros e não contra eles. Os interlocutores precisam descobrir que o proponente lhes fará ou trará algum benefício. A arte de convencer tem suas origens na Antiguidade, principalmente após Górgias (485-380 a.C.), filósofo grego nascido na Sicília, que criou várias figuras de ornamentação da linguagem que depois se tornariam recursos clássicos da retórica. Professava que "assim como diferentes drogas trazem à tona os diferentes humores do corpo - alguns interrompendo uma doença, outros a vida -, o mesmo ocorre com as palavras: algumas causam dor, outras alegria, algumas provocam o medo, algumas instilam em seus ouvintes a ousadia, outras tornam a alma muda e enfeitiçada com crenças más". Santa: feminino de santo, do latim sancto, declinação de sanctus. O latim tem o feminino sancta, que não foi o étimo de origem para santa, em português. Designa mulher canonizada pela Igreja, isto é, posta no cânone dos santos, na relação geral daqueles nomes de homens ou mulheres elevados à honra dos altares pelo papa, que dá a palavra final nos processos de canonização. Ainda não temos uma santa nascida no Brasil. A primeira talvez venha a ser a catarinense Albertina Berkenbrock (1919-1931), filha de imigrantes alemães, assassinada por um empregado da família por recusar-se a transar com ele. Foi beatificada em 2007. A primeira santa dos Estados Unidos foi Elisabeth Seton (1774-1821), protestante convertida ao catolicismo, que fundou em Maryland a congregação Irmãs da Caridade de São José. É celebrada em 4 de janeiro. Tuitosfera: dos compostos tuíto, do inglês twiter, gorjeio, trinado, significando também falar alto e rápido sobre coisas sem importância, por estar nervoso ou apressado - veio a designar ferramenta da Internet que permite troca de mensagens cujo tamanho não ultrapasse 140 caracteres; e de esfera, do latim sphera, que, pela junção das duas palavras, veio a denominar espaço da rede mundial onde internautas postam narrativas curtas ou breves poemas. Aparece no artigo Imortais do Twiter, de Edgar Murano, na Revista Língua (número 60, outubro de 2010, página 51): "A repercussão do concurso fez a ABL lançar outra competição do gênero para seus seguidores na tuitosfera".