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Etimologia

Redação Publicado em 11/12/2012, às 11h27 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Apofântico: do Grego Apophantikós, do verbo apophaíno, pôr às claras.  É um adjetivo usado pelo filósofo e educador grego Aristóteles (384-322 a.C.) para qualificar um enunciado, que poderá ser considerado verdadeiro ou falso, dependendo se descreve corretamente ou não o mundo real. O astrofísico norte-americano Carl Sagan (1934-1996), no livro O Mundo Assombrado pelos Demônios, dá um exemplo interessante: “Os humanos, como outros primatas, são um bando gregário. Somos mamíferos, e o cuidado dos pais com o filho é essencial para a continuação das linhas hereditárias. Os pais sorriem para a criança, a criança retribui o sorriso, e com isso se forja ou se fortalece um laço.” E prossegue: “Os bebês que há 1 milhão de anos eram incapazes de reconhecer um rosto retribuíam menos sorrisos, eram menos inclinados a conquistar o coração dos pais e tinham menos chance de sobreviver.”

Brotar: do Gótico brutôn ou briutan, pelo Provençal brotar, gerar, germinar, desabrochar, nascer, medrar, jorrar. Assim, diz-se que as flores brotam dos galhos, as plantas brotam do chão, o petróleo brota do solo. E broto, com o “o” fechado, para diferenciarse de “eu broto”, por designar protuberância das plantas, passou a sinônimo de adolescente em idade de namorar. Broto Legal foi música de muito sucesso, de Sérgio Murilo (1941-1992) e Célia Benelli Campello, mais conhecida como Cely Campelo (1942-2003), com versos assim: “Puxei o broto pra cá, virei o broto pra lá,/ A turma toda gritou rock’n rol
e o rock continuou.”

Face: do Latim clássico facies pelo Latim vulgar facia, consolidando-se em face, por influência do Francês face, designando o rosto, delimitado pelos cabelos, as orelhas e o pescoço. Entendemos por face a testa, os olhos, o nariz, a boca, o queixo e as bochechas. Escreve Carl Sagan: “O mecanismo de reconhecimento de padrões em nossos cérebros é tão eficiente em descobrir uma face em meio a muitos outros pormenores que às vezes vemos faces onde não existe alguma. Reunimos pedaços desconectados de luz e sombra, e inconscientemente tentamos ver uma face.” Nas aparições, como a de Nossa Senhora de Guadalupe, festejada a 12 de dezembro e agraciada com os títulos de padroeira do México, da América Latina e de imperatriz da América, pode ter ocorrido algo semelhante. Em 1531, São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (1474-1548), índio da tribo de Nahua, em Tepeyac, a noroeste da Cidade do México, teve uma visão que lhe pareceu ser a Virgem Maria.

Jazida: feminino do particípio passado jazido, do verbo jazer, que vem do Latim jacere, estar deitado, do mesmo étimo de jazigo, com a diferença de que ali não estão guardadas as riquezas minerais, mas os ossos de quem foi deitado no sepulcro, o defunto, do Latim defunctus, pronto. Isto é, pronto para voltar de onde veio, segundo a clássica expressão do Latim, proferida na Quarta-Feira de Cinzas: “Memento, homo, cuia pulvis es et in pulverem reverteris” (“Lembra-te, homem, que és pó e ao pó voltarás”). No entanto, ao contrário do homem, que ouviu nos ritos de partida para a eternidade a expressão “Requiescat in pace” (“Descanse em paz”), as jazidas de petróleo, substantivo que tem origem no latim petroleum, óleo de pedra, não descansam! Nem os homens na luta por regalias, royalties, sobre elas!

Royalty: do Latim regalia, neutro plural para designar direitos ou privilégios do rei, rex em Latim, que, declinado em regis, do rei, forneceu o étimo para as línguas neolatinas. Assim, foi do Francês antigo roialté (hoje, royauté), realeza, coisas pertencentes ao rei, para o Inglês royalty, forma com que se consolidou para designar percentuais devidos ao king, rei em Inglês, palavra da qual entretanto não deriva. As porcentagens do direito de exploração do petróleo e de jazidas minerais, antigamente pagas ao rei, passaram a ser pagas ao Estado, que os substituiu. O mesmo significado está presente no direito autoral, pagamento pela comercialização de livros, canções, filmes, peças de teatro, óperas. 

Vinda: do particípio feminino de vindo, do Latim ventus, de venire, vir, chegar. É do mesmo étimo de advento, do Latim adventus, tempo de preparação para a vinda do Natal. Uma das primeiras referências ao advento remonta a 380, quando o sínodo de Saragoça, Espanha, determinou uma preparação de três semanas, depois elevada para quatro, contadas a partir dos quatro domingos que antecedem o Natal.