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Etimologia

Redação Publicado em 26/06/2012, às 14h44 - Atualizado às 14h57

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Cristovense: de Cristóvão, do grego Christophoros, portador de Cristo. Deu nome a um santo que trabalhava à beira de um rio transportando as pessoas sobre os ombros, de uma margem à outra. Muito popular na Itália, Espanha e em Portugal, tanto que dá nome ao descobridor da América, Cristóvão Colombo (1451-1506), é também o nome de famoso bairro do Rio de Janeiro, onde havia desde os tempos coloniais uma igreja e um colégio com esse nome. Em fins do século XIX era fundado também o Clube de Regatas São Cristóvão, num barracão à beira do mar. Por ter uma existência mais lendária do que real, São Cristóvão (século III) foi retirado do calendário dos santos em 1969. Seu equivalente nos cultos afro-brasileiros é Xangô.

Fenômeno: do grego phainómenon, pelo latim tardio phaenomenon, aparição, prodígio, coisa ou fato extraordinário. Foi com esse apelido que se tornou mundialmente conhecido o jogador Ronaldo Luiz Nazário de Lima (36), Ronaldo Fenômeno, o maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 15 gols. Ronaldo foi revelado no São Cristóvão por Jair Ventura Filho (67), o Jairzinho, o Furacão da Copa do Mundo de 1970, no México. O técnico Carlos Alberto Parreira (69) perdeu a oportunidade de revelá-lo para o mundo na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, sacando do banco de reservas Paulo Sérgio Rosa (43), o Viola, na final com a Itália, e não o menino-prodígio. O Brasil ia ensacar o Viola e a viola e voltar para a casa, mas teve sorte nos pênaltis, quando Cláudio Taffarel (46) fez uma defesa, e dois italianos chutaram para fora. O goleiro italiano, Gianluca Pagliuca (45), também pegou um dos quatro pênaltis que o Brasil bateu, mas o resultado final foi 3 x 2.

Gentleman: de gentle, gentil, da mesma gente, da mesma família, e man, homem. Usada também no português do Brasil, a saudação ladies and gentlemen equivale ao tratamento cerimonioso “senhoras e senhores”. Cavalheiro, no português, do latim caballarius, aquele que anda a cavalo, tornou-se hegemônico para denominar o homem de posses, conhecido por andar a cavalo, não a pé, superando gentleman. Contribuíram também para tal sentido as novelas de cavalaria, que apresentavam heróis a cavalo, protegendo sua dama, do francês dame, alteração do latim domina, senhora. Iludir: do latim illudere, divertir-se, in ludere, jogar. Tomou o sentido de enganar porque no jogo o engano está presente, mais do que o acerto. E aparece nestes versos do médico e poeta paulista José Martins Fontes (1884-1937): “Amemos a mulher que não ilude,/ E que, ao saber que a temos enganado,/ Perdoa por amor ou por virtude,/ Pelo respeito ao menos do passado.” Ilusões Perdidas dá título a famoso romance do escritor francês Honoré de Balzac (1799-1850). O enredo mostra um escritor vindo do interior da França que perde as ilusões ao chegar a Paris e ver que a ética e a verdade não são os pontos fortes dos jornalistas. Foi também o título da primeira telenovela brasileira gravada e exibida pela TV Globo, do Rio de Janeiro, em 1965. A atriz Leila Diniz (1945-1972) interpretava uma vilã, fazendo par com o ator Reginaldo Farias (75). 

Lady: palavra inglesa muito presente, não apenas na língua portuguesa — pronuncia-se “leidi”, veio do médio inglês lafdi, pronunciado também lavede e lavedi,  formas radicadas no antigo inglês hlaefdige, mulher que amassa e assa o pão, pelos compostos hlaef, pão, e dige, amassar, cavar. Passou a designar a mulher do lorde, do antigo inglês hlaford, aquele que come o pão que ela prepara. O étimo de bread, sinônimo de hlaef, está presente também em brother, irmão. História semelhante tem mistress, senhora, que veio de meat-mother, mãe que alimenta. Com o passar do tempo, lady veio a designar a mulher de vestes, hábitos e modos refinados. 

Mirabolante: adjetivo formado pelos compostos gregos myrra, perfume, e bálanos, bolota, pelo francês mirabolant. Myrobolan designa planta ornamental de noz aromática, a tal bolota perfumada dos gregos, impossível de não ser notada. Passou a designar coisa que aparece muito, extravagante, espalhafatosa, bela demais para ser verdadeira. Misturou-se ao latim mirabilia, maravilha.