CARAS Brasil
Busca
Facebook CARAS BrasilTwitter CARAS BrasilInstagram CARAS BrasilYoutube CARAS BrasilTiktok CARAS BrasilSpotify CARAS Brasil

Etimologia

Redação Publicado em 02/05/2012, às 11h57 - Atualizado às 12h06

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
-
-

Cruz: do latim cruce, declinação de crux. Originalmente do gênero masculino, designa instrumento de castigo, tortura e morte. Os romanos adotaram a crucificação como forma de executar o condenado ali fixado com três pregos: um para os dois pés, um para cada mão ou braço. O registro mais antigo desse tipo de sofrimento é a cruz onde foi crucificado Krishna, divindade hindu nascida de uma virgem, entre pastores, no campo, que peregrinou por regiões rurais proferindo sermões, curando doentes e fazendo milagres semelhantes aos operados por Jesus (século I), como a multiplicação dos peixes. Morreu crucificada entre dois ladrões, em 900 a.C., aos 33 anos, ressuscitou ao terceiro dia e avisou que voltaria à Terra. Também de Hesus, famoso deus da Bretanha, foi dito que morreu crucificado em 834 a.C., entre um elefante (simbolizando a grande quantidade de pecados dos homens) e um cordeiro (alusão à pureza da vítima). Em 725 a.C., na Índia, também o deus Bali foi crucificado para limpar os pecados do mundo. No México, em 587 a.C., Quetzalcóatl, venerado por astecas, toltecas e maias, depois de batizado, ungido com óleo e jejuar por 40 dias, foi crucificado entre dois ladrões, mas ressuscitou e subiu aos céus. No Tibete, em 725 a.C., um deus chamado Indra também foi crucificado. Pregava que a castidade era o único modo de se tornar santo. Em 600 a.C., na Índia, Sakia teve destino semelhante: nasceu de uma virgem, foi tentado por Satanás, deixou quatro mandamentos (não matar, não roubar, não mentir, não trair o cônjuge) e morreu crucificado. As narrativas sobre essas divindades têm alguma semelhança com as dos Evangelhos.

Domicílio: do latim domicilium, residência fixa, habitual. Nela morava a família na antiga Roma, com um significado bem mais extenso do que é hoje, pois incluía pai, mãe, filhos e domésticos: escravos e servos. E periodicamente os hóspedes. Os antigos romanos já ofereciam hospedagem em suas próprias casas. Esse costume chegou a Portugal, de onde veio para o Brasil, como atesta a arquitetura das fazendas brasileiras, herdeiras da domus, a casa romana, com quartos destinados à hospedagem, entretanto sem comunicação com o interior das casas.

Estranho: do latim extraneus, nascido fora, que não é da família, que vem de fora, atendido então pelo hospes, funcionário encarregado de receber o extraneus e o hostis, estrangeiro. No francês do século XII, evoluiu para estrange, depois étranger, estrangeiro. Quando estranhos e estrangeiros eram hóspedes, tornavam-se novos moradores da maison, casa, e como tal eram tratados, tradição presente também na cultura portuguesa, de receber bem o visitante.

Grafite: do italiano graffiti, plural de graffito, escrita ou desenho em muros, paredes e outros locais públicos, em geral palavras ou frases divertidas, obscenas, contestatórias. American Graffiti dá título a um dos filmes de maior sucesso. Rodado em 29 dias ao custo de 770000 dólares, rendeu 115 milhões. No Brasil, chama-se Loucuras de Verão. O diretor George Lucas (68) se tornaria ainda mais famoso com sua dissertação de mestrado, levada ao cinema como Guerra nas Estrelas.

Hotel: do francês antigo ostel, depois hôtel, moradia ou mansão citadina de nobre ou pessoa rica. Do francês a palavra migrou para diversas línguas denominando estabelecimento para acomodar viajantes ou pessoas que moravam na cidade por pouco tempo. Em espanhol, o equivalente mais próximo foi de início o ostal, sinônimo de hospedaria de qualidade inferior e depois designando residências que, na ausência dos donos por longo tempo, fazem as vezes de hotel. A origem remota de hotel é o latim hospitale, cujo étimo está presente em palavras que se diferenciaram pelo tipo de hóspede recebido. 

Insensato: do latim insensatus, que perdeu o senso, louco. Foi para acomodá-los em alas especiais de hospedarias, pousadas ou hotéis que o latim hospitale derivou para hospitium, hospício. Antes, vagavam pelas ruas ou pelos mares, de acordo com a alegoria das naus de insensatos, banidos do convívio dos sãos. As naus recebiam alimentos, víveres, água e seguiam viagem. Mas o étimo da mãe de palavras como hotel, hospício, hospedaria e outras de domínio conexo é o latim hospitale.