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Etimologia

Redação Publicado em 24/01/2012, às 08h31 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Brasiliense: de Brasil, que em latim é Brasilia, sem acento, ao contrário da capital de nosso País, Brasília, designando substantivo e adjetivo de dois gêneros. Embora o jornalista Hipólito José da Costa (1774-1823), cujos restos mortais repousam na capital do Brasil, tenha insistido em braziliense, quando Brasil era escrito também Brazil, braziliense, o natural, habitante ou que é próprio do Brasil, perdeu para brasileiro. Quanto a Minas Gerais, foi o ciclo do ouro, nos séculos XVII e XVIII, que determinou o sufixo eiro para designar o habitante ou nascido naquele Estado e tudo que é próprio de lá. Os mineiros dedicaram-se também à lavoura e à pecuária, mas ficaram marcados pela mineração.

Carteiro: de carta, do latim charta, folha de papel, folha escrita, mais o sufixo eiro, formou-se este substantivo, que designa distribuidor de cartas e outras correspondências. Mas o latim charta — dito carta — é adaptação do grego khartés, designando a folha de papel, feita antigamente da entrecasca do papiro, na qual eram escritos correspondências e documentos. Esta antiga origem está presente nas designações do francês charte e do espanhol carta, embora o francês use lettre como variante de charte, e o italiano use carta para documento e lettera para a carta propriamente dita, cuja origem é o latim littera, que serviu ao inglês letter e ao francês lettre. Mas, para designar o carteiro, outras línguas recorreram a composições mais complexas. O Dia do Carteiro e dos Correios e Telégrafos é celebrado em 25 de janeiro.

Eiro: do latim arius, sufixo comum para designar ofícios a partir de substantivos, de que são exemplos ferro, ferreiro; costura, costureiro; barba, barbeiro; vaca, vaqueiro; balsa, balseiro. Aparece ainda na formação de palavras que designam comportamento ou marca de personalidade, como em arte e arteiro. E também para indicar local onde estão guardadas as coisas: agulha, agulheiro; açúcar, açucareiro; palito, paliteiro. Outro uso dá-se ao designar locais como formigueiro, de formigas; e cupinzeiro, de cupins.

Naturalidade: do latim naturalitate, declinação de naturalitas, designando o lugar em que se nasce ou a qualidade e a condição. Difere, porém, da nacionalidade, porque esta palavra derivou de nacional, do francês national, e não do latim. Para designar a nacionalidade usam-se outros sufixos, mas no caso do Brasil usa-se eiro, por ter predominado na designação a extração do pau-brasil, primeira atividade. De pau-brasil, fez-se brasileiro, que permanece até hoje, num caso singular. Por pouco nossa nacionalidade não foi designada pau-brasileiro. O sufixo serve também para designar habitante, nascido ou que é próprio do único Estado do Brasil em que este sufixo os designa: Minas Gerais, mineiro. Nestes dois casos, predominou a marca dos trabalhos pelos quais os habitantes se tornaram conhecidos. Outros Estados usam ano (goiano, rondoniano), ense (catarinense, roraimense) e ista (paulista).

Posta-restante: do italiano posta, correio, e de restar, do latim restare, ficar, sobreviver, sobrar. Designa local dos correios onde ficam as correspondências até que sejam procuradas e ainda seções de periódicos que recebem cartas que podem ser respondidas publicamente ou a cada um dos remetentes. O italiano tem lettera para designar carta. E, embora designe o carteiro também por portalettere, a designação mais popular é postino.

Sedex: da abreviação de Serviço de Encomenda Expressa, escolhida pelos correios para designar meio mais rápido de transporte e entrega de documentos e mercadorias. O correio, ou correios, comprometese a entregar envelopes, caixas ou pacotes em todos os municípios do País, variando o prazo de um dia — em algumas capitais — a uma semana. O Aulete é um dos poucos dicionários a ter indexado o verbete.

Transportar: do latim transportare, levar para além das portas ou dos portos, com o sentido também de exilar, e não apenas o de carregar, levar. Em espanhol é cartero. Em inglês é postman ou mailman, o homem do correio. Seja em que língua for, o carteiro hoje transporta mais documentos do que cartas, pois essas vêm sendo substituídas por mensagens eletrônicas, a menos que sejam documentos, despachados ou registrados ou por sedex.