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Etimologia

Redação Publicado em 20/12/2011, às 20h50 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Azevinho: de origem controversa, provavelmente do latim clássico oxymysine, como se lê no Livro XXXVII, volume IV, de Naturalis Historia (História Natural), de Plínio, o Velho (23-79), advogado que desempenhou importantes cargos públicos em Roma. Era almirante e comandava uma frota nas proximidades de Pompeia, quando, ajudando as vítimas da explosão do Vesúvio, ali morreu com aqueles que queria salvar. A variante do latim clássico é aquifolium, pronunciada acifolium no latim vulgar. Designa arbusto da família das aquifoliáceas, nativo da Europa, com flores brancas e drupas vermelhas globulares. Cultivado em razão da madeira e das propriedades medicinais da casca, raízes, folhas e frutos, é usado também como ornamento nas decorações de Natal, costume herdado dos pagãos. No solstício do inverno, eles enfeitavam as casas com ramos de azevinho, em cujos poderes mágicos acreditavam.

Cesta: do grego kisté, pelo latim cista, designando utensílio de vime ou de palha trançados, provido ou não de alças, com tampa ou sem tampa, conforme o uso. Mas atualmente as cestas podem ser de plástico, de alumínio e outros materiais. Indispensável no basquete, seu fim ali é outro: retardar a passagem da bola para marcar os pontos. No sentido metafórico, designa itens essenciais à subsistência de uma família de até quatro pessoas durante  um mês, como é o caso da cesta básica, com produtos alimentares, de higiene, de limpeza. Entidades assistenciais também usam essa medida quando distribuem seus donativos e, por ocasião das festas de fim de ano, elas são chamadas cesta de Natal. No grego, kisté era variante de kánastron, cesta de forma retangular, entretecida com ripas flexíveis, que deu canastra em português.

Drupa: do grego drýpepa, pela formação drýs, árvore, e péptein, amadurecer, designando fruta que amadurece nas árvores. Em latim virou drupa, aplicada à azeitona e em denominações da botânica para frutos carnosos, como o figo, o pêssego e a ameixa, tão comuns nas cestas de Natal. As bagas vermelhas do azevinho são drupas e estão presentes em narrativa cristã lendária. Por ocasião de tremendo infanticídio, São José (século I) escondeu o Menino Jesus (entre 6 a.C. e 27 d.C)) entre azevinhos carregados de drupa, para que os soldados de Herodes I, o Grande (73- 4 a.C.)  não o matassem. Atravessando milênios, vindo de celtas, gregos e romanos, o azevinho e as drupas aparecem atualmente também no Brasil, nas portas das casas, na época de Natal. Tal como entre os antigos povos antes de Cristo, a intenção é celebrar a vida, os ritos de passagem, os começos e os recomeços.

Recenseamento: de recensear, do latim recensere, fixar o número de pessoas em determinada região, discriminando sexo, idade, naturalidade, estado civil, profissão, como faz o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São Lucas (século I) diz que Jesus nasceu em Belém e não em Nazaré por força de um recenseamento ordenado pelo imperador romano Caio Júlio César Otaviano Augusto (63 a.C.-14 d.C.) e executado por Quirino, governador da Síria, jurisdição que abarcava Belém.

Solstício: do latim solstitium, designando as duas datas do ano em que o Sol atinge o maior grau de afastamento do equador, no seu aparente movimento no céu: 21 ou 23 de junho, quando se dá o solstício de inverno no Hemisfério Sul, e de verão no Hemisfério Norte; e 21 ou 23 de dezembro, quando ocorre o solstício de verão no Hemisfério Sul, e de inverno no Hemisfério Norte. No dia 25 de dezembro era celebrado na antiga Roma o dies natalis Solis invicti (dia do nascimento do Sol invicto), uma festa pagã. No século IV, esta data foi escolhida para fixar arbitrariamente o nascimento de Jesus.

Travessia: provavelmente de travessar, do latim transversare, passar para outro lado, variante de atravessar, pela formação travess mais ia. Designado pelos dominadores romanos, Herodes I, o Grande reinava na Judeia quando Jesus nasceu e foi levado dali para o Egito pela mãe e pelo pai adotivo no lombo de uma mula ou de um burrichó. A travessia deve ter sido feita de outro modo. Afinal, em viagem tão longa pelo deserto, só mesmo um camelo! Ou dois!