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Etimologia

Foram os chineses os criadores, em 806, do papel-moeda, palavra formada de papel, do grego pápyros, e de moeda, do latim Moneta, nome do templo de Juno. Também fundamental, sabão veio do latim sapone, porém a origem pode ter sido o holandês antigo sepe.

Redação Publicado em 16/08/2011, às 10h18 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Alicate: do árabe al-liqat, tenazes. Segundo o Aurélio, “ferramenta própria para segurar, prender ou cortar certos objetos, composta de duas barras de ferro ou de aço que se cruzam, presas por um eixo sobre o qual se movem, e terminando em pontas chatas ou recurvadas”. As extremidades das hastes podem ser lisas ou serrilhadas. Nos banquetes maçônicos, alicate designa também o garfo. Provavelmente os primeiros alicates foram de madeira e serviram para manipular brasas e tições em fogos do chão, quando a Humanidade passava do cru para o assado e o cozido. Foram encontrados indícios de ferramentas semelhantes ao alicate de cerca de 3000 a.C.

Barbeador: de barba, do latim barba, originalmente não apenas aplicada ao homem, mas também aos animais, de que é exemplo o bode, e à lanugem das plantas. O sufixo “ear” serviu à formação de barbear, de onde saíram barbeado, o particípio, e barbeador, aquele que depilava os suínos abatidos. Quem fazia a barba dos homens era e é ele mesmo, ou o barbeiro, na barbearia, com água morna e sabão, depois cremes. Com a invenção do barbeador elétrico é que passaram a raspar a barba a seco. O aparelho foi inventado pelo norte-americano Jacob Schick (1878-1937) em 1928, comercializado a partir de 1931 e aperfeiçoado pelo belga Alexandre Horowitz (1904-1982).

Deserdar: de herdar, do latim hereditare, tornarse herdeiro, antecedido do prefixo des, indicando negação. Há outros étimos comuns a este verbo, como haerens, particípio presente de haerere, estar ligado a alguém; e haerentia, herança, aqueles bens aos quais o herdeiro tem acesso depois da morte ou de outros impedimentos de quem os legou para ele. Deserdar é excluir alguém da relação dos herdeiros, impedir que ele usufrua da herança. Com diferença de apenas uma letra, seu parônimo desertar tem outro étimo, o latim desertus, particípio de deserere, abandonar. O areal conhecido como deserto chama-se assim por ser lugar abandonado.

Papel-moeda: de papel, do grego pápyros, pelo latim papyrus, até ao catalão paper, e de moeda, do latim Moneta, nome do templo da deusa Juno. A denominação tem o mesmo étimo do verbo monere, que em latim é advertir. A deidade avisara os romanos de um terremoto. Em 806, por falta de cobre para cunhar as moedas, os chineses as substituíram por papel, oito séculos antes de chegar à Europa. Foi pelos relatos de Marco Polo (1254-1324), comerciante e viajante italiano nascido em Veneza, que os europeus souberam que a China, então chamada Catai, tinha papel-moeda.

Sabão: do latim sapone, declinação de sapo. A origem remota pode ter sido o holandês antigo sepe, hoje zeep, que se tornou seifa no alemão antigo e depois Seife. O étimo comum está presente no sueco sapa, no norueguês sape, no dinamarquês saebe. Savon, em francês, sapone em italiano e jabón em espanhol atestam que há um substrato comum nesse recurso de limpeza, principalmente doméstica. A ideia de deixar melhor o que é esfregado com sabão está presente também na expressão “passar um sabão em alguém”, isto é, admoestá-lo. O sabão foi inventado na antiga Babilônia e foram necessários quase três milênios para que desse origem ao sabonete, feito primeiramente na Espanha, não mais de cinzas e graxas, mas de azeite de oliva e cinzas de barrilha, uma planta. Chama-se sabão da costa um tipo de sabão vindo da costa africana ocidental, utilizado em rituais afro-brasileiros de purificação. Já o sabão-de-macaco e o sabão-de-soldado designam frutos do saboeiro, ricos em óleo e que espumam intensamente na água.

Triciclo: do francês tricycle, veículo de três rodas, que originalmente foi uma carruagem. Mas, em 1885, quando o engenheiro alemão Karl Benz (1844-1929) construiu o primeiro triciclo motorizado, inventava o automóvel, que recebeu uma roda a mais no ano seguinte, graças aos aperfeiçoamentos de Gottlieb Daimler (1834-1900) e Wilhelm Maybach (1846-1929), que puseram motor numa carruagem. Nenhum invento muou tanto nossos hábitos como o automóvel, que garantiu até a liberdade sexual, ao servir de motel avant la lettre, sobretudo para os jovens. Foi também arma: já matou 25 milhões de pessoas e incapacitou milhões de outras com os acidentes.