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'Eterna briga pela sobrevivência', diz Laryssa Dias sobre a vida de traficada de Waleska

Revelação de 'Salve Jorge', Laryssa Dias, intérprete da traficada Waleska, conta como conheceu a realidade das moças que vivem em situações iguais à de sua personagem, fala do assédio dos fãs e do apoio do namorado, Wilson, em seu primeiro trabalho na TV

Paola Donner Publicado em 13/02/2013, às 20h13 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Laryssa Dias - Rede Globo/João Cotta e Alex Carvalho
Laryssa Dias - Rede Globo/João Cotta e Alex Carvalho

Desde que Salve Jorge começou, em outubro de 2012, Laryssa Dias (30) não tem olhos e nem tempo para outra coisa. A atriz, que interpreta Waleska na trama das 9 da Globo, enfrenta a ponte-aérea entre São Paulo, sua cidade natal, e o Rio de Janeiro, onde grava as cenas, e se surpreende diariamente com as novidades de sua personagem.

Apesar das críticas do público em torno das tentativas mal sucedidas de fuga de Waleska e Morena (Nanda Costa, 26), Laryssa garante que a realidade está sendo retratada. “Conversei com algumas garotas sobre a possibilidade de fuga e elas me disseram que não dá certo na maioria das vezes. Tem meninas que tentam fugir e outras não tentam porque têm medo que ameacem sua família. É uma eterna briga pela sobrevivência”, disse ela em entrevista exclusiva à CARAS Online.

Além da interpretação, Laryssa chama a atenção do público com sua beleza e tem sido bastante abordada por fãs na rua. “É impressionante como crianças e adolescentes me reconhecem imediatamente, pois a abordagem da novela é mais adulta. Eles vêm com planos de fuga e vingança incríveis”, contou.

- Como a Waleska tem se mostrado pra você?
Considero a Waleska uma sobrevivente como todas as outras, mas cada uma segue uma linha de acordo com seus valores para sobreviver. Acho que ela se mantém muito fiel. Desde o início, ela mostra que quer pagar a dívida para sair viva e não vai admitir que a prejudiquem, porque ela não prejudica ninguém. Ela tem personalidade superforte, sempre se bancou, se virou, então ela leva isso para o tráfico.

- As atitudes dela mudaram quando a Morena chegou no cativeiro?
Talvez ela tenha baixado a guarda quando a Jéssica e a Morena chegaram e as tomou para si como irmãs. Ali tem meninas de todo o mundo, mas o coração dela amoleceu com a chegada das duas brasileiras e sofreu muito com a morte da Jéssica. Ela quer ajudar a Morena, porque antes ela não tinha esse tipo de preocupação.

- Como o público está reagindo à personagem?
Tem sido muito legal, porque a abordagem é eufórica. As pessoas gritam ‘Waleska, Waleska’ e, em seguida, escuto muitas sugestões de planos de fuga. É impressionante como crianças e adolescentes me reconhecem imediatamente, pois a abordagem da novela é mais adulta. Eles vêm com planos de fuga e vingança incríveis. Todos estão envolvidos com a trama, é comovente.

- Você já tinha feito algum personagem parecido?
Não, era um universo totalmente desconhecido e passei a desvendar alguns mistérios no laboratório, o que foi ótimo para mim. Gosto de desafios, gosto de fazer personagens diferentes e como todo bom desafio, a Waleska me desafiou a fazer o melhor. Visitei várias casas noturnas em São Paulo, desde as ricas até as pobres, e conversei com várias garotas de programa. Quis ver também o ser humano por trás de quem vive como a Waleska, o objetivos, as motivações dessas garotas. Fiquei alguns meses me preparando, vi diversos filmes também.

- Após o laboratório, o que mudou na sua forma de ver essas garotas?
É uma realidade difícil, não é uma vida fácil, e elas são muito corajosas. São garotas que geralmente têm filhos e, além de cuidar deles, elas mantém a casa e a família, tudo com muita dignidade. Elas não esperam ninguém fazer nada por elas. Ver essa realidade é bom para gente desmistificar a profissão e respeitar isso.

- O que você acha de elas sempre tentarem fugir e nunca conseguirem?
Acho que retrata bem a realidade da pessoa traficada. Elas não têm muita alternativa. Quem está traficada vive diariamente esse drama. A maioria não tem como fugir, que é o caso da Waleska. Conversei com algumas garotas sobre a possibilidade de fuga e elas me disseram que não dá certo na maioria das vezes. Tem meninas que tentam fugir e outras não tentam porque têm medo que ameacem sua família. É uma eterna briga pela sobrevivência.

- O que a Waleska e as outras traficadas deve fazer?
A minha torcida é pra que elas fiquem livres. O ponto fundamental é a liberdade, agora como isso vai acontecer é que espero que seja da melhor forma possível: ou que alguém descubra ou de qualquer outra forma.

- Você mora em São Paulo, mas grava no Rio de Janeiro. Como está sendo essa rotina de viagens semanal?
Faz quase quatro meses que viajo toda semana. Passo a semana lá e volto no final de semana, mas muitas vezes trabalho aos finais de semana também. Apesar de ter esse cronograma, nenhuma semana é igual a outra.

- Você recebe cantadas nas ruas?
Acontece sim, mas de uma maneira respeitosa. Por mais que a Waleska seja uma garota de programa, levo todos os tipos de abordagens de uma maneira respeitosa. Mas acho que é mais de admiração do que pelo lado sensual e pejorativo.

- Você é contratada da Globo por obra, mas já pensa em novos projetos na emissora?
No momento estou extremamente focada na Waleska, meu foco e minha atenção estão voltados para isso, mas depois a gente vê. Novas possibilidades e desafios são bem-vindos, mas só vou pensar nisso depois que a novela acabar.

- Você namora a cerca de um ano. Como ele reage às suas cenas? Ele tem ciúmes?
Ele entende, porque ele compreende que sou uma atriz. O Wilson sabe que preciso me jogar, que sou muito intensa no trabalho. Eu mergulho, estudo, dou tudo de melhor para a personagem mesmo. É muito importante ter ele ao meu lado, me apoiando, e ele sabe disso. Ele é muito parceiro.