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Estresse infantil deve-se sobretudo à falta de afeto e à cobrança excessiva

Cid Fernando G. Pinheiro Publicado em 21/05/2008, às 17h20

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Cid Fernando G. Pinheiro
Cid Fernando G. Pinheiro
Estresse é o estado máximo de prontidão do organismo diante de alguma situação. Pode ocorrer tanto em situações novas apenas, como troca de escola, quanto por cobranças de terceiros e até ameaças à vida, entre outros fatores. O homem enfrenta o estresse, vale destacar, desde o primeiro dia na Terra. Algum grau de estresse é bom, pois leva a pessoa a reagir: ela se adapta à nova situação, faz o que o pai ou a professora desejam ou simplesmente corre para fugir de um animal. Passado o estresse, seu organismo volta ao normal. Mas estresse excessivo e contínuo pode ser prejudicial à saúde e até provocar doenças. Crianças, infelizmente, também têm estresse. Hoje, sobretudo nas cidades grandes, ele é muito maior do que no passado. Criança nos faz pensar em inocência, brincadeiras, proteção, carinho, amparo, sorrisos e nenhuma preocupação com a vida. Quando a família proporciona isso, cercandoa de carinho e cuidados, o estresse dela cai a zero. Mas não é mais assim em grande parte das famílias. Muitos pais se separam e deixam de dar atenção aos filhos, criando vários tipos de dificuldades. Os que permanecem juntos saem cedo para trabalhar, voltam tarde e quase não vêem os filhos. E quem cuida deles? Empregados ou funcionários de creches, que muitas vezes não têm consciência de que precisam ser carinhosos e tratam-nos apenas profissionalmente. Além disso, eles estão indo para a escola bem mais cedo. Diante desse quadro, enfrentam algum grau de estresse. Pais pouco presentes sentem que precisam dar compensações aos filhos. Dão-lhes, então, uma ótima escola. Ela ensina muito bem matemática, física, computação, mas não pode proporcionar o mais importante: a segurança e o carinho de uma família. Dão-lhes também roupas e calçados de grife. Dão-lhes ainda jogos eletrônicos. Não para que se divirtam. Escolhem jogos de competição, para que as crianças possam disputar e não simplesmente brincar entre si. E mais: os pais, é natural, acham que os filhos precisam vencer na vida. Para isso, têm de praticar vários esportes, tirar as melhores notas, estudar línguas e ainda ser populares na turma. Sobrecarregam-nos de atividades desde cedo sem nem perguntar se é o que querem. Eles se estressam e as conseqüências vêm logo. Os sintomas podem ser orgânicos ou psicológicos. Os orgânicos são: suor frio, taquicardia, aumento da pressão arterial, dor de cabeça, barriga e pernas, mal-estar abdominal com vômitos e diarréia, insônia e sonolência no dia seguinte. Já os psicológicos são: dificuldade para se concentrar e aprender, agressividade, dificuldade no relacionamento com os amigos e os familiares, falta de interesse pelas atividades das quais gostava, medo incomum, indiferença e tendência ao isolamento. Nas situações mais graves, é comum ocorrer também depressão. Crianças com esses sintomas devem ser levadas ao pediatra. O diagnóstico é puramente clínico, ou seja, conversando com a criança e/ou os pais ou com quem cuida dela. Pode-se complementá-lo com exames de sangue e/ou de fezes, para descartar doenças orgânicas como verminose. O tratamento é feito pelo próprio pediatra e abrange a criança e a família. Consiste numa espécie de "psicoterapia" na qual todos interagem para que possam superar suas dificuldades. Caso tenham doenças psiquiátricas, finalmente, o pediatra a encaminha a um especialista.