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Empreender, do latim imprehendere, é prender nas mãos, assumir,...

...fazer. Muitos empresários empreendedores se sentem inibidos pelos altos impostos â¬" problema que não afeta quem se dedica a ramos ilícitos, como o tráfico, do italiano traffico, ou comércio, de drogas.

Deonísio da Silva Publicado em 02/11/2006, às 12h02

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Alguidar: do árabe al-gidar, vasilha. Designa vaso de barro, de metal ou de plástico, com borda de diâmetro maior que a base. Geralmente produzido por mulheres, tem funções estéticas e utilitárias, pois tanto enfeita a casa quanto serve como recipiente. É utilizado também nas oferendas aos orixás, nos cultos afro-brasileiros. Bem-aventurado: de bem, do latim bene, e aventurado, de ventura, do latim ventura, neutro plural de venturus, o que há de vir, significando que ficará bem e será feliz aquele a quem nos referimos como tal, comoé o caso dos santos. O dia 1o de novembro é consagrado a todos os santos, com o fim de homenagear aqueles que não foram lembrados nos outros dias. Portanto, quem promete pagar as contas no "dia de são nunca", saiba que este dia chega às vésperas do Dia de Finados, quando as contas, então, devem ser igualmente finadas, ou seja, pagas. Na 11a parte do Sermão de Todos os Santos, quando já se encaminha para concluir a longa homilia, o padre Antônio Vieira (1608- 1697) adverte: "Cuidamos que o céu, onde subiram os santos, está muito longe, e enganamo-nos: o céu não está longe, senão muito perto, e mais ainda que perto, porque está dentro de nós, e dentro do que está mais dentro, que é o coração". Orador cioso da coesão textual de seus sermões, também neste foi fiel ao mote que se impôs na abertura: beati mundo corde, extraído da versão latina do Evangelho de São Mateus 5, 8: "Bem-aventurados os limpos de coração". Empreender: de empreender, do latim imprehendere, empreender, prender nas mãos, assumir, fazer. A língua portuguesa, fiel ao latim, dobrou o "e", evitando o "h", mas o francês emprendre, o provençal emprendre, o catalão empendre, o espanhol emprender e o italiano imprendere o eliminaram. Ultimamente têm sido muito usadas as palavras empreendedor e empreendedorismo, designando, respectivamente, um tipo especial de empresário, que cria oportunidades de trabalho para si e para outros, inovando o modo de gestão, e o resultado desse novo tipo de atividade. Finados: de fim, do latim finis, o português fez finar, de que finado é particípio. A liturgia católica designou um dia para os finados, que é 2 de novembro. A comemoração nasceu em Antioquia, no século V, e foi adotada em Roma no século VI. A Igreja Oriental continua, porém, lembrando os mortos no primeiro domingo depois de Pentecostes, assim chamado por cair no qüinquagésimo dia depois da Páscoa. A celebração dos mortos está em várias culturas, mas nem todas designam apenas um dia para homenageá-los. No México, os festejos duram todo o mês de novembro.Hangar: do francês hangar, escrito hanghart no século XVI, vindo do frâncico hangart, em que designava construção aberta, pegada à casa, destinada a guardar sementes, utensílios da lavoura e os produtos da colheita. Com a invenção do avião tornou-se necessário um abrigo de tamanho semelhante e este foi o nome adotado para o recinto que fez as vezes de garagem para os aeroplanos. Um dos maiores hangares do Brasil foi construído para abrigar os primeiros zepelins, em 1936, quando da criação da linha aérea desses gigantescos meios de transporte entre a cidade de Frankfurt, na Alemanha, e o Rio de Janeiro. Localizado nas proximidades da Baía de Sepetiba, no Rio, o hangar existe até hoje e é único no mundo, já que os outros dois, um na Alemanha e outro nos Estados Unidos, não existem mais. A construção tem 270 metros de comprimento, 50 de altura e 50 de largura. A linha durou um ano, sendo interrompida em 1937, depois de nove viagens de dois zepelins, o Hindenburg e o Graf Zeppelin. Este último deu o nome à aeronave. Imemorial: de memorial, do latim memorialis, antecedido do prefixo in, de negação. Designa o que é difícil de lembrar, fato do qual não se pode fixar a data com precisão. Em 1275, contudo, os ingleses determinaram que a expressão "tempos imemoriais" referia-se a tudo o que tivesse ocorrido antes de 1189, quando Ricardo I (1157-1199) iniciou seu reinado. Tráfico: do italiano traffico, pelo francês trafic, tráfico. No italiano, tanto traffico quanto trafficare têm origem obscura. Significa negócio, comércio. No sentido de fluxo de veículos no trânsito usa-se tráfego e não tráfico. A mesma palavra também se aplica ao movimento de navios - tráfego marítimo - e de aeronaves - tráfego aéreo. Tráfico guarda conotação pejorativa, principalmente por seu uso para designar o comércio de escravos que por quatro séculos abasteceu o Brasil. Hoje são mais comuns os tráficos de armas e de drogas, mas também há tráfico de mulheres e até de órgãos para transplantes. Estudioso de temas afro-brasileiros, o escritor e diplomata Alberto da Costa e Silva (75), da Academia Brasileira de Letras, declarou recentemente à revista Movimento, da União Nacional dos Estudantes (UNE), que a escravidão "afetou todas as camadas sociais" e que "até mesmo grandes liberais como Voltaire e John Lock eram acionistas de companhias traficantes de escravos", manchas terríveis na biografia desses filósofos.