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EM MÔNACO, PÔQUER, LAZER E DESAFIO

Os atores brasileiros participam do Circuito Europeu do esporte

Redação Publicado em 18/05/2009, às 10h47 - Atualizado em 24/05/2009, às 11h05

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O grupo antes da partida. - MARTIN GURFEIN
O grupo antes da partida. - MARTIN GURFEIN
Acostumada aos flashes, a ex-modelo, atriz e apresentadora Betty Lago (53) não esconde que nos momentos de lazer se diverte mesmo é fazendo um belo flush. E foi com esse jogo, com cartas só do mesmo naipe, que ela sorriu ao arrebatar dezenas de fichas em mesa de pôquer no Monte Carlo Bay Hotel & Resort, no principado de Mônaco, durante uma das etapas do European Poker Tour. "Gosto de ganhar, de ver a cara do outro que perdeu e não gosto de perder", avisa Betty, provocando com humor os adversários, os atores Marcos Caruso (57) e Larissa Maciel, com o namorado, o administrador André Surkamp (30), além do ex-piloto Gualter Salles (39), que apresenta um programa sobre o pôquer no canal Fox, e o jogador profissional e comentarista da ESPN André Akkari (34). "Betty, além de estar familiarizada com o jogo, como ótima atriz sabe blefar muito bem. Tem futuro", comentou André. O clima e o profissionalismo do campeonato, organizado pela PokerStars.net com 954 jogadores de todo o mundo, impressionaram os atores brasileiros. A inscrição custa 10000 euros, os participantes são obrigados a deixar o torneio quando acabam as fichas referentes ao valor e o vencedor, o holandês Pieter de Korver (26), levou o prêmio principal de 2,3 milhões de euros. "É uma atmosfera muito interessante, existe uma densidade no ar", comentou Larissa, que viveu a cantora Maysa (1936-1977) na minissérie exibida pela Globo. Antes levar o grupo à mesa, André e Gualter deram uma rápida aula sobre o esporte e a modalidade Texas Hold'em, a mais popular em cassinos e salas de jogo nos EUA e Europa: cada jogador recebe duas cartas, que pertencem apenas a ele. Cinco cartas são viradas e todos à mesa podem usá-las para fazer o melhor jogo. Aprendida a lição, diferentes perfis animaram a disputa. "Pôquer é o ícone dos jogos. É um ótimo exercício para o ator. Por natureza, somos fingidores. E é justamente essa a essência do blefe", explica Caruso, que chegou a ganhar uma mão sem nenhuma dupla. O ator conta que a paixão vem da infância, da convivência com a avó Clarice. "Ela sempre me levava para rodas de pif-paf, canastra, pôquer. Podia ter me tornado um jogador inveterado, tenho prazer. Mas minha avó me deixou um grande exemplo. Perdeu tudo, morreu pobre. O jogo é fascinante, mas é preciso saber os limites", ensina Caruso. O estilo destemido e ousado também era adotado por Betty Lago. Ela fez questão de jogar de óculos escuros para esconder suas reações. "Sou audaciosa mesmo, acho que tem que partir para o jogo. Pôquer é pura matemática, precisamos ter noção de quantas pessoas estão jogando, quantas cartas estão rodando em relação ao que você tem na mão. É fundamental não perder o foco, ter frieza e preparo físico, emocional e psicológico. É um desafio bacana", justifica Betty, que costuma se exercitar na internet no site PokerStars.net, que tem cadastrado mais de 20 milhões de jogadores do mundo inteiro. "Gosto tanto que tenho até medo. Como nesse site não se joga a dinheiro, sou audaciosa. Mas se botasse uma grana grande, acho que jogaria mal, com medo de perder ou de apostar muito, de entrar na trip. O jogo faz com que você ache que vai ganhar. Tenho medo disso. Já cheguei até a pensar que poderia virar profissional. É tão inseguro quanto ser ator ou investir no mercado financeiro, você nunca sabe o dia de amanhã ", conta Betty, impressionada com as histórias de Gualter e André Akkari. Um milagre mudou a vida do primeiro. Em 2006, quando disputava a etapa Buenos Aires da Stock Car, Gualter sobreviveu apenas com ferimentos leves a um gravíssimo acidente. "Tenho dois filhos pequenos, minha mulher pressionava. Todos ficaram mais felizes quando parei", explica ele, que vem buscando adrenalina nas mesas de feltro verde. "Adoro pilotar, mas o pôquer vem suprindo minha ânsia de competir", assegura. Akkari também tem trajetória curiosa. Até maio de 2005, nunca havia jogado pôquer. Dono de uma empresa de informática, fez um trabalho para uma empresa de jogo on line e começou a praticar. Um ano e meio depois já era profissional, mudou-se para Las Vegas e corre o circuito mundial. "Além da técnica, o jogador precisa saber observar a reação dos adversários", ensinou. Mais cauteloso à mesa, o casal André e Larissa disse ter adorado as dicas. "Não sabia jogar e quando não se domina algo, o melhor a fazer é ser cauteloso mesmo. Agora aprendi que pôquer não é simplesmente sorte ou azar. Envolve muitas coisas, inteligência, estratégia, capacidade de observação", disse Larissa, que pôs todo seu cacife em outra direção. "Prefiro ter sorte no amor", simplificou, abraçando André.