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Edmundo, uma fera mansa cercada por sua família

O comentarista esportivo e ex-craque fala do momento sereno com a mulher, Clarissa, e a filha Catarina

Redação Publicado em 02/08/2011, às 16h33 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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Em sua casa, na Barra da Tijuca, Rio, o casal se diverte com a menina. - Selmy Yassuda
Em sua casa, na Barra da Tijuca, Rio, o casal se diverte com a menina. - Selmy Yassuda

Ao lado da mulher, a jornalista Clarissa Ivalski (32), com quem está há sete anos, e da caçula, Catarina (2), Edmundo (40), ex-craque da Seleção Brasileira, do Vasco, Palmeiras, Flamengo, Santos e Corinthians, entre outros, e atual comentarista da Band, em nada lembra o atleta explosivo de antigamente, que lhe rendeu a fama e o título de ‘animal.’ Tímido à primeira vista, ele se desarma e ganha brilho nos olhos ao falar sobre o amor que tem pela família. “De domingo a quinta-feira, trabalho em São Paulo. Adoro o que faço, mas depois da gravação, voltar para o flat e ficar sozinho me deixa triste. É ruim não ter com quem conversar, dividir o dia, deixar de ouvir a Catarina dizer ‘papai’ ou ‘Vasco’, não estar com minha mulher. Bate uma solidão... Por isso, estamos de mudança. Quero tê-las perto de mim”, explicou ele, em sua casa, na Barra, Rio.

O rótulo de bad boy adquirido por suas atitudes polêmicas dentro de campo, e também fora, ele tenta explicar. “Era jovem. Minha rebeldia vinha da indignação por minha infância carente. Quando me tornei um jogador de sucesso, a sociedade e a imprensa cobravam que eu fosse o inteligente, o bacana, o educado... Confundi as coisas e fiquei meio revoltado com o sistema. (risos) Mas com o tempo percebi que o mundo é assim. Aprendi levando pancada”, revelou o comentarista.

Apesar da nova postura, os erros do passado ainda trazem consequências. Em junho passado, Edmundo voltou a ser detido em função do acidente que provocou a morte de três pessoas na Lagoa, bairro da zona sul carioca, em 1995. Consciente, ele não se isenta da culpa, mas acredita que o prazo para punições já expirou. “Tenho noção do meu erro. Só eu sei o que senti com as minhas cobranças e a dos outros, também”, disse ele, que tenta superar o drama na companhia de Catarina e dos outros filhos, Ana Carolina (16), Edmundo Jr. (12), ambos do casamento de 12 anos com Adriana Sorrentino (37), e Alexandre (17), fruto de uma relação extraconjugal com a então modelo Cristina Mortágua (41).

– Você parece mais maduro. Considera essa sua melhor fase?

– Sou um cara que não se empolga muito com as coisas boas, nem se abate tanto com as ruins. Ao longo da minha trajetória, vivi fases incríveis e péssimas. Tenho tudo o que um homem gostaria: família bacana, saúde, emprego e bela casa. Não posso me queixar.

– Já imaginou como teria sido sua vida sem o futebol?

– Minha mãe lavava roupa para fora e meu pai era barbeiro. Que oportunidades teria? Fiz até a 5ª série e me acho relativamente culto para meu histórico. Sonhava ser engenheiro eletrônico e me arrependo de não ter levado os estudos adiante.

– Não pensa em voltar agora?

– Quero cursar Jornalismo. Agora, vou focar na mudança para São Paulo no próximo mês e na carreira de comentarista. Estou muito feliz na Band.

– Como é estar do outro lado, analisando atitudes em campo?

– No início, tive medo de falar dos companheiros de futebol, porque achava que críticas ao desempenho dos atletas, muitas vezes, era algo pessoal. Hoje, sei que o julgamento técnico se restringe à informação.

– A experiência que você ganhou na carreira o tornou um pai exigente?

– Sim. O estudo dos meus filhos é prioridade. Checo os cadernos. Só ganha mesada se tiver notas boas. Não afrouxo mesmo. (risos)

– Você nunca teve muito contato com seu filho Alexandre. Como é essa relação hoje?

– Ótima, a mesma que tenho com todos os outros. Convivíamos pouco, porque ele morava com a mãe e eu viajava muito em função dos jogos. Posso dizer que nossa relação é melhor agora.

– Você e Clarissa não são casados legalmente. Pretendem oficializar essa união?

– Eu queria casar... Mas tem de ser na marra. (risos)

Clarissa – Na minha concepção, nós já somos casados há muito tempo. Assinar papéis agora não tem mais importância.

Edmundo – Ela é sempre reticente sobre o assunto. Digo para gente se casar e sair em lua de mel. Mas isso a gente faz sempre que pode, não é? (risos).

– Pensam em ter mais filhos?

Edmundo – Eu gostaria.

Clarissa – Seria interessante para Catarina ter um irmãozinho. Quem sabe em um ano?

– Edmundo é romântico?

Clarissa – Acho que sim, mas não é do tipo que manda flores. Prefiro assim. O companheirismo é que dita a verdade de uma relação. Prefiro tê-lo ao meu lado a atitudes melosas.

– O que admiram no outro?

– Clarissa é uma mulher íntegra. Namoramos três anos na ponte aérea, quando eu jogava no Palmeiras, em São Paulo. Ela sempre teve um comportamento exemplar. No conjunto da obra, Clarissa é especial: linda, excelente mãe e cuida muito bem da família.

Clarissa – Edmundo é parceiro e carinhoso. Tem uma timidez inicial, mas depois, quando pega intimidade, surpreende, mostra-se muito divertido.

– Este ano, você recebeu um mandado de prisão pelo acidente em que se envolveu em 1995, foi detido e está livre graças a um habeas corpus. Como se sentiu?

– Foi difícil. Pensei muito na minha família, no constrangimento pelo qual passariam. Confio na justiça e nos meus advogados. Eu não me isento da culpa pelo acidente, de jeito algum. Tenho noção do meu grande erro e sou totalmente solidário à dor das famílias que perderam seus entes queridos. O que não consigo compreender é isso tudo vir à tona logo agora que o processo já prescreveu.

– Chegou a manter qualquer tipo de contato com as famílias das vítimas após o acidente?

– Tive um breve contato com eles logo depois que tudo aconteceu. Mas foi delicado e penoso para ambas as partes tocar no assunto. Resolvemos então prosseguir com as nossas vidas, cada um com sua dor.