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Sintonia de Ed Motta e Edna Lopes

Cantor festeja 20 anos de união e divide manias e coleções com amada

Redação Publicado em 13/09/2010, às 16h06 - Atualizado em 16/09/2010, às 15h49

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Na sala do apartamento, no Rio, Edna e Ed brindam a relação deles com vinho, uma das muitas paixões em comum. - CADU PILOTTO
Na sala do apartamento, no Rio, Edna e Ed brindam a relação deles com vinho, uma das muitas paixões em comum. - CADU PILOTTO
Não é apenas em suas composições que Ed Motta (39) expressa a paixão pela música. O sentimento se torna visível na coleção de 30 mil discos de vinil, entre os quais inclui o da trilha sonora de sua história de amor com Edna Lopes (48), com quem completou 20 anos de união em agosto. "Stevie Wonder é meio que nosso padrinho, pois a canção You're The Sunshine of My Life marca nosso primeiro beijo e amasso", ressaltou a desenhista. Em seu apartamento no Jardim Botânico, Rio, Ed dedica igual atenção aos quadrinhos feitos por sua amada, a milhares de livros e à adega com 300 garrafas de vinho, gosto compartilhado pelo casal. "Sou intenso, do tipo oito ou oitenta. E de todas as coisas que amo ela é a soberana", acrescentou o cantor de gosto musical eclético, cuja discoteca tem LPs que vão de Led Zeppelin, Black Sabbath e The Who a Ronnie Von (66). Ed e Edna festejam as duas décadas juntos acrescentando novo elemento à parceria. A quatro mãos, escreveram 11 letras das 12 músicas de Piquenique, CD dele lançado no fim de 2009. "Foi nossa primeira vez, o resultado de um bom vinho (risos) com pizza. Eu mostrei a ela uma música e sugeri que fizéssemos a letra, aí surgiu A Turma da Pilantragem", lembrou ele. "Morri de medo, achei que nós fôssemos brigar, mas acabou fluindo bem. O mais incrível é que conseguimos fazer tudo em uma semana", completou ela, que está escrevendo um livro de ficção científica (texto e ilustrações), que planeja editar em 2011. O primeiro, Amana, Ao Deus Dará, foi lançado em 2004. - Ed, pelos seus gostos e vontades, você se acha diferente? - No mundo em que vivemos, só de ter opinião já somos considerados excêntricos. Não gosto de futebol. Gostar dessa coisa tão baixa, aliás, é o defeito da Edna. Aí já dizem que me acho a última bolacha do pacote... Mas nunca quis ser como a maioria. Penso igual a Nelson Rodrigues: "A unanimidade é burra". Edna - Fora o futebol, temos várias afinidades. Uma amiga diz que somos gêmeos siameses. - Ed, você imaginou que encontraria alguém tão parecido? - Dentro da vida que tive, sempre achei que nunca teria sorte no amor. Venho de um meio de pessoas cujo o karma é de ser colecionador pesado. Pessoas que dormem com catálogos, sem interesse de dividir informações. Com Edna foi diferente. E não tenho carência de agradar aos outros como todo mundo. Talvez entre um lado egocêntrico. Me acho o máximo e quem não concorda está errado. Edna - Sou o contrário. Respeito a opinião de todos e até o fato de ele pensar desse jeito. - Por que não tiveram filhos? Ed - Não tenho paciência para crianças. Seria um general, obrigaria meu filho a estudar piano, a tocar melhor que eu, saber mais de tudo. Não quero a responsabilidade. Os discos já são um filho, tem que trocar de plástico, limpar... Edna - E iria dar briga, porque eu criaria tipo índio, faz o que quer, na hora que quer, adoro rebeldia. Mas também nunca tive vontade de ter filhos. Quando começamos a namorar, uma das primeiras coisas que perguntei foi isso. Ed - Dentro da nossa sociedade isso é considerado outsider. Não tenho nem afilhado. Aqui não entra nada disso. No children, no dogs, no cats, no problems. - Qual o segredo da relação? Edna - A gente se ama. Se um está a fim de ver um filme e o outro quer ficar no computador, tudo bem. Entre nós não existe a cobrança de fazer tudo junto... Ed - Sou obsessivo nas minhas manias. Na Europa, nunca fui de ficar indo a museu. Ela vai sozinha a várias coisas e eu sigo para a loja de discos, de onde saio cheio de bolsas com vinil. Depois, escolho o melhor restaurante da cidade, tomo o melhor vinho que meu dinheiro pode pagar e fico olhando os discos. Com a internet tenho outras possibilidades de comprar. Quase todo dia recebo pelo correio uma caixa com um vinil novo. - Edna, você costuma censurar essas paixões dele? - Pelo contrário. Tudo isso faz com que o admire e ame. Às vezes, pessoas da família que nos visitam dizem: "Coitada, a casa está tomada de coleção". Mas adoro tudo. Desejava ser pintora. Quando ele me apresentou os quadrinhos europeus, me identifiquei logo. Ed - A verdade é que tenho hábitos e gostos fora da minha realidade financeira. Por tudo que fiz nestes 22 anos, era pra ter uma casa enorme, com chafariz. E meu negócio está todo aqui... e na barriga (risos), porque foram consumidos vários vinhos e várias contas em restaurantes. Cada vez que vou a Europa, deixo um apartamento (risos). É um estrago grande. Meu esquema lá é de milionário. É ir no melhor o tempo inteiro. Edna - E ele consegue manter esse padrão sem vir a perder nada em sua essência artística.