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Dúbio, do latim dubius, é incerto, duvidoso, que pode ter mais de uma...

...interpretação. Para evitar dubiedades em suas determinações, certas instituições as mandam aos interessados na forma de intimação, do latim intimare, intimar, que tem a mesma raiz de íntimo, pessoal.

Deonísio da Silva Publicado em 28/09/2006, às 17h21

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Aspone: da redução de assessor de p... nenhuma, significando assessor de coisa nenhuma, de nada. A expressão foi criada por Ronald Russel Wallacede Chevalier (1936-1986), mais conhecido como Roniquito, lendário boêmio da Zona Sul carioca, de acordo com a biografia que dele fez sua irmã, a jornalista e atriz Scarlet Moon de Chevalier (55), intitulada Dr. Roni e Mr. Quito. A expressão, reduzida a um acróstico, entrou para a língua portuguesa na década de 1970. Nem todos os dicionários a acolheram e um dos poucos a fazê-lo foi o Houaiss. O Aurélio e o Michaelis, muito consultados, não registram aspone. Bondinho: de bonde, do inglês bond, apólice, obrigação, título. Bondinho designa pequeno bonde, carro de elevador ou teleférico. O mais famoso bondinho do Brasil é o que faz o trajeto entre a Praia Vermelha, na Urca, e os altos do Pão de Açúcar. O morro tem esse nome porque os tamoios, primeiros habitantes da região, que falavam tupi, chamavam-no de Pau-nh-açuquã, montanha alta, isolada e pontuda. Quando os franceses invadiram o Brasil, mudaram o nome para Pot de Beurre (pote de manteiga) e mais tarde para Pot de Sucre (pote de açúcar). A pronúncia do tupi acabou por influenciar a palavra portuguesa que predominou na consolidação do nome, a partir da segunda metade do século XIX, já que pau-nh-açuquã e pão de açúcar soam quase iguais. Dúbio: do latim dubius, incerto, duvidoso, sobre o qual não se tem certeza. Aparece em várias citações latinas: "In dubio pro reo" (em dúvida, a favor do réu), prescrevendo que, à falta de provas, o juiz deve decidir em favor do acusado; "In dubio contra fiscum" (na dúvida, contra o fisco), determinando que nas contendas entre o Estado e o contribuinte, não existindo certeza sobre o débito, a sentença será favorável ao contribuinte; "In dubio pro libertate" (na dúvida, em favor da liberdade), base do Direito romano clássico com o fim de proteger o indivíduo; "In dubio pro misero" (na dúvida, em favor do mais fraco), lema dos conflitos na legislação do trabalho, para compensar juridicamente a inferioridade econômica do trabalhador. Facultativo: do latim facultatis, genitivo de facultas, faculdade, capacidade de fazer ou não alguma coisa, que não é obrigatório. É sinônimo de permissivo, embora o escritor francês Gustave Flaubert (1821-1880), autor de Madame Bovary, nos tenha ensinado que não há sinônimos, pois sempre há sutis variações de significado. O ponto (registro de entrada ou saída do trabalho), algumas vezes declarado facultativo nas repartições públicas, é de um cinismo atroz: os funcionários podem escolher entre comparecer ou não ao trabalhonos dias em que está em vigor esse tipo de permissividade. É claro que ninguém vai e o facultativo de ir torna-se obrigatório de não ir. Intimação: do latim intimatione, declinação de intimatio, intimação, de intimare, intimar, ordenar. A raiz está presente em íntimo, isto é, profundo, pessoal. A intimação é o ato pelo qual as partes ou seus procuradores são instados a que façam ou deixem de fazer alguma coisa. Apesar de seu caráter de intimidade, é feita também por edital, prevalecendo nesse caso a intenção de não prejudicar o direito de quem o pleiteia quando a parte contrária está em lugar de difícil acesso ou não se saiba onde está. O propósito é evitar que a demora na intimação pessoal lese direitos. O sentidoé diferente do de intimidação, que vem do verbo intimidar, de intimidare, provocar medo, pavor. A intimidação tem o fim de assustar aquele a quem é dirigida. Papaia: provavelmente do aruaque papaya, designando o fruto do mamoeiro, que parece ter recebido tal designação por parecer-se com um seio, uma grande mama, mamão, portanto, ou por mamar a seiva do tronco. Mamão designa também o cordeiro, o bezerro e o potro que ainda mamam. Há uma deliciosa sobremesa conhecida como creme de papaia, em geral feita com mamão, sorvete e creme de cassis. Foi criada em 1975, na Churrascaria Rodeio, em São Paulo. A artista plástica Suzy Gheler (48), então grávida do primeiro filho, estava um pouco indisposta, mas teve desejo de saborear um sorvete. O maîtreRamón Mosquera Lopes (1932-1999) foi à cozinha e mandou bater o sorvete com mamão: é proverbial a fama da fruta de curar malestares. Antes de ganhar os cardápios do mundo, a sobremesa era conhecida pelo nome de Suzi. Também foi o Rodeio que inventou a picanha fatiada, assada à vista do freguês, num fogareiro sobre a mesa. Diante das queixas femininas - o cheiro e a fumaça impregnavam cabelos e roupas -, acoplou-se pequeno exaustor sobre o fogareiro. Outra criação da casa, o arroz Biro Biro, é atribuída, entre outros, ao jornalista Thomaz Souto Corrêa (68) e ao médico e ex-jogador de futebol Sócrates de Oliveira (52). Biro Biro era o apelido do pernambucano Antônio José da Silva Filho (46), jogador que tinha o cabelo quase amarelo e teve destacadas atuações pelo Corinthians.