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Dor característica da angina vem da obstrução das artérias coronárias

Nabil Ghorayeb Publicado em 06/07/2006, às 12h37

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Nabil Ghorayeb
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A angina pode ocorrer no peito, pernas e cérebro. A angina de peito caracteriza-se por dor no tórax. Mas cada paciente a interpreta de modo diverso. Opressão, queimação, aperto no peito e peso no tórax são maneiras como a descrevem. A dor pode irradiar-se para as costas, ombros, braços, maxilar ou queixo. Surge em geral quando se emocionam, se estressam ou fazem algum esforço físico, como andar e subir escada. A angina, vale destacar, tem duração curta: se a pessoa pára ou interrompe a atividade, some em no máximo 20 minutos. Outros sintomas são: palidez, tontura e disparos do coração. A causa da dor é a má irrigação sanguínea do miocárdio, o músculo do coração. O fenômeno deve-se em 95% dos casos à obstrução das artérias coronárias por ateroma, isto é, degeneração de seu tecido interno e a deposição de gordura, o que forma placas duras. A angina de peito sempre foi mais comum em homens de 50 a 60 anos, em especial fumantes, sedentários, obesos, os que sofrem de pressão alta ou de diabetes. Ultimamente, porém, como a mulher adotou muitos dos maus hábitos masculinos, como o tabagismo, também elas apresentam cada vez mais o problema. Quando aparece a dor, em geral 90% do espaço interno das artérias coronárias está obstruído. Se o portador não vai ao médico para se tratar, é grande o risco de o quadro evoluir para infarto do micárdio, ou seja, morte do tecido cardíaco por falta de sangue e oxigênio. Cerca de 50% dos infartados, aliás, tiveram angina do peito e pelo menos metade não percebeu. Isso é mais freqüente em diabéticos, cujas terminações nervosas ficam como que "anestesiadas". Nas situações mais graves, a angina pode matar por arritmia cardíaca e outras complicações. É possível evitar a angina com algumas medidas básicas. Não fume. Pratique atividades físicas habitualmente. Controle o stress, a ansiedade, a obesidade, o diabetes e a pressão alta. Pessoas com sintomas devem ser levadas logo a um hospital de qualidade. Dores no peito são sempre muito importantes. Preocupa-me, como também à Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), que muitos serviços de emergência no país não sabem identificar angina. Até porque muitas vezes ficam a cargo de médicos iniciantes. Em Nova York, nos EUA, por exemplo, só médicos com mais de cinco anos de experiência trabalham em tais serviços. Em Seattle, que tem um ótimo atendimento de emergências, paramédicos se utilizam de um questionário para identificar doenças que podem ser fatais e enviar o socorro. No Brasil, por sugestão da SBC, hospitais já instalam unidades específicas para dor torácica. Em 90% dos casos, o médico diagnostica angina por meio da história clínica: como a dor surgiu, suas características e como está aumentando. Caso tenha dúvida, recorre à história familiar: grande parte dos portadores de angina tem histórico da doença na família. Pode comprová-la com exames como eletrocardiograma (em alguns casos mostra alterações) e testeergométrico (de esforço), realizado em esteira ou na bicicleta. Esse teste precisa ser feito por cardiologista treinado, do contrário há o risco de se ter laudo errado. Caso ainda haja dúvida, um dos exames seguintes é a cintilografia do miocárdio: injeta-se uma substância radioativa no sangue. Se não alcança o músculo cardíaco durante um teste de esforço, está comprovada a má irrigação sanguínea e, pois, a angina. Com o exame de imagem cinecoronariografia se descobre onde se localiza a obstrução. O tratamento utiliza remédios, angioplastia ou cirurgia. Por meio da cirurgia se coloca uma ponte de safena (veia tirada da perna) e se restabelece o fluxo de sangue no coração. Já pela angioplastia se põe uma telinha de titânio (stent) no local obstruído da artéria para abri-la e permitir a circulação do sangue. E os remédios podem ser indicados mesmo a quem fez os outros tratamentos.