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Etimologia

Embora tenha entrado na língua portuguesa como gíria, dica, redução do verbo indicar, do latim indicare, consolidou-se na língua culta como informação especial. Decisiva em muitas profissões, eloquência, arte de falar bem, veio do latim eloquentia.

por Deonísio da Silva* Publicado em 11/05/2010, às 11h10 - Atualizado às 11h11

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Dica: redução de indicar, do latim indicare, indicar, revelar, expor, mostrar, resumir, ligado a dicare, dizer, divulgar, avisar. No latim, indicare aparece em indicare lagrimis dolorem (mostrar a dor pelas lágrimas), em que nada é dito em palavras. Já dicare torna indispensáveis as palavras, faladas ou escritas, como em sententiam dicere, dizer a sentença. Na língua portuguesa, dica entrou pela gíria, mas consolidou-se na língua culta como informação especial, nem de todos conhecida, que é útil saber e está expressa de forma resumida, como em "dicas para operar melhor o computador e o celular". A revista Língua Portuguesa, que já está no ano 4, tornando-se indispensável a quem quer melhorar o português, fez interessante matéria sobre a arte de falar em público e deu a seguinte chamada de capa: "Como falar bem: 10 dicas de oratória para realizar boas apresentações em público, sem aquele frio na barriga nem garganta seca". Eloquência: do latim eloquentia, eloquência, arte de falar bem, seja para expor, seja para convencer, comover, persuadir. Perdeu o trema com o Acordo Ortográfico. É palavra ligada ao grego logos, linguagem, proposição. Há uma história dando conta de que na Sicília, após a deposição dos irmãos tiranos Gelon (540-478 a.C.) e Hieron (?-466 a.C.), os agricultores, mediante júris públicos, conseguiram reaver as terras de onde tinham sido expulsos seus pais e avós, usando eloquência e oratória. Observa o jornalista alagoano Luiz Costa Pereira Junior: "Os historiadores a sabem farsa, mas a história sempre me pareceu uma delícia, por dar origem concreta (a disputa por propriedade) a algo que é da ordem da linguagem (a defesa de opiniões)". Nos processos públicos instaurados para recuperarem a terra e receberem compensações por danos difusos, nasceu o júri popular. Em vez da força, os descendentes dos espoliados empregaram a palavra para convencer a plateia de que terra e bens lhes pertenciam. Pecado: do latim peccatum, pecado, tropeço, ligado a peccare, mancar, tropeçar, errar. Quando o cristianismo triunfou em Roma, por volta do século IV d.C., a vitória teve reflexos profundos nas instituições e também na língua. Assim, Sol, sol, astro e divindade, foi ligado ao Deus cristão, a Jesus (entre 4 e 7 a.C.-entre 29 e 26 d.C.) e aos santos, de que é exemplo a auréola luminosa com que são representados. As sedes do poder imperial, como os palácios, e as instâncias jurídicas foram assimiladas e tomadas pelos cristãos, em mudanças que se tornaram perenes. Papa e bispos moram em palácios até hoje, antes habitações do poder político. Templos dedicados a deuses pagãos tornaram-se basílicas, catedrais e igrejas. E o pecado deixou de ser tropeço, erro, para transformar-se em ofensa a Deus, dividido em pecados mortais e veniais, sem contar o pecado original - aquele com o qual você nasce por culpa de Adão e Eva. Simbolismo: do francês symbolisme, simbolismo, de símbolo, do latim symbolum, marca que une, designando o emprego de símbolos, sejam palavras, sejam números e signos. Entre os séculos IV e V foram criados os sete pecados capitais: avareza, gula, ira, luxúria, preguiça, inveja, soberba. O sete aparece como número referencial também na Bíblia: o rei Salomão (970-931) levou sete anos para construir o Templo de Jerusalém. O rei Antíoco IV Epifânio (215-162 a.C.) martirizou sete irmãos. Uma viúva desposou sete irmãos, em sequência, e os saduceus queriam saber de Jesus com qual deles ela casaria após a ressurreição dos mortos, já que não teve filhos com nenhum. Ele respondeu que no Céu ninguém vai casar. Vogal: do latim vocale, vogal, derivado de vox, voz. Designa som da linguagem humana e também a letra que representa esse som. As vogais da língua portuguesa são cinco: a, e, i, o, u. Às vezes, algumas vogais não são escritas, mas são ditas, como em administrar, psicologia e advogado. Na fala soam como adiministrar, pissicologia e adevogado. No livro Maricota e o Mundo das Letras (Editora Mercuryo Jovem), de belo projeto gráfico, o escritor e frade dominicano Carlos Alberto Libânio Christo, mais conhecido como Frei Betto (65), faz com que Alfabeto explique a Maricota, de forma simples, precisa e encantadora, como poucos professores fazem: "O corpo de uma pessoa se compõe de cabeça, tronco e membros. O de uma palavra, de letras e sílabas. Sílabas são pedaços de palavras. MARICOTA, por exemplo, tem quatro sílabas: MA-RI-CO-TA. Para pronunciar uma sílaba você precisa de uma vogal. O mesmo vale para pronunciar uma letra."