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Corações cansados precisam tirar férias antes de viver um novo amor

Redação Publicado em 09/10/2012, às 11h38 - Atualizado em 26/11/2012, às 14h12

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A busca do amor não é um percurso sem armadilhas e descaminhos. O sofrimento está sempre à espreita. Isso porque há, entre os seres humanos, muito mais desejo e amor irrefletido do que a preocupação em conhecer a pessoa que despertou esses sentimentos. E o desconhecimento, sabemos, é um perigo. Claro que as delícias afetivas e sexuais muitas vezes compensam os riscos e eventuais dissabores a serem enfrentados com um estranho. Mas às vezes os desencontros são tantos que o coração fica exaurido e sem esperanças,  implorando por férias! Cá entre nós, esta pode realmente ser uma boa ideia. Relaxar um pouco, repensar a própria história, curtir a vida de forma independente, exercer a solteirice e a disponibilidade são boas maneiras de curar uma desilusão. Além disso, conseguir ficar sozinho e bem durante algum tempo pode ser uma indicação tanto de saúde quanto de maturidade.

O fato é que o amor também pode maltratar. Sigmund Freud (1856-1939), o fundador da ciência do inconsciente, dizia que nunca estamos tão desprotegidos contra o sofrimento do que quando amamos, e que nunca nos sentimos tão infelizes do que quando perdemos o amor. Mas quem vai trocar uma paixão, mesmo que insensata, para seguir a sabedoria dos grandes pensadores? O coração é mais forte do que a mente, e esta dificilmente o pode controlar.

Há, naturalmente, aqueles que acertam nas escolhas. Algumas pessoas têm um incrível talento para conjugar amor e bom senso. Porém nem todos são tão felizes. Com frequência, a paixão “queima a partida” e sai na frente do conhecimento. É como se o “Messias” surgisse subitamente na pele daquele gato ou daquela gata, com a promessa de acabar com todas as carências e inaugurar um tempo de amor e felicidade.

Até mesmo quando as relações dão certo, há armadilhas a enfrentar. Como somos todos viúvos de relações imaginadas como perfeitas, as satisfações reais nunca parecerão completas. Essas fantasias de perfeição em nosso inconsciente estão na raiz da inconstância e da procura incessante pelo amor. Pior: a ideia do amor ideal não está só em nossa cabeça. Ela é vendida no mundo atual tanto pela televisão, quanto pelo cinema e pela publicidade. Tudo isso contribui para a intolerância e a insatisfação com os relacionamentos reais (às vezes, convém lembrar, eles são mesmo insustentáveis e é insensato tentar mantê-los).

É por todos esses fatores, e muitos outros, que o coração — velho de guerra! — às vezes quer um descanso! Mas não é fácil dar a ele as merecidas férias, como mostra a letra da música Aquela Velha Canção, de Marisa Monte (45) e Carlinhos Brown (49): “Confesso que fiquei magoado, eu fiquei zangado,/ mas agora passou, esqueci/ Não vou te mandar para o inferno porque eu não quero/ E porque fica muito longe daqui...”

Importante também dizer que essas férias de que falamos não podem significar um mergulho na vulgaridade dos tempos “líquidos” atuais, uma viagem ao reino das “periguetes” ou dos “perigueteiros”. A boa pausa é para meditação, não para a libertinagem. Quem realmente quer conceder uma folga ao coração precisa perdoar e esquecer os “ex”, aprender com a experiência, dela extraindo uma lição — quem sabe? —, que pode ser o prelúdio de um novo e exitoso amor.