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Como lidar com os destroços da relação encerrada pelo parceiro

Luiz Alberto Py Publicado em 27/07/2007, às 11h12

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Luiz Alberto Py
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Um dia, uma pessoa envolvida em uma relação a dois decide terminar. Tal decisão germinou por algum tempo, embora possa surgir de repente. Ninguém decide interromper uma união sem que antes não tenha surgido alguma motivação que, às vezes lentamente, desmancha a aparente estabilidade do vínculo. De qualquer forma, nesse momento se coloca a questão. Começa um processo de separação no qual há uma "vítima" que precisa administrar sua situação emocional. Sabemos que essa vivência é dolorosa, traumática e deixa seqüelas. Mas a vida continua; as feridas precisam ser cicatrizadas e novas oportunidades de relacionamento podem surgir. É preciso que se tirem lições do que ocorreu; que a experiência dê frutos positivos. O término da relação com alguém amado gera arrasador sentimento de perda. A impressão é de que a vida não tem mais sentido, a pessoa se sente como se estivesse morta ou morrendo. Certamente alguma coisa lá dentro morreu. Aquele outro se torna uma ausência, uma falta dolorosamente sentida. Em períodos como esse, tenta-se, do modo que for possível, sobreviver e manter a esperança de um futuro melhor. Existe uma sensação de fracasso, de derrota e, quase sempre, um vago sentimento de culpa que acompanha a inevitável pergunta: "Onde foi que eu errei?" Quando o sentimento de culpa não impera, fica uma noção de impotência e uma idéia dolorosa de estar sendo vítima de uma injustiça: "Fiz tudo direito, amei e me comportei bem, fui fiel, não merecia isso", como se ser amado fosse merecimento. Muitas vezes perdura a frustrante ilusão de um retorno que não ocorre. Lidar com os destroços de um amor encerrado pelo parceiro - em geral, sem que se saiba direito o que ocorreu e como - é uma tarefa penosa, tal qual tentar sobreviver a um naufrágio. A sensação de que as emoções estão mortas dentro de nós nos acompanha o tempo todo. Debruçando-me sobre essa dolorosa situação, elaborei algumas reflexões para quem está sofrendo a dor da perda. Convém lembrar que isso passa. Pode demorar, mas passa. Não se afobe procurando substitutos para a pessoa amada. Leva tempo para estar em condições de encontrar alguém. Se você procurar outra pessoa, ela vai sentir que está sendo uma substituta e não aceitará a situação. Além disso, mesmo que não perceba, a nova relação vai ficar vinculada à antiga e isso será negativo. É claro que diferentes situações demoram tempos diversos e, quanto maior o seu envolvimento, maior o período necessário para o sofrimento desaparecer. A dor cessa aos poucos, embora muitas vezes seu fim seja percebido de repente. O mais importante é saber que um dia o padecimento acaba, pois isso ajuda a suportá-lo. Quanto à idéia de que não deve haver pressa em procurar substitutos, vale esclarecer que a pressa de se livrar da solidão pode levar a nova má escolha. Se você não for seletivo, é provável que a nova pessoa sinta sua afobação e rejeite a situação. Além disso, a nova relação vai ficar vinculada à antiga, o que será negativo. É bom haver uma clara separação entre duas relações. A solução é abrir mão de achar o substituto de quem foi embora e ficar alerta para evitar lidar com os novos relacionamentos como se fossem tentativas de resolver a situação anterior e tratá-los como devem ser tratados, ou seja, uma situação nova na vida. Só assim, libertado de todo o passado negativo, o novo amor terá possibilidade de crescer de forma sadia e satisfatória.