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Comensal, do latim commensale, declinação de commensalis, é a pessoa...

...que se senta à mesa para comer com outras. Além de comer, é comum que os comensais também se acompanhem no ato de beber, verbo que vem do latim bibere e significa ingerir líquido.

Deonísio da Silva Publicado em 03/05/2007, às 16h53

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Deonísio da Silva
Deonísio da Silva
Alimentar: do latim alimentare, alimentar, verbo que tem ligação com alere, fazer crescer. A mesma raiz está presente em aluno, do latim alumnus, que designava, entre os antigos romanos, o menino que era alimentado, sendo ou não filho legítimo dos donos da casa em cuja porta batia em busca de comida ou onde morava. Pero Vaz de Caminha (cerca de 1450-1500), na carta que escreveu ao rei de Portugal dom Manuel (1495-1521) logo após a descoberta do Brasil, referiu-se à capacidade da nova terra para produzir alimentos, entre outros produtos agrícolas: "Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem!" A terra era ainda pouco aproveitada pelos índios, que, para alimentar "cada casa", onde "se recolhiam trinta ou quarenta pessoas", diz Caminha,"lhes deram de comer dos alimentos que tinham, a saber muito inhame, e outras sementes que na terra dá". Os índios comiam também animais, alguns deles depois proibidos de serem devorados, de acordo com a catequese recebida dos padres, especialmente dos jesuítas. As limitações impostas, de qualquer modo, não eram tantas quanto as encontradas na Bíblia, que cita, entre outros alimentos abomináveis, o gavião, a andorinha, a gaviota, o lagarto, a toupeira, o rato, a rã, a tartaruga, o camaleão, o porco e a lebre. Como se vê, questões culturais influenciam a composição das mesas dos povos. Interessante também é notar como, ao longo da história, certos alimentos mudaram de status. As ostras, por exemplo, que hoje freqüentam mesas sofisticadas, foram coisa de pobre no passado, tal como registrado pelo escritor inglês Charles Dickens (1812-1870) em As Aventuras do Sr. Pickwick, de 1836: "Quanto mais pobre é um lugar, maior parece ser a demanda por ostras; um homem sai correndo de casa para comer ostras por puro desespero".Comensal: do latim commensale, declinação de commensalis, comensal, aquele que come junto, que se senta à mesa com outro ou com outros. Os antigos romanos, quando recebiam convidados para banquetes, se esmeravam no seu atendimento. Os escravos que os serviam faziam muito mais do que fazem os garçons atuais. Especializados em 14 ocupações diferentes, entre eles destacavam-se: o ostiarius, porteiro, que verificava quem entrava e saía pelo ostium, entrada, portão; o vocator, recepcionista, que entregava os convites e depois recebia e encaminhava os comensais até os lugares que iriam ocupar à mesa; o pregustator, degustador prévio, que experimentava cada prato antes que fosse servido, afinal, poderia estar envenenado; os sandaligeruli, que tiravam as sandálias dos convidados; os nomenculatores, responsáveis por explicar o que continha cada prato; e, por fim, os adversitores, que, munidos de archotes, acompanhavam os convivas de volta às suas casas. Beber: do latim bibere, beber, ingerir líquido. No sentido metafórico, beber significa ler, aprender, como aparece neste texto do escritor e cineasta português António de Macedo (76): "Vieira foi beber a sua crença apocalíptica e patriótica, além de em Bandarra (condenado a abjurar, em 1545, pelo Santo Ofício), nas profecias que eram atribuídas a S. Frei Gil de Santarém (cerca de 1185-1265), cujo lendário pacto com o diabo haveria de inspirar mais tarde a lenda do doutor alemão Fausto (cerca de 1480-1540)". E o poeta carioca Ivan Junqueira (72) deu sentido especial ao verbo no poema Esse Punhado de Ossos: "Esse punhado de ossos que, na areia,/ alveja e estala à luz do sol a pino/ moveu-se outrora, esguio e bailarino,/ como se move o sangue numa veia./ Moveu-se em vão, talvez, porque o destino/ lhe foi hostil e, astuto, em sua teia/ bebeulhe o vinho e devorou-lhe à ceia/ o que havia de raro e de mais fino". Disfunção: de função, do latim functione, declinação de functio, antecedida de "dis", prefixo de negação, designando função perdida de maneira anormal. Uma das mais comentadas disfunções hoje em dia é a sexual, que atinge principalmente pessoas maduras. Quando diz respeito ao homem, é denominada disfunção sexual erétil. O último adjetivo da expressão formou-se a partir de ereto, do latim erectum, erguido. A Medicina vem tratando com produtos químicos o distúrbio, que em geral ocorre na andropausa, período por que passam os homens a partir, aproximadamente, dos 50 anos, caracterizado por alterações hormonais e análogo à menopausa das mulheres. Segundo ginecologistas e urologistas, cerca de 75% dos casos de disfunção sexual erétil têm origem orgânica e 25% se devem a fatores psíquicos. Especialistas não descartam, ainda, a influência de questões culturais, como a crença arraigada de que envelhecer inclui abandonar a atividade sexual.