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Chiquinha sobre briga com Chaves: “Manchou uma recordação bonita”

No Brasil, a atriz María Antonieta, que faz a Chiquinha, relembra os motivos que levaram à briga com Roberto Bolaños, intérprete de Chaves

Redação Publicado em 13/10/2011, às 20h47 - Atualizado em 08/08/2019, às 15h43

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María Antonieta como Chiquinha - SBT / Divulgação
María Antonieta como Chiquinha - SBT / Divulgação

Em visita ao Brasil para participar do programa de Carlos Massa (55), o Ratinho, no SBT, em comemoração aos 30 anos da emissora, a atriz María Antonieta de las Nieves (60) relembrou um momento triste de sua história, quando brigou com seu parceiro de cena Roberto Bolaños(82), o intérprete de Chaves. “É algo que manchou uma recordação tão bonita de 24 anos de trabalho juntos”, disse ela, que lutou com ele pelos direitos autorais da personagem que ficou famosa na série mexicana e saiu vencedora.

Segundo ela, Bolaños parou de produzir o seriado Chaves e nunca explicou o motivo para ela. “A princípio foi muito estranho para mim. Tivemos anos de Chaves e depois passou um mês, não gravamos... Passou outro mês, e então eu perguntei para o Chespirito, e ele disse que o Chaves acabou. Nunca houve uma explicação”, contou, relatando a sua vontade de dar continuidade ao seu trabalho. “Então eu disse para ele: ‘Você não quer mais ser o Chaves, mas eu vou seguir sendo a Chiquinha. Vou buscar oportunidade para ter meu próprio programa’. Quando você acha que já tem um lugar, é famosa, todo mundo te conhece, já encheu auditórios e estádios, você passa por dificuldades”, comentou, relembrando da fase em que a atração saiu do ar.

Sem ter mais o trabalho no Chaves, María Antonieta foi atrás de ter um programa só seu. Foi recebida pelo dono da Televisa, emissora mexicana, que disse para ela fazer um piloto. Mas, como não tinha dinheiro, contou com a ajuda de Roberto Bolaños, que emprestou o estúdio e dinheiro para ela produzir sua atração. “Apresentei o roteiro, mas passaram uns 5 meses e ninguém deu retorno. Um dia, vi alguns produtores saindo de uma reunião e me disseram que o Chespirito não queria que o programa fosse feito, e ele não quis mais falar comigo”.

Então a briga pelos direitos da personagem começou, já que Bolaños não renovava o registro de Chiquinha fazia 15 anos, sendo que a lei manda renovar a cada 5 anos. “Eu só queria a Chiquinha porque precisava trabalhar. Eu que criei o visual dela, a roupa foi a minha mãe que costurou. A Chiquinha é a minha primeira filha”, declarou, contando o sentimento que ainda nutre pelo ex-companheiro de cena. “Tenho muito carinho, sou muito agradecida e tenho muita admiração", disse. “Tenho tentando contato com ele de várias formas, em casa, no escritório, mas ele não responde. Para mim interessa fazer as pazes, mas para eles [Bolaños e Florinda Meza] não. Gostaria de ter cinco minutos para conversar com ele, antes que aconteça alguma coisa a ele ou a mim e seja tarde”.

María Antonieta começou a carreira ainda na infância. “Sou atriz desde os 6 anos e já ganhei um prêmio de melhor atriz infantil dramática quando fazia uma menina má na novela La Leona. Em 1968, quando eu tinha 18 anos, Chespirito estava formando o elenco de um programa chamado ‘Sábado da Fortuna’, e me perguntaram se eu queria fazer parte, mas respondi que não, porque eu era uma atriz dramática. Foi aí que o Chespirito disse que, então, eu não era uma boa atriz, porque os bons sabem fazer tanto comédia quanto drama, porque é mais difícil fazer rir do que chorar”, contou.

Acompanhada do marido, Gabriel Fernández, durante a visita ao país, a atriz mexicana ainda enumerou seus episódios favoritos do Chaves. “Gosto do episódio em Acapulco, o Boa Vizinhança, outro em que todos chamavam o Chavez de ladrão, que foi bem triste, e um que a minha filha Verônica participou. Na época, ela tinha 18 e fazia a Paty, em que a minha filha era a minha rival, a Chiquinha tinha ciúme dela e foi um dos episódios que mais gostei de fazer”, relembrou ela, que também é mãe de Gabriel (36), tem cinco netos e uma cachorrinha, a Chiquita.