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A chique Antonella e Gherardo La Francesa abrem a sua casa

Em Brasília, com o marido, embaixador da Itália, ela esbanja senso de estilo no closet e na decoração do lar brasileiro

Redação Publicado em 24/01/2011, às 19h05 - Atualizado em 29/01/2011, às 16h41

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Elegância e simplicidade são a marca do casal. Na sala de refeições, cenário de recepções, a mesa posta para 32 comensais. Ao fundo, a instalação dos irmãos Campana. - LINCOLN IFF
Elegância e simplicidade são a marca do casal. Na sala de refeições, cenário de recepções, a mesa posta para 32 comensais. Ao fundo, a instalação dos irmãos Campana. - LINCOLN IFF
Há cerca de um ano e meio no Brasil e completamente integrados à vida da capital federal, o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca (63), e sua mulher, Antonella La Francesca (49), representam seu país com simpatia e competência. Além de muito charme, especialmente pela classe da embaixatriz, sempre elegante e vestida de maneira cosmopolita, mas bastante personalizada. Casados há 18 anos, eles são pais de Roberto (14), nascido quando serviam em Tóquio, e Leonardo (8), que veio ao mundo no Chipre e já fala português quase sem sotaque. Entre as atividades preferidas dos meninos estão futebol, vôlei e capoeira. "Estamos nos tornando brasileiros", brinca Antonella, em um dos amplos espaços da residência oficial, no imponente prédio que também abriga a embaixada. Projetado pelo italiano Pierluigi Nervi (1891-1979), mestre na utilização de estruturas de concreto, o prédio foi criado como homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer (102). "É uma das mais fabulosas obras da nossa arquitetura contemporânea. Nervi desenhou as colunas para dar a ideia de árvores em uma floresta", explica La Francesca, na casa onde se destacam as cores fortes nos ambientes e no mobiliário e obras de artistas italianos e brasileiros, como Luce Balla (1904-1994), Cândido Portinari (1903-1962) e os irmãos Humberto (57) e Fernando Campana (49). - Como vocês se conheceram?Antonella - Também sou diplomata de carreira. Assumi o meu primeiro posto no Cairo e foi lá que nos conhecemos. Gherardo - Eu era chefe do escritório comercial e ela, primeirasecretária da embaixada. Ficamos lá durante cinco anos e fomos transferidos para Tóquio. Eu como ministro-conselheiro; ela como cônsul. Lá nos casamos. Podemos dizer que foi mesmo o destino, pois ela queria ter ido para o Rio. - Servir no Brasil estava entre as suas aspirações?Antonella - Para mim, sim. Amo o Rio, que considero irmã gêmea de Nápoles, onde nasci. Brasileiros e italianos têm formas parecidas de perceber a vida, são povos alegres, receptivos e sempre encontram um jeitinho para tudo. Acabei indo para o Cairo. Eu era muito nova e meu chefe achou que seria melhor para mim. Foi mesmo, pois conheci o meu marido. - Então não houve dificuldades de adaptação ao País?Antonella - Sinto-me em casa no Brasil desde que chegamos aqui. Sempre tive muitos amigos brasileiros. Na década de 1980, fiz curso de português no Centro de Estudos Brasileiros, na Embaixada do Brasil em Roma, e acho que isso me deu vantagem. Mesmo meu marido e filhos não sentiram dificuldades. Gherardo - Brasília é um local interessante. Tem uma bela arquitetura, vida cultural, grandes espaços verdes e parques que estimulam a prática de atividades físicas, o trânsito ainda não é caótico. É uma ótima cidade para se viver. - A vida diplomática requer uma boa dose de disponibilidade. Como você faz para conciliar as exigências do trabalho e família?Gherardo - A cada quatro ou cinco anos temos de nos mudar. É preciso ter uma família sólida para que tudo dê certo e tenhamos tranquilidade para exercer bem as funções do posto. Somos unidos e nos apoiamos sempre. Antonella - Costumo brincar que tenho um mundo particular portátil e estou preparada para enfrentar qualquer lugar. Quando você está perto daqueles que ama, qualquer cidade é um lar. Mesmo que isso signifique dar uma parada na vida profissional para segui-lo. Em um casal, os dois têm de se ajudar. Vivo uma fase abençoada por poder cuidar da família. - Como é a rotina em Brasília? Como vocês passam o tempo?Antonella - Meu dia começa cedo. Depois que os meninos vão para a escola, pratico equitação na Hípica. Cavalos são uma das minhas paixões. São animais sensíveis e inteligentes. Tenho uma égua de 12 anos, Kyra. É fantástica a ligação que ela desenvolveu comigo, a ponto de sentir até a minha variação de humor. Depois, sigo para a academia. Ter uma vida saudável é uma questão de saúde e bem-estar e me ajuda a ser mais eficiente nas tarefas do dia-a-dia, como correr atrás das crianças. À tarde, ajudo meus filhos com os deveres da escola, brinco, jogo e monto Lego com eles. Temos um lugar especial perto da piscina para estes momentos. É lá também que exercito outro de meus hobbies, a pintura em tela. Gherardo - Depois do trabalho, procuro passar o tempo com as crianças. Gosto também de fotografar. Procuro exercitar um olhar mais abstrato, uma chave para um mundo de fantasia. Creio que a fotografia é a arte que mais reproduz a realidade, mas ainda assim dá uma possibilidade de ultrapassar barreiras. Não sou profissional, mas tive a felicidade de expor alguns trabalhos em Nicósia, Chipre, e em Ravello, na Itália. - É difícil manter a forma física com as delícias das cozinhas italiana e brasileira?Antonella - Cada vez mais a cozinha italiana moderna tornase internacional, admitindo influências de outras culturas. Acredito que cozinhar é uma forma de expressão, por isso aproveito o melhor dos dois mundos, não tenho medo de criar e isso me deixa mais feliz. Usamos muito tomate, azeite, azeitona e gengibre para temperar o peixe... Mas tento ser inventiva e adaptar receitas clássicas a ingredientes daqui como o nhoque de batata-baroa, que é uma delícia. Ou castanhas de caju ou baru no lugar de pinoles, que são caros aqui. Temos também uma horta, com tomates, abobrinhas, cebolinhas, verduras e ervas como manjericão, sálvia, orégano, tomilho, hortelã e louro. Tudo para ser usado no dia-a-dia. Mas não dispenso o arroz com feijão ou uma muqueca baiana. Mas sem o azeite de dendê, que é muito forte. - Vocês demonstram bastante empenho na promoção cultural da Itália no Brasil. Como é realizado este trabalho?Gherardo - Tanto quanto o esporte, a cultura é um instrumento facilitador. Pode abrir muitas portas, inclusive políticas e econômicas. Já começamos os preparativos para o Ano da Itália no Brasil, com atividades que visam estreitar ainda mais as relações entre os dois países. Estamos fechando parcerias para grandes festas. Antonella - Serão promovidos eventos em várias cidades brasileiras, como concertos, óperas, gastronomia, cinema e moda. - Como define o seu estilo?Antonella - A moda é um aspecto essencial da cultura italiana e é uma referência mundial. Por isso dou muito valor aos estilistas italianos. Trouxemos, inclusive, nomes como Missoni e Balestra para desfilar em Brasília, em uma parceria com o Capital Fashion Week. Ano passado, no mesmo evento, tive o prazer de desfilar um look Gattinoni da década de 1970. Foi um desfile que reuniu peças de designers italianos clássicos como Valentino e Pucci, do acervo da jornalista Mara Parmegiani, e representou bem a importância da moda no meu país. Como toda mulher, adoro moda. Identificome com a exuberância das brasileiras. E sou apaixonada por sapatos, principalmente Gucci e Prada. Dou atenção aos acessórios que, de maneira geral, são fundamentais e valorizam qualquer roupa.